É cada vez maior o número de pessoas que, em vez de comprar um animal de raça, decidem pela adoção de um autêntico vira-latas. O termo é usado para apelidar carinhosamente cães e gatos sem raça definida, provenientes de uma mistura de raças. Embora haja um crescente interesse pelos vira-latas, o número de animais que aguardam por adoção responsável ou vivem em situação de vulnerabilidade ainda é grande.

A Organização Mundial da Saúde estima que existam mais de 30 milhões de animais abandonados no país, incluindo 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Segundo o Instituto Pet Brasil, 184.960 animais abandonados ou resgatados por maus-tratos estão sob a tutela de ONGs e grupos de protetores, sendo que 96% são cães e 4% são gatos.

No Brasil, a legislação vem avançando cada vez mais para incentivar a guarda responsável e garantir a proteção dos animais. O abandono de animais é considerado crime desde 1998, de acordo com a Lei 9.605/98. Em 2020, com a aprovação da Lei Federal 14.064/20, o tutor identificado pode ter pena de até cinco anos de prisão.

De acordo com estudos recentes, os principais motivos do abandono são: dificuldades financeiras, problemas comportamentais dos cães, mudanças na disponibilidade de espaço ou nas regras de conduta social do espaço ocupado pelo ser humano, o estilo de vida do tutor do pet e a diferença entre a expectativa e a realidade dos cuidados necessários.

Animais resgatados destinados à adoção normalmente passaram por experiências ruins, como fome, sede, dor, doenças, brigas e até mesmo maus-tratos e envenenamento nas ruas e por isto ficam atordoados. Mas com paciência, dedicação e cuidados veterinários é possível dar a eles qualidade de vida”, salienta Vininha F. Carvalho, ambientalista e editora da Revista Ecotour News.

Dia Nacional de Adotar um Animal

Dia Nacional de Adotar um Animal, comemorado pelo 24º ano consecutivo no dia 4 de outubro, propõe que a adoção seja vista como uma opção na hora de adquirir um animal, sem preconceitos. “Neste dia serão feitas mobilizações ressaltando a importância da posse responsável e da esterilização, como uma maneira de garantir o bem-estar dos animais”,  afirma a ativista.

Para fortalecer o conceito de que cada cidadão deve ser responsável pelo seu animal, a campanha educativa intitulada Dia Nacional de Adotar um Animal visa promover a posse responsável, estabelecendo uma mobilização em prol do direito dos animais.

Esta data estará sendo celebrada pelo 24º ano consecutivo no dia 4 de outubro e, conta com muitos apoiadores. É um convite para que aconteça um amplo debate, na tentativa de trocar o problema do abandono pela oportunidade da adoção responsável.

Para mudar a sociedade é preciso que as pessoas mudem individualmente e, acreditem que com esta postura estarão caminhando na direção certa, aprimorando a conduta moral no que diz respeito ao relacionamento com os animais”, salienta Vininha F. Carvalho.

Um dos motivos principais para o abandono dos animais é a falta de conhecimento aprofundado sobre o processo de adoção e seus impactos reais na vida do pet e do tutor.  Ao adotar um animal a pessoa precisa dedicar tempo proporcional às necessidades do animal escolhido, sem esquecer que amor e carinho são essenciais. Brincadeiras e exercícios garantem o bom desenvolvimento de cães e gatos, pois ajudam na socialização. Adotar um animal exige responsabilidade e compromisso com sua vida. 

Movimento Adoção de Responsa cria app para interessados em adoção

Desde 2021, o Movimento Adoção de Responsa visa conscientizar sobre a importância da adoção responsável e como ela deve ser conduzida para se obter sucesso “A adoção responsável não culmina em abandono ou maus-tratos. Adotar é um ato de amor que traz muitas alegrias, mas deve ser feito com responsabilidade, cuidado e atenção, sempre considerando as necessidades físicas, emocionais e comportamentais do animal”, avalia Roberta Paiva, gerente de marketing de Pet Health da Elanco Saúde Animal.

Interessados em adotar podem buscar informações sobre instituições ou usar outros meios, como o aplicativo lançado pela Elanco no final do ano passado, o Cãobinado. Disponível na Apple Store e no Google Play Store, o app tem duas interfaces, uma para as ONGs e outra para os interessados na adoção. Na versão da ONG, a instituição cadastra os animais, incluindo foto, idade, sexo e porte, além de responder a um questionário sobre o seu comportamento, como sua reação com pessoas estranhas, como reage a outros cães, entre outras características.

Na versão para potenciais tutores, a pessoa deve preencher seus dados cadastrais e responder perguntas sobre sua rotina, experiência com cães, disponibilidade de tempo para cuidados, períodos de ausência e frequência de atividades ao ar livre. O aplicativo cruza essas informações para calcular um percentual de “match” entre tutores e cães cadastrados.

Essa triagem inicial é complementada por uma avaliação presencial realizada pelas ONGs cadastradas, garantindo uma adoção com grandes chances de sucesso e baixa possibilidade de um segundo abandono, algo muito comum nos processos de adoção. Além disso, responder às perguntas ajuda o futuro tutor a compreender melhor suas responsabilidades com o pet.

Orientações para uma boa adaptação do animal

Concretizada a adoção, começa uma nova etapa também muito importante: a da adaptação do pet ao novo lar e família. E vice-versa.

