armadilha para mosquito anfitriã Elizabeth
Elizabeth, que mora na Ilha do Governador, é ima das anfitriãs do projeto (Foto: ED Brasil/Fiocruz ou Projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil / Fiocruz)

A dona de casa Elizabeth de Castro, de 57 anos, é moradora do Jardim Carioca, na Ilha do Governador, e decidiu abrigar em sua casa uma armadilha para capturar um pequeno exército de mosquitos Aedes aegypti. Isso mesmo: ela é uma das 900 anfitriãs do Rio de Janeiro e Niterói que recebem o projeto  Eliminar a Dengue: Desafio Brasil (ED Brasil), desenvolvido pela Fiocruz. ED Brasil, voltado a disseminar mosquitos com a bactéria Wolbachia para combater seus “primos de primeiro grau”, os mosquitos transmissores de dengue, zika e chikungunya. Até meados de 2018, a previsão é a instalação de 2,9 mil armadilhas.

Elizabeth e o marido já tiveram dengue e acreditam que o trabalho realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que conduz o projeto ED Brasil, pode ajudar a reduzir os índices dessas doenças. “Participando do projeto como anfitriã, eu me sinto útil, porque não estou ajudando somente a minha família, como também beneficiando outras pessoas. Meu marido teve dengue hemorrágica na epidemia de 2012 e foi uma situação muito difícil para nós. Seria ótimo se eliminássemos essas doenças transmitidas por esse mosquito”, afirmou Elizabeth.

Uma nova etapa do monitoramento da população de mosquitos aliados no combate às três doenças foi iniciada nesta segunda-feira (18). O trabalho será realizado na região central de Niterói e entorno, num total de 13 bairros, e no Rio de Janeiro, em cinco bairros da Ilha do Governador, além de Cordovil, na Zona Norte. A equipe de engajamento do projeto, com apoio de agentes de vigilância em saúde da prefeitura, instalou mais de 400 armadilhas de mosquitos na casa e estabelecimentos comerciais de anfitriões voluntários, moradores e comerciantes dessas localidades.

Para realizar a pesquisa de ocorrência da Wolbachia no território, uma armadilha de mosquitos é instalada nas áreas em que são realizadas as liberações dos Aedes aegypti, a cada 250 metros de distância. O período que a armadilha de mosquito fica na casa ou comércio de um voluntário do projeto varia de oito a 12 meses.Toda semana, técnicos do ED Brasil e agentes de vigilância da prefeitura coletam os mosquitos capturados pela armadilha.

Esse controle é necessário para acompanhar o estabelecimento de mosquitos aliados nos locais de atuação do projeto. Os mosquitos aliados têm a capacidade reduzida de transmitir dengue, zika e chikungunya. Por meio da liberação desses mosquitos no ambiente, ocorre, de maneira gradual, a substituição dos Aedes aegypti de campo por estes com a bactéria Wolbachia. Os mosquitos capturados nas armadilhas são recolhidos semanalmente e analisados em laboratório, com técnicas de biologia molecular, o que permite identificar a porcentagem de Aedes aegypti aliados no combate às doenças em cada região.

Busca por anfitriões

Com base em mapas das áreas que recebem os mosquitos aliados, a equipedo ED Brasil localiza possíveis pontos onde a armadilha pode ser instalada. Após essa busca virtual, os técnicos do projeto responsáveis por fazer o primeiro contato nas residências dos futuros anfitriões visitam o local, com a finalidade de verificar a possibilidade de receber uma armadilha. Depois disso, por telefone ou WhatsApp, é agendada a instalação do equipamento, que deve permanecer ligado na tomada ininterruptamente. O consumo de energia mensal não chega a R$ 2, segundo laudo técnico. O projeto fornece aos anfitriões um reembolso no gasto da energia elétrica, no valor de R$ 20, a cada quatro meses.

As BG-Sentinel 2 ou BGS, que é o modelo de armadilha de mosquitos do projeto, é o resultado de mais de dezesseis anos de pesquisa do Instituto de Zoologia da Universidade de Regensburg, na Alemanha, acerca da captura e pesquisa de mosquitos vetores de doenças. Esses equipamentos são flexíveis e atraem os insetos pelo seu contraste visual em preto e branco. Além disso, há uma ventoinha que realiza a sucção de qualquer inseto que voar próximo ao funil de admissão, na parte superior do equipamento. O equipamento não utiliza nenhum componente químico.

Quem pode ser anfitrião

Qualquer pessoa dentro da área de atuação do ED Brasil pode se voluntariar para receber uma armadilha de mosquitos e ajudar o projeto. Basta utilizar umdos canais de contato do ED Brasil, e manifestar o aceite em receber o equipamento em casa. Será verificado se já não existe um anfitrião no perímetro e, se houver, o nome desta ficará em uma lista para que, caso ocorra alguma desistência na área, o cadastrado assuma a posição do desistente.

Para entrar em contato com o projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, você pode acessar o site em www.fiocruz.br/eliminaradengue, curtir a página do Facebook www.facebook.com/eliminaradeguebrasil ou mandar uma mensagem via WhatsApp, no número (21) 99643-9671.

Fonte: Fiocruz, com Redação

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