Você já ouviu falar que o uso excessivo de celular pode causar câncer na cabeça?  Em 2018, cientistas dos Estados Unidos publicaram um artigo em que diziam ter evidências de que radiação desses aparelhos poderia causar um tipo específico de câncer, porém, as informações foram baseadas em testes feitos apenas em ratos.

“Os telefones celulares emitem radiação eletromagnética de radiofrequência (RF), que é uma forma de radiação não ionizante, ou seja, sua energia é insuficiente para ionizar átomos ou moléculas. Alguns estudos epidemiológicos sugeriram uma possível associação entre o uso de celulares por longos períodos e um risco ligeiramente aumentado de tumores cerebrais, porém, não há comprovação científica quanto a isso”, explica Antônio Araújo, neurocirurgião da  Clínica Araújo e Fazzito e do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês.

Segundo o especialista, todos os dispositivos usados atualmente emitem uma radiação por meio de radiofrequência do espectro eletromagnético. “Os aparelhos ainda mais atuais, emitem ondas  mais fortes, mas mesmo assim insuficientes para  ocasionar qualquer tipo de alteração capaz de desenvolver câncer”, completa.

Mas afinal, usar o celular pode causar câncer?

Muitas pessoas acreditam que sim, principalmente quando se trata de tumores cerebrais. “A radiação que os celulares emitem em forma de radiofrequência, ondas de rádio, e por conta do hardware geral desses dispositivos conseguem apenas penetrar em camadas superficiais da pele, não sendo capazes de atingir tecidos profundos. No entanto esta dúvida existe até mesmo entre alguns profissionais da área da saúde, mas até o momento não existe essa relação”.

Os tumores cerebrais podem se desenvolver devido a uma variedade de fatores, e as causas exatas nem sempre são claras. No entanto, alguns fatores de risco e condições associadas ao desenvolvimento de tumores cerebrais incluem idade, histórico familiar, síndromes genéticas, exposição a determinadas substâncias químicas, entre outros.

“Na maioria das vezes, a causa específica de um tumor cerebral individual pode não ser identificada. Muitos ocorrem sem uma causa aparente conhecida, mas fatores genéticos e ambientais podem interagir de maneiras complexas, contribuindo para o desenvolvimento desses tumores”, finaliza o neurocirurgião.

Conheça os tumores cerebrais mais comuns

Os tumores cerebrais não estão na lista dos tipos de câncer mais comuns, mas merecem atenção, principalmente para um rápido diagnóstico

O câncer é uma das principais causas de óbito no mundo, sendo responsável por cerca de 10 milhões de mortes anualmente, de acordo com dados da  Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Quando falamos de tumores malignos cerebrais, trata-se de um tipo de câncer que não está entre os mais comuns, mas que podem ser muito graves, principalmente quando não diagnosticados em fase inicial.

De acordo com o  neurocirurgião Antônio Araújo, os tumores cerebrais malignos são aqueles formados por células cancerígenas que crescem de maneira invasiva, podendo se espalhar para diversas partes do cérebro ou até mesmo do corpo. “Esse tipo de câncer é classificado com base na sua origem e nas características histológicas das células”, explica ele.

O especialista comenta ainda que que os tumores cerebrais são um pouco mais comuns entre os homens, podem surgir em qualquer idade e possuem sintomas parecidos, como dores de cabeça, alterações de personalidade, fraqueza, sensações anormais, perda de equilíbrio, dificuldade de concentração, convulsões e falta de coordenação.

Astrocitomas

De acordo com o neurocirurgião, os astrocitomas são os tumores mais comuns. Eles originam-se dos astrócitos, tipo de célula que constitui o maior componente do tecido cerebral e são divididos em quatro grupos:

Astrocitoma pilocítico, que é benigno e curável somente com cirurgia; astrocitoma de baixo grau (grau 2), que também é benigno e de crescimento lento, mas com maior risco de se transformar em tumores mais agressivos; astrocitoma grau 3, que é maligno e de crescimento relativamente rápido.

Glioblastoma multiforme (grau 4)

“Esse é o mais grave dos astrocitomas, sendo um tumor maligno e com crescimento bem rápido, sendo mais comum em pacientes entre 40 e 70  anos” comenta o médico especialista.

Oligodendrogliomas

Esse tipo também é bastante frequente quando o assunto é tumor cerebral, mas nesse caso dividem-se em tumores de baixo grau e alto grau, sendo que os de grau 2 crescem mais lentamente e são menos agressivos, ao contrário dos de grau 3.

Meningiomas

Esses, de acordo com o Dr. Araújo, são mais comuns em mulheres por conta de sua relação com hormônios femininos. “A grande maioria de casos são tumores benignos com crescimento lento e diagnosticado em exame de rotina, aumentando a chance de cura, entretanto, existe uma pequena porcentagem de meningiomas agressiva, chamados de atípicos ou grau 3, sendo necessário realizar cirurgia em conjunto com outras terapias”, finaliza o neurocirurgião.

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