Em meio ao consumismo que costuma marcar o mês de outubro – com datas como Dia das Crianças e Black Friday -, especialistas aproveitam esse Dia do Consumo Consciente (15/10) para alertar para a importância de se aprender educação financeira desde cedo. O exemplo vem de Malu Lira, de 15 anos, que vem ganhando espaço nas redes sociais como uma referência jovem em educação financeira.

Conhecida como Malu Finanças, ela já escreveu 20 livros sobre o assunto para esse público e aplica princípios sólidos de gestão de dinheiro para ajudar outras crianças e adolescentes a navegarem em períodos de grande tentação de consumo, como a Black Friday. Com uma abordagem clara e adaptada à sua faixa etária, Malu ensina que planejamento e controle são peças fundamentais para evitar compras desnecessárias.

Nascida em 2010, sempre se mostrou curiosa e interessada em assuntos relacionados a finanças. Começou seus estudos assistindo vídeos da Me Poupe! e, aos 11 anos, escreveu seu primeiro livro.  Hoje, tem 20 livros publicados, todos com a temática de educação financeira para crianças, além de ser idealizadora do Projeto ‘Malu Finanças na Escola’, que oferece soluções para a educação financeira para crianças, pais, professores e gestores públicos, presente em mais de 100 escolas do Brasil.

A menina cresceu em um lar onde o tema finanças é abordado de forma natural, acredita que qualquer adolescente pode aprender a comprar com inteligência, desde que tenha acesso a orientações simples e práticas. Para pais e educadores, Malu sugere que a melhor forma de ensinar crianças e jovens a lidar com promoções como a Black Friday é incluir o tema da educação financeira nas conversas do dia a dia. Ela recomenda atividades lúdicas, como a simulação de compras fictícias, para que os mais jovens possam praticar a avaliação de preços e o discernimento entre necessidades e desejos.

Uma dica é mostrar que nem sempre comprar mais significa economizar mais. Ensinar que o barato pode sair caro ajuda os jovens a entenderem que o foco deve ser a qualidade e a utilidade do produto, não só o preço”, orienta a escritora e influenciadora.

Durante a Black Friday, Malu compartilha com seus seguidores estratégias que ela mesma adota. Antes da data, ela elabora uma lista de itens que realmente precisa e pesquisa os preços com antecedência para garantir que as promoções são legítimas. “Evito agir por impulso e sempre busco informações sobre o preço original do produto para não cair em falsas ofertas”, comenta Malu.

A jovem também ressalta a importância de definir um orçamento. Segundo ela, estipular um limite de gastos é um dos primeiros passos para um consumo consciente. “É importante que o valor seja compatível com a sua realidade, para que não haja arrependimentos depois”, destaca Malu.

Malu também enfatiza a importância da paciência. “Esperar o momento certo para adquirir um item e não se deixar levar pela pressão da oferta limitada são pontos que fazem a diferença. O uso de ferramentas digitais que acompanham o histórico de preços, também ajuda a identificar se a promoção é realmente vantajosa”.

O exemplo de Malu Finanças inspira outros adolescentes a enxergarem o consumo de forma mais estratégica e consciente. Essa mentalidade não só previne endividamentos futuros, mas também cria uma geração mais preparada para lidar com as finanças pessoais de forma sustentável.

Mesada forma jovens mais seguros ou alimenta consumismo precoce?

Malu Finanças defende mesada com propósito e alerta sobre armadilhas na formação de crianças e adolescentes

A mesada ainda gera debates entre especialistas em finanças, pais e educadores. O valor fixo dado mensalmente ou semanalmente para crianças e adolescentes divide opiniões, especialmente sobre o impacto na formação financeira e emocional dos mais jovens. Malu Lira, conhecida nas redes sociais como Malu Finanças, se posiciona a favor da mesada, desde que exista um objetivo claro e uma abordagem educativa desde o primeiro real.

Malu Lira defende que a mesada não pode ser apenas um valor entregue sem contexto ou direcionamento. Para ela, que já escreveu 15 livros voltados à educação financeira para esse público, a mesada funciona como uma ferramenta de aprendizado e autonomia quando associada a metas, planejamento e diálogos frequentes sobre dinheiro dentro de casa.

Estudos recentes apontam que as bases do comportamento financeiro são formadas até os sete anos de idade, o que reforça a importância de uma relação saudável com dinheiro desde cedo. Malu afirma que a mesada pode ser uma aliada nesse processo, mas alerta sobre o risco de pais utilizarem o valor como solução para compensar ausência, negociar comportamentos ou estimular um consumo sem limites.

Se você for começar com a mesada precisa ter um porquê. Pode ser para o filho aprender a poupar, a entender o valor das escolhas ou até para ele aprender a fazer um pequeno orçamento. Mas quando vira só um dinheiro dado por dar, o jovem não vai saber usá-lo de maneira sabia se não tiver um direcionamento dos pais e pode acabar ficando sem limites com os gastos”, diz Malu.

A influenciadora também defende que a mesada deve acompanhar a realidade financeira da família, sem comparações com colegas ou familiares. Ela recomenda que o valor e a frequência sejam ajustados conforme o contexto da casa e o amadurecimento do jovem.

Não existe valor certo ou fórmula única. O importante é ter clareza de que a criança não vai aprender sozinha e que vai precisar ser educada financeiramente dentro de casa para poder utilizar a mesada como uma ferramenta de aprendizado.”, afirma.

