Transtorno bipolar tira Lucas Lucco dos palcos

Doença mental que afeta mais de 140 milhões de pessoas no mundo leva ao afastamento do trabalho. Saiba como a terapia pode ajudar

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O cantor Lucas Lucco, de 32 anos, chocou os fãs nesta quinta-feira (7) ao anunciar que resolveu se afastar dos palcos após o diagnóstico de TAB – Transtorno Afetivo Bipolar.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Transtorno Bipolar afeta mais de 140 milhões de pessoas em todo o mundo. A psicopatologia é muito associada à oscilação de humor, mas vai muito além: trata-se de um transtorno mental grave e com sintomas que diminuem consideravelmente a qualidade de vida do paciente.

Essa  condição mental caracterizada por mudanças extremas de humor, que incluem episódios de mania (euforia intensa) e depressão. A psicanalista Elizandra Souza explica que o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) pode impactar significativamente a capacidade de uma pessoa para realizar suas atividades diárias, incluindo o trabalho.

“Os episódios de mania podem levar a comportamentos impulsivos e falta de concentração, enquanto os episódios depressivos podem resultar em baixa energia e motivação. Essas flutuações extremas de humor podem interferir no desempenho profissional e nas relações no local de trabalho”, ressalta.

Em alguns casos, o TAB pode levar ao afastamento temporário ou permanente do trabalho, especialmente se não for adequadamente tratado. É importante que as pessoas com TAB busquem apoio profissional para gerenciar a condição e colaborar com seus empregadores para encontrar estratégias que possam facilitar o equilíbrio entre o trabalho e a saúde mental.

Algumas jurisdições oferecem proteções legais no emprego para pessoas com condições de saúde mental, visando garantir tratamento justo no ambiente de trabalho.

Como identificar e tratar a bipolaridade

Alguns sinais comuns da bipolaridade incluem mudanças de humor extremas, energia elevada, falta de sono durante episódios maníacos e sentimentos persistentes de tristeza ou desespero durante episódios depressivos. Flutuações acentuadas no desempenho escolar ou profissional, dificuldade de concentração e impulsividade também podem ser indicativos.

“No entanto, apenas um profissional de saúde mental pode diagnosticar o TAB com precisão após avaliação clínica. Se você ou alguém que você conhece apresentar esses sintomas, é recomendável procurar a orientação de um profissional de saúde”, ressalta a psicanalista.

Doença pode levar ao afastamento do trabalho

Segundo Elizandra, o tratamento do Transtorno Afetivo Bipolar geralmente envolve uma abordagem multifacetada, que envolve medicamentos estabilizadores de humor, psicoterapia e, em alguns casos, suporte psiquiátrico contínuo para gerenciar os sintomas.

A abordagem específica varia de acordo com a gravidade e a natureza dos episódios em cada pessoa. É essencial buscar orientação profissional para um plano de tratamento personalizado. O uso de medicamentos estabilizadores de humor, como lítio ou anticonvulsivantes, é comum para gerenciar os episódios maníacos e depressivos. A psicanálise não simplesmente trabalhar] com a eliminação do sintoma, mas com o entendimento de seu aparecimento e significado.

“A psicanálise entraria como aprofundamento das questões subjetivas, ou seja, para maior compreensão e ampliação do conhecimento de si. Saber por que e onde vem esse tipo de expressão.  O que causa essa manifestação, quais os mecanismos internos e externos que afetam e influenciam no aparecimento e como é possível lidar com ela até se existe a possibilidade do desaparecimento desse sofrimento”, diz a especialista.

Como a terapia cognitivo-comportamental pode ajudar

Outra forma, um pouca mais imediata de lidar com os sintomas do TAB é a terapia cognitivo-comportamental. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a TCC pode ser benéfica:

1. Identificação de Padrões de Pensamento: Ajuda a pessoa a reconhecer padrões de pensamento negativos ou disfuncionais que podem contribuir para episódios de mania ou depressão.

2. Desenvolvimento de Estratégias de Enfrentamento: Ensina habilidades para lidar com os desafios associados ao TAB, ajudando a pessoa a desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento em resposta a situações desencadeantes.

3. Gerenciamento de Estresse: Foca em técnicas para gerenciar o estresse, já que o estresse pode desencadear ou agravar episódios de TAB.

4. Estabelecimento de Rotinas e Hábitos Saudáveis: Ajuda a criar e manter rotinas diárias consistentes, incluindo sono regular, exercícios físicos e alimentação balanceada, o que pode ser crucial para estabilizar o humor.

5. Prevenção de Recaídas: Fornece ferramentas para reconhecer sinais precoces de recaída e estratégias para evitar a escalada dos sintomas. A TCC é muitas vezes usada em combinação com medicamentos e outras abordagens terapêuticas para fornecer um tratamento abrangente para o TAB, visando melhorar a qualidade de vida e promover a estabilidade emocional.

 

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