A decisão tomada por algumas operadoras de saúde de suspender a realização de qualquer exame laboratorial e/ou procedimento médico que não se enquadrem em situação de urgência e emergência tem provocado polêmica. De um lado, pessoas que defendem o fechamento dos laboratórios, para evitar aglomerações durante a pandemia do novo coronavírus. De outro, as empresas que justificam que não podem deixar de atender pacientes que já tinham exames marcados, sob pena de agravarem seu quadro de saúde.

Com apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (que representa os laboratórios de exame laboratorial) se manifestou contrária à recomendação de limitar a circulação de pessoas para reduzir o índice de contaminação pela COVID-19.

A posição divulgada por algumas operadoras de saúde de, simplesmente, não mais autorizar e, ainda, cancelar as autorizações eletivas já concedidas, indistintamente, é extremamente preocupante. Um caso considerado eletivo, hoje, pode, em uma ou duas semanas, tornar-se urgente e assim fragilizar e expor pacientes ao risco maior de contaminação. Serviços de saúde são essenciais e determinados grupos de pacientes, como aqueles com doenças crônicas, por exemplo, não podem ficar sem a devida assistência (exames, consultas e procedimentos). Muitos destes cuidados e serviços não se enquadram na definição de urgentes ou emergentes, o que não significa que possam aguardar”, diz a nota.

Ainda de acordo com a entidade, não se pode permitir que diabéticos crônicos descompensem, para então se tornarem ainda mais vulneráveis ao coronavírus. Não se pode deixar de realizar os exames que irão subsidiar tratamentos oncológicos ou terapias de anticoagulação, ou ainda inviabilizar o trabalho das clinicas de hemodiálise. São exemplos, dentre inúmeros outros, que não podem aguardar a resolução da pandemia,e não podem ser sumariamente excluídos das autorizações das operadoras de saúde.

“Vale ressaltar que os serviços laboratoriais e de diagnóstico por imagem estão cumprindo os protocolos da vigilância sanitária para minimizar a possibilidade de disseminação do vírus durante o atendimento nas unidades ambulatoriais, da mesma forma que precisam atender as demais necessidades da população, que não apenas às relacionadas à COVID-19″, diz a nota.

Efetivamente, diante do quadro atual de saúde pública que enfrenta o país, é de se recomendar que as solicitações de exames complementares e contexto ambulatorial sejam limitadas aos casos inadiáveis. Todavia, é imperioso que a avaliação da necessidade ou não da realização dos exames, procedimentos médicos, consultas é ATO MÉDICO, cuja competência é exclusiva do médico do paciente, único profissional que possui capacidade para avaliar os riscos implicados no caso concreto”, justifica, em nota

Rede com 800 laboratórios mantém atendimento

Dasa, rede com mais de 800 unidades de medicina diagnóstica no Brasil, informou que não interromperá seus serviços de medicina diagnóstica para não deixar desassistidos pacientes com doenças crônicas, gestantes, em acompanhamento de sintomas de gripe e o serviço de retaguarda para hospitais. As 450 unidades da rede (que realizam exames de análises clínicas e de imagem) e o Núcleo de Atendimento ao Cliente (NAC), que faz o agendamento desses serviços, seguem em funcionamento por prestarem serviço essencial para a população. 

O estado de pandemia, declarado desde 11 de março pela Organização Mundial de Saúde (OMS), colocou o mundo em alerta. Diante desse cenário e para evitar a propagação do vírus, o Ministério da Saúde decretou emergência em saúde pública com medidas restritivas para todos os serviços que envolvem atendimento ao público e não são considerados essenciais. Os decretos estaduais autorizam, portanto, o funcionamento de serviços essenciais à população”, explicou.

Ainda de acordo com a Dasa, tanto as unidades de medicina diagnóstica como o NAC estão priorizando atendimento para exames indispensáveis, além de seguir recomendações e protocolos de segurança estabelecidos pelas autoridades sanitárias. Os procedimentos foram, inclusive, readequados para cumprir o disposto nas resoluções que suspendem o atendimento eletivo de pacientes estáveis.

Rede mantém apenas 60% do atendimento

Já o Grupo Pardini, que controla 12 unidades do Centro de Medicina Nuclear da Guanabara, decidiu manter apenas 60% do seu atendimento, de forma alinhada às medidas preventivas orientadas pelo Ministério da Saúde para o plano de contingência de infecção humana pela COVID-19 e tendo em vista suas responsabilidades com seus colaboradores e com a sociedade, de maneira geral. No Rio de Janeiro, as unidades de Jacarepaguá e Méier foram fechadas e outras 10 foram mantidas. O grupo divulgou as seguintes medidas emergenciais:

1.     Fechamento temporário de 40% de suas 123 unidades próprias de atendimento ao cliente, sendo: 32 das 76 em Belo Horizonte e região metropolitana (marcas Hermes Pardini, Ecoar e Humberto Abrão), 15 das 30 em Goiânia (marca Padrão) e 2 das 12 no Rio de Janeiro (marca Centro de Medicina Nuclear da Guanabara), bem como alteração no horário de funcionamento das 74 lojas que permanecerão abertas;

