O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo, atrás apenas das doenças cardíacas, e em algumas regiões já se tornou a primeira. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2022, foram registrados no Brasil 628.693 novos casos, sendo o câncer de pele não melanoma o mais prevalente, seguido pelo câncer de mama e o câncer de próstata.

O país tem uma previsão anual de 704 mil novos casos de câncer para o triênio 2023-2025. O tumor maligno mais frequente é o de pele não melanoma, responsável por 31,3% dos casos, seguido pelo de mama em mulheres (10,5%), próstata em homens (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

Novembro é o mês voltado à conscientização sobre os altos índices do câncer e os cuidados com a doença. O dia 27 é marcado como Dia Nacional de Combate ao Câncer e Dia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama. O objetivo é ampliar o conhecimento da população brasileira sobre o câncer e esclarecer a população sobre os fatores de risco, a importância do diagnóstico precoce e medidas preventivas, sobretudo do segundo tipo que mais mata as mulheres brasileiras.

“O câncer mais comum, tanto em homem, quanto nas mulheres, é o câncer pele não melanoma, esse é o tipo de câncer que tem disparada a maior incidência. Porém esse tipo de câncer tem uma baixa letalidade, a maior parte dos casos são curados. Nos homens, o de maior letalidade é o câncer de próstata, seguido do câncer de colo retal e o da mulher é o câncer de mama, seguido do câncer de colo retal também”, comenta Bruno Conte, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC).

Incidência aumenta com a idade

A incidência de câncer aumenta com a idade, sendo maior em pessoas com 65 anos ou mais. No entanto, o câncer também pode ocorrer em pessoas jovens, sendo importante o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. O câncer origina-se de alterações genéticas que levam as células a se comportar de forma anormal, proliferando-se descontroladamente.

Não há um padrão para a patologia.  O câncer também não tem uma causa única. Há diversas causas externas (presentes no meio ambiente) e internas (como hormônios, condições imunológicas e fatores hereditários) e os fatores podem interagir de diversas formas, dando início ao câncer. Ele pode aparecer em diversas partes do corpo e agir de formas diferentes em cada pessoa, podendo ser mais agressivo ou não.

Nas doenças crônicas como o câncer, as primeiras manifestações podem surgir após muitos anos de uma exposição única (radiações ionizantes, por exemplo) ou contínua (no caso da radiação solar ou tabagismo) aos fatores de risco. A exposição solar prolongada sem proteção adequada durante a infância, por exemplo, pode ser uma das causas do câncer de pele no adulto.

Prevenção inclui exames e mudança no estilo de vida

No Mês de Combate ao Câncer, os especialistas ressaltam que a prevenção e o diagnóstico precoce são as medidas mais importantes e que 70% das neoplasias podem ser curadas, dependendo do estágio da doença. Entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas. As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os hábitos e o estilo de vida podem aumentar o risco de diferentes tipos de câncer.

O termo “fator de risco” é utilizado para definir a chance de uma pessoa sadia, exposta a determinados fatores, ambientais ou hereditários, desenvolver uma doença. Um mesmo fator pode ser de risco para várias doenças – o tabagismo e a obesidade, por exemplo, são fatores de risco para diversos cânceres, além de doenças cardiovasculares e respiratórias. Estudos mostram, por exemplo, a associação entre álcool e tabaco com o câncer da cavidade oral.

“Um ponto muito importante dessas datas e campanhas de conscientização é levar informações a respeito de prevenção do câncer. Existe a chamada prevenção através dos exames, por exemplo, a mamografia, o Papanicolau, para avaliar o câncer do colo do útero, colonoscopia para o câncer de colo retal. Então são exames que tem o objetivo de prevenção. E existe a prevenção que são medidas, são ações tomadas que não envolvem exames, envolvem modificações do estilo de vida. Como por exemplo modificações na alimentação, atividade física, evitar tabagismo, evitar o consumo de álcool”, afirma Bruno Conte, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC).

Câncer de mama: atividade física reduz o risco em 28%

O câncer de mama, um dos temas em destaque no mês de novembro, ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre o público feminino no Brasil. Porém, esse tipo de câncer pode ser curável. Há fatores que influenciam nesse processo, como diagnóstico precoce e tamanho do tumor.

Os sinais e os sintomas do câncer podem variar e muitas mulheres podem não apresentar nenhum deles. Quando o diagnóstico é feito nas fases iniciais, a paciente tem a possibilidade de se submeter a um tratamento menos agressivo e com maiores chances de cura.

Se, no momento do diagnóstico, o tumor tiver menos de 1 centímetro (estágio inicial), as chances de cura chegam a 95%. São essenciais como medidas de prevenção o cuidado com o corpo, a realização de autoexame, as consultas anuais com o ginecologista e a realização dos exames de imagem necessários, como a mamografia.

Segundo o Inca, a adoção de hábitos saudáveis e a prática de exercício físico contribuem para reduzir em até 28% o risco de desenvolver câncer de mama. As outras recomendações incluem: alimentar-se de forma saudável, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, amamentar e evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

Atividade física, uma aliada contra o câncer

Estudo mostra que 34% das mortes decorrentes da doença poderiam ser evitadas com estilo de vida mais saudável

Existe um mito de que o câncer é majoritariamente causado por questões genéticas. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta, no entanto, que entre 80% e 90% dos casos surgem a partir de questões externas. Isto é, relacionadas ao ambiente e a comportamentos como o sedentarismo, causador de quadros como obesidade, perda da massa muscular e desequilíbrio hormonal, considerados facilitadores para o desenvolvimento de mais de uma dezena de tipos de cânceres.

Esse contexto, somado ao fato de o exercício físico melhorar a resposta imunológica e minimizar as chances de surgimento de comorbidades durante as fases de tratamento e recuperação da doença, reforça a necessidade de destacar o papel da atividade física. A previsão de novos casos de câncer no Brasil seria bem menor caso a população praticasse exercícios físicos durante ao menos 30 minutos diariamente.

No documento “Atividade Física e Câncer: Recomendações para Prevenção e Controle”, produzido em conjunto com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, o Inca apontou que cerca de 27% dos casos e 34% das mortes poderiam ser evitadas no país mediante a promoção desse estilo de vida mais saudável.

“As evidências, em geral, sugerem que a atividade física pode reduzir o risco de desenvolver mais de uma dezena cânceres, além de auxiliar os sobreviventes a se recuperarem dos tratamentos, estender a sobrevida e, possivelmente, reduzir o risco de recidiva em alguns subgrupos”, apontou o Inca, destacando a importância dos exercícios físicos para endereçar pontos centrais no combate ao câncer, como equilíbrio hormonal, manutenção da massa muscular e prevenção da obesidade.

Treinador da Smart Fit, Lucas Farias aponta que, salvo restrições clínicas pontuais, um programa de exercícios voltado à prevenção e ao tratamento de câncer deve ser completo, contemplando as valências indicadas aos mais diferentes grupos da população.

“É preciso mesclar a musculação com trabalhos aeróbicos e de alongamento. Isso porque o treinamento visa melhorar a capacidade física do aluno em geral, abordando áreas como força muscular, resistência à fadiga, equilíbrio e aumento da capacidade cardiovascular”, apontou Farias.

Consulte o seu médico para mais orientações.

Com Assessorias

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