O Ministério da Saúde anunciou que parte das forças de segurança – policiais militares e bombeiros, principalmente – terá vacinação antecipada e será incluída no próximo lote de doses, com previsão de envio para esta quinta-feira (1º). A decisão foi pactuada entre a pasta, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
Entram no grupo passível de vacinação trabalhadores das forças de segurança envolvidos no atendimento e transporte de pacientes, no atendimento pré-hospitalar, nas ações de imunização contra a Covid-19 e na fiscalização de medidas de distanciamento social. Segundo o ministério, a decisão de antecipar a vacinação de tais trabalhadores levou em conta a atuação deles no combate à Covid-19 e as funções exercidas no atendimento e apoio no contexto de pandemia.
Decidimos antecipar a vacinação de uma parcela desse grupo seguindo critérios que atendam o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 levando em conta a função que cada agente exerce para o combate à pandemia”, explicou a coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Francieli Fontana.
Com a decisão, as funções selecionadas nas forças de segurança passarão à frente na fila de prioridades, que atualmente está concluindo os idosos de 65 a 69 anos e em seguida vai incluir os que estão na faixa de 60 a 64 anos. Segundo o PNI, após esse segmento, seriam vacinadas as pessoas de 18 a 59 anos com comorbidades, nome dado a condições médicas que provocam maiores riscos da contaminação pelo novo coronavírus evoluir para quadros graves.
Para o coordenador da Comissão Intersetorial de Vigilância em Saúde e do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, Arthur Custódio, é preciso garantir vacinas para todos. “Precisamos proteger pessoas que estão em situação vulnerável, seja no caso das doenças ou do ponto de vista social. Precisamos discutir o que é priorização. Os profissionais da atenção básica, por exemplo. E é preciso ter transparência ao debater com a sociedade quais são os grupos prioritários”, destaca.
Pessoas com HIV entram na lista da vacinação
O Ministério da Saúde inseriu na última segunda-feira (29/3) pessoas vivendo com o HIV, de 18 a 59 anos, na lista de priorização da vacinação contra a Covid-19. Segundo nota técnica, a indicação é vacinar este grupo após encerrar a vacinação de pessoas de 60 a 64 anos.
Serão considerados na lista de prioridades todos os indivíduos que vivem com HIV, de 18 a 59 anos, independente da contagem de linfócitos T-CD4+. “O início da vacinação para este grupo será informado por meio do Programa Nacional de Imunizações”, afirma a nota técnica. No total, as listas de prioridade, ainda sem esta mudança, somam cerca de 77,3 milhões de indivíduos.
As pessoas que vivem com HIV devem receber as doses na mesma etapa em que serão contemplados quem apresenta comorbidades, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Trata-se do maior grupo de risco do plano de imunização, com cerca de 18 milhões de pessoas.
Na nota técnica, a Saúde não estima quantas pessoas devem entrar neste grupo após a atualização do plano de vacinação. O ministério também afirma que pessoas com HIV, maiores de 60 anos, já estão contempladas na priorização por faixa etária no plano.
O documento diz que a intenção é “reduzir o impacto da pandemia nesse grupo, especialmente em relação ao risco de hospitalização e óbito, e respeitar o conceito de equidade do Sistema Único de Saúde (SUS)”. O ministério também diz que a medida segue “novas evidências científicas” que apontam riscos de “desfechos negativos da Covid-19” neste grupo.
Prefeitos e governadores podem traçar planos próprios, mas há um acordo entre o ministério e conselhos que representam secretários estaduais (Conass) e municipais (Conasems) para que seja seguido o plano nacional de vacinação.
Cremerj pede às prefeituras que vacinem todos os médicos
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) enviou ofício a todas as secretarias municipais de Saúde localizadas no Estado do Rio de Janeiro reivindicando que sejam disponibilizadas vacinas para imunizar todos os médicos, independentemente de faixa etária e área de atuação. No texto, o Conselho destaca que a vacinação destes profissionais “garante que a assistência da população não seja prejudicada”.
O Cremerj, atualmente, tem mais de 67 mil médicos inscritos no estado do Rio de Janeiro e em pesquisa, em fevereiro, constatou que cerca de 22 mil médicos ainda não tinham sido vacinados. Este número é quase todo composto de médicos abaixo de 60 anos. O Conselho não possui um levantamento de quantos médicos já foram vacinados no estado e quantos já morreram por causa da Covid ou foram contaminados ou hospitalizados.
No documento, o Cremerj também colocou à disposição suas sedes para vacinar os médicos, a exemplo do que aconteceu em janeiro, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, quando mais de 2.200 profissionais foram imunizados, na sede do Conselho, em Botafogo – localizado na Zonal Sul da capital.
Estamos disponíveis para auxiliar no que for possível para facilitar que a vacina chegue para todos os médicos. Eles ficam na linha de frente, independentemente de estarem ou não, no atendimento direto do novo coronavírus e de suas variantes. Temos um compromisso com a assistência da população e a imunização deles é uma forma importante de assegurar isso”, complementa o presidente do Cremerj, Walter Palis.
Com Agência Saúde e Cremerj