Esperadas pela maioria dos brasileiros, as férias de fim de ano nem sempre surtem o efeito desejado quando o objetivo é descansar e restaurar a saúde mental. Um estudo da International Stress Management Association (Isma) revela que 80% das pessoas economicamente ativas apresentam níveis maiores de estresse, ansiedade e até depressão no final do ano.

Um estudo feito pela International Stress Management Association Brasil (ISMA-BR) revelou que o nível de estresse do brasileiro aumenta cerca de 75% no mês de dezembro. A pesquisa analisou 678 homens e mulheres de 25 a 55 anos e mostrou que, apesar das festividades, sentimentos negativos como angústia, ansiedade e tristeza também se fazem presentes nessa época do ano.

A causa da Síndrome do Final do Ano – também conhecida como “dezembrite” – está na autocobrança e na melancolia típica dos ciclos que se encerram. Além do estresse causado pela agenda intensa de confraternizações, eventos e viagens, o balanço do ano e os planos não concretizados geram frustração.

Para manter o equilíbrio emocional, a dica é apostar no planejamento. Mestre em Análise do Comportamento, o psicólogo Guilherme Alcântara Ramos recomenda que o recesso de fim seja dedicado ao descanso e ao encontro com pessoas queridas, sem excessos.

“É importante usar o tempo disponível para desfrutar de bons momentos de lazer, evitando viagens estressantes ou horas perdidas em congestionamentos ou longas filas de aeroportos ou rodoviárias”, diz.

Evite excesso de compromissos

A principal dica é não se sobrecarregar em atividades exaustivas, filas de supermercados ou longas horas de preparações na cozinha. “Mais importante do que criar uma agenda intensa nos poucos dias do recesso é usar esse tempo para a organização pessoal e o planejamento do próximo ano”, ensina Guilherme, professor do curso de Psicologia do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima, o maior ecossistema de ensino superior privado do país.

Segundo o especialista, pesquisas indicam que são necessários pelo menos 10 dias para que as pessoas consigam, de fato, descansar e revigorar a energia. “Para muita gente, o recesso de fim de ano não dura tudo isso. O importante, então, é definir prioridades e, passadas as festas de Natal e Ano Novo, aproveitar o tempo da melhor forma possível, priorizando o descanso e o lazer.”

O planejamento é tão importante – ou mais – do que a folga em si, ensina Guilherme. Segundo o psicólogo, a saúde mental exige uma rotina saudável e equilibrada, que consiga conciliar as responsabilidades acadêmicas, profissionais e pessoais com os cuidados com a alimentação, atividade física, lazer e relacionamentos.

“O recesso de fim de ano é o momento ideal para uma boa reflexão e para o planejamento. Só com essa organização pessoal é que se consegue retomar a rotina e garantir a energia necessária para as demandas do ano que está começando”, finaliza o professor.

Saiba o que é Dezembrite ou Transtorno Afetivo Sazonal (TAS)

Professor de Psiquiatria do Centro Universitário São Camilo explica como é esta doença que afeta algumas pessoas no período de festas de fim de ano e seus sintomas

O Natal é sempre um momento de felicidade ou de alegria, mas alguns dos motivos que levam alguém a ficar mais triste ou até mesmo deprimido neste período é o luto, porque a festa coloca em evidência a reunião familiar e ao mesmo tempo remete às pessoas que faltam ao nosso redor e às frustrações sentidas durante o ano.

Além disso, problemas financeiros, cobranças de metas no emprego,  da família e o bombardeio da mídia que idealiza este período de forma idílica, de união ao redor de uma ceia farta e de troca de presentes, pode desenvolver em algumas pessoas um tipo de transtorno mental cujo nome utilizado por alguns profissionais de Psiquiatria é  Dezembrite, também classificada como depressão de fim de ano ou Transtorno Afetivo Sazonal (TAS).

O professor de Psiquiatria do Centro Universitário São Camilo, Alfredo Simonetti, dá mais detalhes sobre esse problema que ocorre com mais frequência no fim de ano, mas que pode acontecer ao longo de outros meses, como o verão, por exemplo.

“A festa coloca em evidência muita coisa, especialmente as pessoas que faltam. A vida emocional no fim de ano pode deixar algumas pessoas desanimadas, tristes e ansiosas a ponto de desenvolver esse transtorno, que se assemelha a uma depressão”, explicou o professor Simonetti.

Para ele, o luto com a perda de familiares ou separações podem ser gatilhos para o desenvolvimento do TAS que, apesar de ser considerado algo passageiro, se não for diagnosticado e tratado pode evoluir e se tornar recorrente, causando sofrimento ao indivíduo.

Os principais sintomas do TAS são tristeza e desânimo constantes, falta de apetite, irritabilidade, impaciência e alterações de humor, além de insônia, falta de energia e dificuldade de concentração e de se socializar.

De acordo com a pesquisa, as pessoas que já apresentam algum transtorno emocional, como mulheres adultas (propensas a ter depressão duas vezes a mais do que os homens) e aquelas que moram em locais mais frios e com histórico de TAS na família são as que têm mais chances de desenvolver esse problema.

Segundo o docente do Centro Universitário São Camilo, o tratamento pode ser feito com acompanhamento médico especializado, que vai de uma conversa a um tratamento mais aprofundado.

Com Assessorias

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