Chega novembro, o comércio em geral, online ou físico, superlota de consumidores desejando aproveitar as “promoções” da famosa campanha Black Friday, que antecede as compras natalinas. Um evento que acontece no mundo todo desde 1980, cujo objetivo principal é encontrar descontos consideráveis em produtos e serviços diversos. 

Trata-se de uma excelente oportunidade para exercer o consumo consciente, consumindo apenas o que realmente se está precisando, por um preço de mercado muito mais em conta. Porém, nem todos pensam dessa forma e extrapolam no consumismo, adquirindo além do que precisam, em termos de necessidade. Um risco real, principalmente para aqueles com diagnóstico fechado de Transtorno de Acumulação ou mesmo a já conhecida compulsão por compras.

No caso do Transtorno de Acumulação surge da dificuldade extrema em descartar ou se desfazer de algo, o que gera o acúmulo de objetos. Não falo de colecionador, pois a grande diferença está no sofrimento envolvido na vida do acumulador ao precisar se livrar de coisas de pouco valor e também na forma como ele armazena, desorganizadamente, estes objetos. 

O mais desesperador é que o acumulador não consegue perceber o quanto esse acúmulo é excessivo. O fato de sentir angústia quando da possibilidade de jogar algo fora, torna essa ato, uma ação intencional.

Comprador compulsivo: entenda quando vira transtorno

Já os compradores compulsivos, são aqueles que adquirem objetos constantemente, independente de precisarem deles ou não. Isso porque, a compra em si, proporciona satisfação instantânea e uma sensação de segurança ligada à ideia de posse, trazendo uma conotação emocional, que o impede de se livrar dessa aquisição.

Criando assim, um círculo vicioso, onde o acumulador compra, sente satisfação, liga-se ao objeto e não pode deixá-lo mais. Porém, continua sentindo um vazio emocional (resultado da substituição da interação com pessoas, pela interação com objetos) e busca suprir com novas compras. Essa é a dinâmica da acumulação.

Porém, a maioria dos acumuladores não reconhece a sua condição, sente que simplesmente tem muitas coisas, gosta de comprar e possuir objetos, e se dá desculpas a todo momento, para continuar comprando ou acumulando.

A gravidade desta situação é que, todo esse movimento vira uma bola de neve sem fim, que acaba absorvendo a vida útil do acumulador. Este, depois de um tempo, tem a falsa ilusão de que os seus objetos são como uma parte de si e sente que, fisicamente não pode ficar longe deles.

Não existe uma causa específica que justifique essa ação, mas alguns comportamentos também podem ser resultantes de problemas mentais, como ansiedades, trauma, depressão, transtorno de déficit de atenção ou hiperatividade, abuso de álcool, ter sido criado em uma casa desorganizada, esquizofrenia, demência, compulsão excessiva, alterações de personalidade, entre outros.

Como controlar o impulso de ter a todo custo

Enfim, a Black Friday pode ser um gatilho para os consumidores compulsivos, agravando ainda mais seu adoecimento emocional. Nestes casos, é preciso ajuda profissional para evitar o consumismo e os impulsos de “TER” a todo custo, principalmente nesta época do ano.

Ou seja, não há problema em esperar o evento para comprar um item que se esteja precisando, só é fundamental investir os recursos com consciência e cautela para não alimentar um possível transtorno obsessivo compulsivo por compras ou acumulação. 

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