Você está com seus exames em dia? A medicina recomenda alguns check-ups ao longo do ano, sobretudo para pessoas acima de 50 anos, mas nem todos seguem essas orientações. Entre os homens, por exemplo, 46% só procuram um médico quando sentem dor ou outro tipo de desconforto.

É o que aponta um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que também revelou que apenas 32% dos homens com mais de 40 anos consideram que se preocupam com a própria saúde. Outro dado, do Instituto Lado a Lado pela Vida, mostra que 8 em cada 10 homens admitem que precisam dar mais atenção a esse cuidado.

Novembro Azul, movimento global de conscientização sobre a saúde masculina, costuma destacar o câncer de próstata — responsável por 1,4 milhão de mortes de homens no mundo¹. Nos últimos cinco anos, dados da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), maior empresa do Brasil em diagnóstico por imagem, indicam que cerca de 15.314 homens realizaram exames voltados à próstata, de um total 315.562 exames de imagem. Mas a saúde do homem vai muito além dessa doença. Ela precisa ser encarada de forma integral, tanto pela sociedade quanto pelos profissionais de saúde.

Mais do que a saúde da próstata, um alerta para o cuidado integral do homem

Doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte masculina, respondendo por cerca de 70% das mortes globais

As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte masculina, respondendo por cerca de 70% das mortes globais², o que equivale a mais de 38 milhões de óbitos por ano, segundo dados de 20231. Transtornos mentais também impactam na saúde do homem. Dados do relatório publicado em 2022 pelo World Mental Health indicam que 970 milhões de pessoas vivem com algum transtorno mental, desse número, 47,6% são homens2, uma amostra que apresenta a necessidade de olhar para outras frentes da saúde do homem, muito além do câncer de próstata.
De acordo com o Ministério da Saúde, mesmo com o aumento da expectativa de vida, os homens ainda vivem 7,1 anos a menos que as mulheres3. Esse dado afirma a realidade de que homens são menos frequentes em exames médicos do que mulheres. Dados da FIDI mostram que, anualmente, as mulheres representam 61% dos exames diagnósticos, enquanto os homens correspondem a 49%. O Ministério também destaca que os homens morrem mais do que as mulheres na maioria das causas de óbito e em todas as faixas etárias até os 80 anos.
tabu em relação às consultas médicas e exames preventivos impacta diretamente a qualidade e a expectativa de vida dos homens. “O Brasil é o único país da América Latina que possui uma política pública voltada especificamente à saúde masculina. Quanto mais cedo o homem adota hábitos saudáveis e realiza check-ups regulares, menores são as chances de enfrentar doenças graves”, afirma Dr. Harley de Nicola, médico, professor, especialista na saúde do homem e superintendente médico da FIDI.
A informação é o primeiro passo para quebrar tabus e promover uma mudança real no comportamento masculino em relação à saúde, para isso é essencial falar de saúde integral masculina sem preconceitos ou estigmas e incentivar a busca anual e regular por um médico especialista, pois cuidar da saúde é um gesto de força, não de fraqueza”, complementa Dr. Harley.

Prevenção é o melhor caminho para a saúde masculina

A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para a saúde dos homens. Doenças como câncer, diabetes e problemas cardíacos têm mais chances de tratamento bem-sucedido quando detectadas cedo. Por isso, exames de rotina ajudam a identificar alterações antes que se tornem graves.

Apesar disso, a pesquisa mostra que muitos homens só procuram o médico quando algo incomoda. Essa postura aumenta o risco de diagnósticos tardios, tratamentos mais complexos e complicações.

Investir em exames regulares reduz riscos e permite intervenções menos invasivas. Além disso, ajuda a prevenir doenças crônicas e a manter a qualidade de vida por mais tempo.

O acompanhamento contínuo é essencial para identificar fatores de risco e agir rapidamente. Criar o hábito de prevenção e atenção aos sinais do corpo é a chave para mudar a cultura de descuido com a saúde masculina.

Exames essenciais que todo homem deve fazer até o fim do ano

Esse cenário acende um alerta sobre a importância de conscientizar os homens quanto aos exames de rotina. O Dr. Paulo Egydio, PhD em Urologia e especialista em saúde masculina, indica nove exames essenciais que devem ser feitos até o fim de 2025:

  • Check-up de sangue completo: avalia hemograma, colesterol, glicose e função hepática e renal, ajudando a detectar diabetes, anemia e problemas nos rins ou no fígado.
  • Pressão arterial: verificar a pressão regularmente é essencial para identificar hipertensão, fator de risco para doenças cardíacas e AVC.
  • Colesterol e triglicerídeos: esses exames detectam alterações que podem levar à aterosclerose e problemas cardiovasculares.
  • Glicemia em jejum: identifica alterações no açúcar no sangue e auxilia na prevenção do diabetes tipo 2.
  • Exame de próstata (PSA e toque retal): recomendado a partir dos 45 anos, ou antes em casos de histórico familiar, é fundamental para a detecção precoce do câncer de próstata.
  • Exame de testículos e ultrassom, se indicado: avalia nódulos ou alterações que podem indicar câncer testicular, mais comum em homens jovens.
  • Exames de função hepática: detectam problemas no fígado, como hepatites ou esteatose hepática, permitindo tratamento precoce.
  • Colonoscopia: geralmente recomendada a partir dos 45 anos, ou antes em casos de histórico familiar, ajuda a prevenir o câncer de cólon e reto.
  • Exame de saúde sexual e urológica: inclui testes para HIV, sífilis, hepatites B e C e outras doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, permite avaliar condições urológicas, como a doença de Peyronie, que causa curvatura peniana e pode afetar a função erétil.

Caso ainda não tenha feito algum desses exames em 2025, ainda há tempo de cuidar da saúde, principalmente se você tem mais de 50 anos ou pertence a algum grupo de risco, como diabéticos, hipertensos ou com histórico familiar de doenças graves.

 

Aviso: Este conteúdo tem caráter informativo e educativo. Não substitui a avaliação, diagnóstico ou tratamento de um profissional de saúde. Para orientações personalizadas, consulte sempre um médico ou especialista.

 

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