O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) aprovou, em reunião plenária, nesta terça-feira (12), a suspensão provisória do médico Giovanni Quintella Bezerra, após ter acesso às imagens do estupro de uma paciente sedada por ele durante o parto no centro cirúrgico do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no último domingo (10).

Com a decisão, o anestesista fica impedido de exercer a medicina em todo o país. Segundo o Conselho, a medida é um recurso para proteger a população e garantir a boa prática médica. Em paralelo, está sendo instaurado no Cremerj um processo ético-profissional, cuja sanção máxima é a cassação definitiva do registro.

“Firmamos um compromisso com a sociedade de celeridade no que fosse possível e essa suspensão provisória é uma resposta. A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige”, disse, em nota, o presidente do Cremerj, Clóvis Munhoz.

Nesta quarta-feira (13), o Cremerj emitiu solicitação de esclarecimento ao médico. A medida faz parte de uma das etapas para o procedimento de sindicância, que é aberta em casos de denúncia. Com isso, o anestesista, que está com a prisão preventiva decretada pela Justiça, acusado por estupro de vulnerável, tem 15 dias para prestar as informações solicitadas. Ele está no presídio Bangu 8, destinado a presos que têm curso superior, à disposição da Justiça.

Juíza destaca gravidade do ato praticado por ‘médico’

A polícia está ouvindo várias testemunhas e segue em busca de outros elementos pois suspeita que ele praticou outros crimes nos hospitais em que atuava. Em audiência de custódia realizada nesta terça, a juíza Rachel Assad indeferiu a liberdade provisória e converteu a prisão em flagrante em preventiva. O tribunal informou que o processo tramita em segredo de Justiça para preservar a identificação da vítima. Na decisão, a juíza destacou a gravidade do ato praticado pelo médico.

“Tamanha era a ousadia e intenção do custodiado de satisfazer a lascívia, que praticava a conduta dentro de hospital, com a presença de toda a equipe médica, em meio a um procedimento cirúrgico. Portanto, sequer a presença de outros profissionais foi capaz de demover o preso da repugnante ação, que contou com a absoluta vulnerabilidade da vítima, condição sobre a qual o autor mantinha sob o seu exclusivo controle, já que ministrava sedativos em doses que assegurassem a absoluta incapacidade de resistir”, disse a magistrada.

Da Agência Brasil

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Da Agência Brasil, com Redação (atualizado em 14/7/22)

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