2.     Manutenção e reforço da equipe de atendimento em unidades estratégicas, que permanecerão em funcionamento em Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo;

3.     Reforço significativo nas estruturas de atendimento em domicílio em Minas Gerais, Goiás e São Paulo, tanto para realização de testes para detecção da Covid-19 quanto para coleta de outros exames e aplicação de vacinas;

4.     Reforço no atendimento a mais de 500 hospitais em todo o país, em especial com testes relacionados à Covid-19;

5.     Manutenção e reforço do serviço de apoio a 6 mil laboratórios, em 1,9 mil municípios brasileiros.

Plano de contingência prevê férias coletivas

De acordo com o vice-presidente do Grupo, Alessandro Ferreira, é importante destacar que as decisões foram tomadas levando-se em conta a manutenção do atendimento emergencial a pacientes, via hospitais e laboratórios parceiros. A estrutura dimensionada garante a continuidade do atendimento sem qualquer perda com relação a prazos, qualidade ou disponibilidade de equipes. “Nosso plano de contingência visa  priorizar e facilitar o acesso daqueles que mais precisam nesse momento, de forma segura”, reforça Alessandro Ferreira.

Como consequência da mudança na dinâmica dos atendimentos, devido à baixa demanda de outros serviços nas unidades próprias, e alinhado aos motivos de saúde pública que orientam o isolamento social, o Grupo Pardini também iniciará um processo de férias coletivas para parte de sua equipe de atendimento e backoffice. A diminuição da circulação de colaboradores, que atuam em funções não essenciais nesse período crítico, faz-se necessária e adequada para a segurança de todos.

O Grupo Pardini reafirma seu compromisso com a medicina diagnóstica do país. Por isso, vem mantendo contato permanente com o Ministério da Saúde, Anvisa e Secretarias Estaduais de Saúde, compreendendo a melhor maneira de contribuir com toda a cadeia de saúde. A companhia reitera ainda o agradecimento à rede de parceiros, fornecedores, clientes e autoridades de saúde, que têm realizado um trabalho estruturado e correto frente aos desafios que se impõem ao setor, à sociedade e ao país. Seguiremos juntos. Mantendo sempre a transparência, tão logo haja novidades ou a normalização dos serviços, todos serão comunicados”, diz o texto.

Cuidamos da saúde das pessoas e não podemos parar. Nos mobilizamos para o lançamento desse pacote emergencial para otimizar nossa operação nesse momento de crise, colocando as pessoas certas nos lugares certos, ampliando protocolos de segurança e contribuindo para reduzir o número de pessoas nas ruas”, explica Pedro de Godoy Bueno, presidente da Dasa e da Ímpar.

Pacote de medidas para ajudar a combater a COVID-19

Dias antes, a Dasa anunciou um pacote de medidas imediatas para contribuir com isolamento social. “Cuidamos da saúde das pessoas e não podemos parar. Nos mobilizamos para o lançamento desse pacote emergencial para otimizar nossa operação nesse momento de crise, colocando as pessoas certas nos lugares certos, ampliando protocolos de segurança e contribuindo para reduzir o número de pessoas nas ruas”, explica Pedro de Godoy Bueno, presidente da Dasa e da Ímpar.

  • Lançamento de plataforma de conscientização e educação sobre coronavírus, disponível em www.dasa.com.br/coronavirus: a população pode se informar, tirar dúvidas, desmitificar fake News, conhecer as melhores práticas e atualizar das últimas notícias;
  • Abertura de novas frentes de atendimento médico via telemedicina para os médicos da Dasa que desejarem oferecer orientações clínicas para pacientes com sintomas gripais e coronavírus, via Conexa Saúde, em conjunto com a GSC – Integradora de Saúde;
  • Priorização do exame específico para detecção do COVID-19 para casos críticos e no atendimento hospitalar. O teste NÃO é realizado em unidades físicas e a Dasa não requer mais contraprova, por reconhecimento do Instituto Adolfo Lutz;
  • Reforço do serviço de coleta domiciliar para evitar circulação de pacientes nas ruas e aglomerações nas unidades laboratoriais;
  • Isenção da taxa de atendimento em casa para pacientes com mais de 60 anos;
  • Unificação do atendimento em 450 unidades, do total de 737 laboratórios espalhados por todo o Brasil, para a realização de exames urgentes ou críticos. Haverá suspensão temporária das atividades de certas unidades, sendo que as principais permanecerão abertas para assegurar a oferta de serviços à população;
  • Reforço de contingente para unidades laboratoriais dentro de hospitais. Colaboradores das unidades com operação suspensa entrarão em férias ou serão deslocados para funções na rede hospitalar;
  • Reforço de EPIs (máscaras, luvas e equipamentos de acordo com função) para colaboradores que continuarem na linha de frente de atendimento aos pacientes;
  • Protocolos mais rígidos de desinfecção das unidades laboratoriais, com contratação de serviço extra;
  • Exames urgentes ou críticos podem ser marcados ou reagendados pelo serviço de Agendamento Digital no site de cada laboratório, para mais comodidade;
  • Alocação de 100% do time com possibilidade de trabalho remoto em esquema de home-office, como administrativo, financeiro, jurídico, marketing etc.

Com Assessorias

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