A jovem de 15 anos influenciadora de finanças pessoais voltada ao público infantil, adolescente e universitário, que constrói sua audiência com dicas práticas e linguagem acessível, reforça que os pais não devem ter medo de falar sobre dinheiro com os filhos. Segundo ela, esconder dificuldades ou tratar o tema como tabu cria adultos inseguros e vulneráveis a endividamento e decisões financeiras por impulso.

Em tempos de redes sociais e exposição constante a padrões de consumo, a influenciadora avalia que a mesada pode ajudar o jovem a diferenciar desejo de necessidade e entender a importância de planejar antes de gastar. “A mesada não é sobre ter, é sobre saber o que fazer com o que se tem”, conclui.

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Psicólogo ensina como driblar o consumismo infantil?

O consumismo na infância é uma preocupação crescente, especialmente porque as  crianças estão cada vez mais expostas a propagandas e influências digitais que as estimulam a comprar. O YouTube Kids, por exemplo, promove marcas e produtos, o que acaba incentivando o desejo por novas aquisições.

Mas não só: de forma geral, quando expostos a telas, os pequenos têm acesso a conteúdos voltados ao excesso de compras, o que pode gerar até mesmo problemas emocionais, como baixa autoestima e comportamentos comparativos, principalmente entre adolescentes, que medem seu valor pessoal com base em produtos de status, como celulares e roupas de marca.

O comportamento consumista infantil é fortemente influenciado pelos pais e pela maneira como as crianças são expostas ao consumo em seu dia a dia. Os pequenos observam e aprendem com o exemplo dos adultos. Se os responsáveis usam as compras como forma de lazer, essa será a referência que o pequeno terá”, explica Filipe Colombini, psicólogo parental e CEO da Equipe AT.

Segundo ele, muitas vezes os pais, sem saber como lidar com as frustrações e emoções dos filhos, acabam oferecendo presentes para acalmá-los, o que reforça comportamentos consumistas e impulsivos.

Confira abaixo cinco dicas do especialista para prevenir o consumismo na infância:

  1. Seja um bom exemplo. “O comportamento dos pais é a principal referência para as crianças”, explica Colombini. Se o lazer familiar gira em torno de compras, a criança vai aprender que essa é uma forma de diversão. Para combater isso, é importante diversificar as atividades familiares, com programas ao ar livre, com atividades físicas e contato com a natureza, por exemplo, além de evitar que o consumo se torne a principal fonte de entretenimento.
  2. Estabeleça limites claros. O psicólogo ressalta a importância de estabelecer regras para presentes e compras. “Direitos vêm com deveres. As crianças precisam entender que há momentos apropriados para ganhar recompensas e que nem tudo pode ser comprado a qualquer momento”, sugere. Isso ajuda, inclusive, no desenvolvimento da paciência e autocontrole, habilidades essenciais para lidar com frustrações.
  3. Controle o uso de telas. O especialista destaca que a exposição excessiva às telas influencia diretamente o comportamento de consumo. “Crianças que passam muito tempo vendo propagandas e influenciadores que promovem produtos acabam associando o ato de comprar com felicidade e sucesso”, alerta. O ideal é limitar o tempo de tela e monitorar o conteúdo que elas acessam, o que pode ser feito por meio de aplicativos gratuitos.
  4. Eduque sobre o consumo conscienteDesde cedo, as crianças devem aprender sobre o valor do dinheiro e a importância de consumir de forma consciente. “Os pais podem usar sistemas de recompensas, como pontos ou pequenas mesadas, para ensinar as crianças a conquistar as coisas por meio de seus esforços, ajudando a desenvolver uma relação saudável com o consumo“, explica Colombini.
  5. Esteja atento aos sinais. É fundamental que os pais mantenham uma relação afetiva próxima com seus filhos, observando mudanças comportamentais. “Se a criança apresenta reações agressivas ou impulsivas ao receber um ‘não’ para compras, ou se passa a fazer constantes comparações com amigos sobre o que tem ou não tem, é importante prestar atenção”, orienta Colombini. Um diálogo aberto, sem julgamentos ou punições, é crucial para entender o que está motivando esses comportamentos.

Agenda Positiva

Amazonense de 15 anos vai à França discutir infância e liderança

Malu Lira, escritora e educadora financeira, é destaque nas celebrações do Ano do Brasil na França, que antecedem a COP30 e ampliam o diálogo global sobre a Amazônia

Aos 15 anos, a amazonense Malu Lira, escritora e fundadora do projeto Malu Finanças, embarcou esta semana para Paris para representar o Brasil em dois eventos internacionais de liderança e impacto social. Entre 13 e 15 de outubro ela é uma das palestrantes convidadas para a International Maxwell Conference (IMC), evento promovido pela Maxwell Leadership, organização global de formação em liderança fundada por John Maxwell.

Além disso, participa no dia 16 do debate “A Amazônia que não se vê”, promovido na Embaixada do Brasil na França, apoio da Chambre de Commerce Brésilienne (Câmara de Comércio Brasil-França). Os eventos integram as celebrações do Ano do Brasil na França e ocorrem em um contexto de atenção global voltada à Amazônia, em preparação para a COP30, realizada no Brasil. Suas participações destacam o protagonismo juvenil e feminino da Amazônia em um cenário global.

Participar deste congresso em Paris é um sonho realizado. Desde pequena eu sonhava em conhecer essa cidade e estar aqui hoje como uma liderança reconhecida pelo meu engajamento social é uma emoção imensa. A prova de que meninas da Amazônia também podem ocupar espaços globais e transformar realidades”, afirma Malu Lira.

Com Assessorias

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