Entre as orientações para uma boa adaptação estão:

  1. Consulta inicial com um médico-veterinário: certifique-se de que o animal está saudável e em dia com os cuidados básicos, como a vacina, o uso de parasiticidas e vermífugos; aproveite esse momento para coletar dicas importantes sobre alimentação adequada.
  2. Avalie se o local onde o animal permanecerá está seguro e limpo: veja se não há risco de fuga ou acidentes, por exemplo. Também esteja atento às condições de higiene do espaço;
  3. Supervisão inicial: nas primeiras semanas, supervisione o pet, mostre cada cômodo e crie um espaço seguro com cama, cobertor, água e comida;
  4. Socialização: apresente o pet gradualmente a outras pessoas e animais, respeitando seu ritmo;
  5. Rotina e horários: estabeleça uma rotina para alimentação, passeios, brincadeiras e sono, proporcionando previsibilidade;
  6. Paciência e ajuda especializada: seja paciente e busque ajuda de um especialista em comportamento animal se necessário.

Dia Nacional de Adotar um Animal

A defesa do direito dos animais se faz estimulando a cidadania, o desejo de fortalecer a responsabilidade social , e não apenas como um ato filantrópico. É preciso combater a causa e não apenas se preocupar em controlar as consequências. Ou seja , é preciso aprender a trocar o “D de Doação pelo B de Boa ação”.

  • Como você pode participar:

– Divulgando esta proposta para seus amigos, nas redes sociais, nas escolas, nas igrejas, enfim ecoando no coração das pessoas.

-Realizando palestras educativas e manifestações culturais.

– Através de cartazes confeccionados com muito carinho e criatividade, podera divulgar em vários locais públicos, clinicas veterinárias e pet shops.

– Cada aliado que se disponha ajudar , será sempre uma grande conquista e aumentará a possibilidade de diminuirmos o número de animais abandonados.

 

Agenda Positiva

Feira de adoção, palestras e até desfile pet

A primeira edição do “PET Fashion”, evento solidário promovido pelo Instituto Rogério Rosa, do Grupo EMBRAED, em parceria com a Liga do Bem, será realizada no sábado (5), em Balneário Camboriú. A ação tem como objetivo sensibilizar a comunidade sobre a causa animal e apoiar o trabalho da ONG Protetores Voluntários de Camboriú, que resgata e acolhe animais em situação de abandono e maus-tratos.

Entre as atrações do evento está uma feira de adoção, palestras sobre cuidados essenciais, nutrição, importância da adoção responsável e um animado desfile de moda pet. Além de promover a adoção, o evento busca arrecadar recursos para o cuidado dos animais resgatados pela ONG e incentivar a conscientização sobre o bem-estar animal. A ação ocorre no Lounge Embraed, na Avenida Atlântica, 5320, Barra Sul de Balneário Camboriú.

A proposta do evento é que ele aconteça anualmente, para engajar a comunidade na adoção responsável e arrecadar fundos para apoiar o trabalho social da ONG Protetores Voluntários de Camboriú. Além disso, buscamos conscientizar sobre a importância do bem-estar animal e intensificar a luta contra o abandono e os maus-tratos. Contamos com a participação de todos para juntos fazermos a diferença,” destaca Esther Fregossi González, coordenadora do Instituto Rogério Rosa.

Causa animal: conheça o trabalho de ong que valoriza a adoção de gatos

O Brasil destaca o trabalho de 57 milhões de voluntários ativos, segundo a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021. Embora diversas causas precisem de apoio, a causa animal continua sendo uma das mais urgentes, especialmente considerando o alarmante número de animais abandonados no país. Neste contexto, o projeto “Os 6 Gatinhos” surge como uma iniciativa inspiradora.

Lançado este ano, o projeto audiovisual infantil traz à vida as histórias de seis gatos que foram resgatados das ruas e de situações de maus-tratos. Agora, esses gatinhos, que encontraram lares amorosos, estrelam uma animação que leva mensagens sobre amor, adoção e cuidado com a natureza para as crianças.

“Os 6 Gatinhos” não são apenas personagens fictícios; são animais reais com histórias tocantes. O projeto busca conectar as crianças com esses animais, mostrando o valor da amizade e da adoção, temas fundamentais durante a infância, fase crucial para a formação da personalidade.

Crianças amam desenhos animados, então, por que não usar animais reais que viraram animação para levar a elas mensagens e valores fundamentais?”, reflete Flávia Girardi, jornalista e pedagoga, e uma das idealizadoras do projeto.

Para Nayara Rodrigues, que dá voz às canções do projeto, contar histórias reais através da música aproxima as crianças das causas defendidas. “Quando elas conhecem a história por trás dos personagens, elas se encantam, querem adotar, conhecer ONGs, contar suas próprias histórias de adoção,” compartilha Nayara.

Entre os personagens da animação estão Frida e Maria Olga, duas gatinhas adotadas da ONG Anjos de Patas. Daniela Rossini, voluntária da ONG, expressa sua alegria em ver as gatinhas ganhando vida nos desenhos: “Ficamos muito felizes por saber que elas viraram personagens infantis e ajudam a levar mensagens importantes para as crianças. Assim como elas, temos muitos gatinhos e cachorros à espera de uma família.”

“Os 6 Gatinhos” lembram a importância da adoção e da conscientização, incentivando mais pessoas a se envolverem na causa animal, seja por meio de voluntariado, adoção ou doações a ONGs que cuidam de animais resgatados. Para mais informações sobre o projeto e como apoiar a causa, visite o site do projeto ou siga o perfil nas redes sociais.

 

Com Assessorias

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