Com o crescimento dos debates, notícias e disponibilidade de informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) – ou apenas autismo – , cresce também a busca por testes de autismo online, que auxiliem na detecção de sinais precoces da condição. Mas será que isso funciona mesmo?

“A busca por testes de autismo online tem sido cada vez mais comum entre famílias que identificam alguns sinais comuns no espectro do autismo em seus filhos. Isso porque a primeira ação das pessoas cuidadoras é justamente procurar maneiras mais rápidas e eficientes de entender se a criança precisa de ajuda profissional”, explica Gabriela Bandeira, líder de Comunidade da Genial Care, clínica multidisciplinar para cuidado e desenvolvimento de crianças com autismo e suas famílias.

No entanto, apenas o teste não é suficiente, como Gabriela ressalta. “O diagnóstico de autismo é complexo e exige a avaliação de uma equipe multidisciplinar para ajudar a identificar se a pessoa está dentro dos critérios determinados por manuais como DSM-5 e CID-11, além do laudo de um profissional da neuropediatria ou psiquiatria infantil, em caso de crianças”.

A equipe multidisciplinar, normalmente composta por profissionais da psicologia especializada em ABA para autismo, da terapia ocupacional e da fonoaudiologia, avaliam a criança para entender se ela fecha os critérios de manuais diagnósticos para o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Uma forma de rastrear riscos de autismo de crianças é a escala M-CHAT. Considerada a principal escala para rastreio precoce no autismo, ela pode ser usada em crianças com até 5 anos, e é composta por 23 perguntas simples e diretas, com respostas “Sim” ou “Não” que podem ser respondidas pelos pais ou pessoas cuidadoras. Dentro dessas, 14 estão relacionadas com sintomas bastante comuns no autismo.

“A ideia da escala M-CHAT é que a família consiga identificar sinais de risco para o TEA. Vale ressaltar que essa escala é usada pelo SUS, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Além disso, se a família aplicar a escala em casa, é importante que independente do resultado, ela procure profissionais capacitados que possam ajudar a entender se existe um atraso no desenvolvimento da criança e se é recomendado iniciar um plano de intervenção”, aponta Gabriela.

Para acessar a escala e realizar o teste, clique aqui.

Diagnóstico de autismo pelo computador

A médica Mirian Revers Biasão  ministra um curso sobre autismo em adultos (Foto: Divulgação)

O diagnóstico do do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é sempre clínico, não é feito por exames, mas a tecnologia pode – e muito – ajudar na descoberta dessa condição. É o que garante a médica psiquiatra Mirian Revers Biasão, docente da Escola Internacional de Desenvolvimento (EID),  que analisa o diagnóstico não invasivo com suporte computacional em diferentes níveis funcionais e de idades, podendo ser uma ferramenta para facilitar o diagnóstico

“Não há exames para detectar o autismo, o diagnóstico é clínico. Por isso é fundamental que haja profissionais capacitados para identificar os sinais e sintomas do TEA e o respaldo da tecnologia pode facilitar um diagnóstico certeiro. O reconhecimento da revista Nature é importante para projetar os avanços que a tecnologia de rastreamento ocular pode trazer aos pacientes”, afirma Mirian Biasão.

Estudo reallizado pela médica foi publicado na última edição da revista científica Scientific Report, uma das publicações da Nature, uma das mais importantes do mundo. A revista publicou o artigo “Computer-aided autism diagnosis based on visual attention models using eye tracking” – em português ‘Diagnóstico de autismo pelo computador – utilizando o rastreamento ocular baseado em modelos de atenção visual’.

Mirian Revers Baisão atua há 11 anos em psiquiatria focada na infância e adolescência, com formação pela Universidade Estadual de Maringá, residência em psiquiatria pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), residência em psiquiatria da infância e adolescência pela PUC-Campinas, mestrado pela Universidade de São Paulo (USP).

A especialista também foi assistente de pesquisa no KIND-Karolinska Institutet, em Estocolmo, Suécia. Atualmente ministra o curso  “O essencial para compreender o autismo em adultos”, voltado a profissionais da saúde e áreas biológicas, e parte da grade da Escola Internacional de Desenvolvimento. O curso acontece de forma remota – saiba mais pelo site.

Com Assessorias

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