As festas de fim de ano estão chegando, e com elas os chamados “atletas amadores” ficam sempre preocupados em como seguir com a rotina de treinos sem deixar de comemorar com familiares e amigos. Para os atletas chamados “amadores”, que não fazem parte do alto rendimento, mas mantêm um ritmo constante de treinos, o período das festas de final de ano sempre traz uma ponta de angústia.

Afinal, como conseguir manter a forma física em meio às confraternizações com os amigos e a família, com muita comida e bebida? A preocupação com a forma física em meio às festas de fim de ano e a importância da prática esportiva durante o ano inteiro é reforçada nesse Dia do Atleta (21 de dezembro) por dois atletas paralímpicos: o maratonista Alex Pires e o jogador de vôlei Daniel Yoshizawa.

Medalhista olímpico dá dicas para atletas amadores

O medalhista de prata na prova da maratona nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Alex Pires, integrante do Time Ajinomoto, fez um pequeno roteiro para ajudar esses atletas a não deixarem de comemorar e, ao mesmo tempo, não perderem a condição física.

O atleta paralímpico Alex Pires dá conselhos para passar as festas de fim de ano sem perder o ritmo (Divulgação/Ajinomoto)

 

“O melhor conselho para estes atletas é o de manter sua rotina o mais correta possível. Claro que neste período do ano é mais complicado, mas procure seguir sua sequência de treinamentos. Às vezes não será possível repetir os mesmos horários, mas busque sempre treinar, pois desta forma você conseguirá manter sua condição física e não aumentar tanto o peso”, explicou Alex Pires.

Segundo colocado nos Jogos Paralímpicos de Tóquio na maratona, classe T46 (deficiência nos membros superiores), quando inclusive quebrou o recorde das Américas para a distância (2h27min), Alex entende que o ideal seria uma carga variando de três a quatro treinos por semana.

“Dependendo da planilha que a pessoa já segue, se ela conseguir manter entre 50 a 70% do que faz normalmente terá um bom resultado, melhor do que não fazer nada. Além disso, é preciso manter muita atenção na questão da hidratação. Neste período do ano, a galera às vezes extrapola um pouquinho no álcool e por isso é necessário manter o corpo sempre hidratado, bebendo muita água”, explicou o maratonista do Time Ajinomoto.

Equilíbrio: o segredo para não sair da dieta

Além da preocupação com os treinamentos, é importante que estes atletas amadores não descuidem da dieta alimentar que já seguem ao longo dos outros meses do ano. Para Marília Zagato, gerente de estratégias em Marketing-Nutrição da Ajinomoto do Brasil, o segredo é o equilíbrio.

“Essa é uma época do ano em que, além do Natal e Ano Novo, outras comemorações tendem a acontecer. Normalmente, há maior disponibilidade de comidas e alimentos diferentes do dia a dia. Os atletas podem participar e aproveitar das festividades. Isso significa ter a liberdade para comer de tudo que se tem vontade, mas com moderação”, afirma a nutricionista.

Ela reforça que essas refeições que saem do padrão devem ficar mais restritas às festividades, porque muitas vezes o que acontece é ter um excesso de comida no Natal, por exemplo, e as pessoas continuarem a consumir aquelas refeições por mais alguns dias.

Ainda assim, não existem alimentos necessariamente proibidos, segundo Marília Zagato. “Não acredito que seja necessário evitar nada. Porém, se ainda assim o atleta quiser se manter mais na dieta, pode buscar opções mais leves com menor quantidade de gorduras, açúcar e sal”, afirmou.

Ela citou como exemplos carnes como peito de frango ou de peru e peixe, além de pratos que não tenham grandes quantidades de queijo ou creme de leite. “Em relação ao açúcar, é ideal optar por sobremesas à base de frutas, além de evitar o álcool ou consumi-lo de forma moderada”, explicou.

Esporte como caminho para superar a meningite

Daniel Yoshizawa teve meningite aos 21 anos e precisou amputar as pernas (Foto: Reprodução de internet)

Um personagem do esporte paralímpico do Brasil construiu uma história de transformação baseada no esporte como mecanismo transformador, inclusivo e inspiracional: Daniel Yoshizawa. O levantador da equipe de vôlei sentado do Sesi-SP começou a carreira esportiva em 2009, após um longo processo de superação de um quadro grave de meningite meningocócica, doença que levou à amputação de suas pernas e parte dos dedos das mãos, aos 21 anos de idade.

Apesar de já ter recebido uma dose da vacina na infância, o atleta não tomou [TS/1] reforço na adolescência. “O processo foi muito doloroso. Sempre fui uma pessoa independente e, do dia para a noite, adoeci, fiquei em coma, precisei amputar partes do meu corpo e me vi em uma situação de total dependência. Perdi força muscular e precisei fazer muita fisioterapia para conseguir me reabilitar”, relembra o atleta paralímpico.

Após ter enfrentado uma dura e repentina realidade de tornar-se cadeirante, Yoshizawa recorreu ao esporte como uma esperança para retomar os projetos de vida. “Depois de um ano e meio, minha vida começou a se transformar, quando conheci o vôlei sentado e fui apresentado ao SESI São Paulo. Valorizo muito a oportunidade que o esporte me deu de renascer como pessoa e profissional. Hoje, tenho uma carreira vitoriosa e sou um exemplo para muitos que passam pelo que passei”, relembra o atleta de vôlei sentado da seleção brasileira.

A meningite meningocócica é considerada uma enfermidade imprevisível, com início de sintomas inespecíficos[TS/2] , dificultando o diagnóstico precoce, mas também com potencial de desenvolvimento e evolução muito rápidos, podendo levar à morte em até 24 horas após o início dos sintomas..

Importância do reforço da vacina contra a meningite

“Na juventude, me lembro de ver campanhas para o público infantil, sem foco nos adolescentes. Isso me faz pensar no meu papel de alertar a todos sobre a doença, as sequelas que me deixou, e a importância do reforço da vacinação”, finaliza Daniel   leia mais aqui.

Cerca de 20% dos adolescentes e jovens adultos podem ser portadores do meningococo, pessoas que hospedam a bactéria sem adoecer, podendo transmitir doença aos outros. Entre 2015 e 2018, mais de 50% dos casos de meningite meningocócica, doença prevenível por meio da vacinação, ocorreram em indivíduos maiores de 15 anos de idade.

Desde outubro de 2020, a vacina ACWY, que protege contra quatro sorogrupos de meningite meningocócica, foi incorporada ao Programa Nacional de Imunização (PNI) para adolescentes entre 11 e 12 anos. Isso significa que o imunizante passou a ser disponibilizado, gratuitamente, na rede pública, e que esses jovens terão uma dose de reforço com proteção ampliada, ajudando a prevenir novos casos da doença.

Sobre o Dia do Atleta

A data foi decretada pelo ex-presidente Jânio Quadros, com o intuito de homenagear os atletas brasileiros pelo seu esforço, principalmente aqueles que levam a bandeira brasileira por todo o mundo em competições. Além disso, vem honrar os atletas do dia a dia, que não competem, mas se dedicam a algum tipo de esporte.

Com Assessorias

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