Três dos quatro estados da Região Sudeste – São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo – apresentam crescimento do número de hospitalizações por influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VRS) e rinovírus, de acordo com o Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (18/7), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O VSR é o vírus responsável pela bronquiolite, que afeta sobretudo os bebês. A doença começa com febre e tosse, mas progride para um quadro de cansaço e insuficiência respiratória e pode levar à morte.

No Norte do país, os estados do Amapá, Roraima e Pará ainda registram crescimento de novas hospitalizações em crianças pequenas, causados pelo VSR e pelo rinovírus. No entanto, o estudo sinaliza que, no geral, continua a cair o número de novas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)no país como um todo. A análise abrange dados até a semana epidemiológica 28, de período de 7 de junho a 13 de julho.

Este ano, foram notificados 97.469 casos de SRAG, sendo 47.401 (48.6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 36.829 (37.8%) negativos e ao menos 7.664 (7.9%) aguardando resultado laboratorial.  Entre os casos positivos, 45% são de VSR; 19.3% de influenza A; 8.8% de Sars-CoV-2 (Covid-19) e 0.4% de influenza B.

Em 2024 foram registrados 5.982 óbitos por SRAG, sendo 3.243 (54.2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.220 (37.1%) negativos e ao menos 153 (2.6%) aguardando resultado laboratorial. A maioria das mortes (55.5%) continua sendo por SARS-CoV-2 (Covid-19). Dentre os positivos do ano corrente, 28.2% são de Influenza A, 10.2% vírus sincicial respiratório e 0.5% Influenza B.

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A prevalência entre os casos positivos de SRAG foi de:

  • 38.8% para vírus sincicial respiratório;
  • 21.5% para influenza A;
  • 8.7% para Sars-CoV-2 (Covid-19) e  
  • 1% para influenza B.

A prevalência entre os casos positivos foi de 40.7% para influenza A, 1.1% para influenza B, 17.9% para VSR e 26.2% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os casos positivos do ano corrente, 19.3% são de influenza A, 0.4% de influenza B, 45% de vírus sincicial respiratório e 18.8% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

No RJ, rinovírus passa a predominar entre crianças e idosos

Crianças de até 4 anos seguem como mais afetadas pelo Rinovírus e pelo vírus da bronquiolite

Já no Estado do Rio de Janeiro, houve uma mudança nos agentes infecciosos de SRAG em crianças até quatro anos e idosos acima de 80. Na nova edição do Panorama de Síndrome Respiratória Aguda Grave e Vírus Respiratórios (Panorama SRAG), divulgada na última terça (16) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), o Rinovírus passou a predominar nos dois grupos, enquanto o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) deixou de ser o predominante em crianças de até quatro anos.

Segundo dados do Painel Viral do Lacen-RJ, o laboratório estadual de referência, na faixa etária de crianças até quatro anos, os principais agentes infecciosos são o Rinovírus (37,19%) e o Vírus Sincicial Respiratório (30,71%) – este último, um dos causadores da bronquiolite. Em idosos, acima de 80 anos, o Rinovírus também prevalece como principal agente infeccioso (20,83%), com o SARS-Cov2 (10,71%) vindo em segundo.

Os dados estão no link, no Painel de Indicadores Precoces e se referem às Semanas Epidemiológicas (SE) 25 a 27, entre o período de 16 de junho a 6 de julho. A estimativa foi de 476 internações, com 344 já registradas, para a semana epidemiológica 25. Para a SE 26, foram 443 internações estimadas, sendo que 237 internações já estão registradas; para a SE 27 foram estimadas 410 internações, com 228 já registradas de SRAG.

Aumento de internações por Covid-19 entre idosos no Norte e Nordeste

A Covid-19, apesar de ainda circular em níveis baixos quando comparada com seu histórico de circulação, apresenta uma ‘ligeira atividade’ em estados do Norte e Nordeste, já sendo a segunda maior causa de óbitos por SRAG em idosos nas últimas semanas. O vírus tem sido a principal causa de internação por SRAG entre os idosos no Amazonas, Ceará e Piauí nas últimas semanas.

É importante que os hospitais e as unidades sentinelas de síndrome gripal dessas regiões reforcem a atenção para qualquer sinal de aumento na circulação do vírus”, diz a pesquisadora do Programa de Processamento de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella.

Vacinação contra a Covid-19 e influenza é fundamental

Diante dos novos números no Estado do Rio de Janeiro, a secretária de Saúde Cláudia Mello voltou a reforçar que a vacinação contra a gripe é o principal método de prevenção, uma vez que ajuda a evitar o agravamento dos casos de síndromes respiratórias agudas graves. “Este período do ano é muito caracterizado pelo crescimento de síndromes respiratórias. Por isso mesmo, a atenção precisa ser redobrada”, diz ela.

A vacina contra o vírus da influenza protege para as cepas H3N2 e H1N1, que estão circulando no momento, e está disponível para a população prioritária nas unidades de saúde da rede estadual. Também na visão dos pesquisadores do InfoGripe, o cenário atual ainda requer atenção da área de saúde e cuidados por parte da população. Tatiana Portella reforça a importância da vacinação contra a Covid-19 e influenza. Ela ressalta que todas as pessoas elegíveis devem se vacinar.

Chama atenção ainda que outras recomendações importantes nesta época do ano são o uso de máscaras em locais fechados, em locais com menor circulação de ar e também nos postos de saúde.

Em caso de aparecimento de sintomas, além de procurar um médico, é importante, se possível, ficar em casa em isolamento, se recuperando e também evitando transmitir esses vírus para outras pessoas, principalmente para aquelas que fazem parte do grupo do risco e têm a chance de desenvolver um quadro mais grave dessas doenças, como idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades”, orienta.

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Veja como estão os casos nos estados e capitais

De acordo com o Boletim Infogripe, da Fiocruz, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, seis estados apresentam alta de casos de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Espirito Santo, Minas Gerais, Pará, Roraima e São Paulo.

Entre as capitais, dez têm sinal de crescimento de casos da síndrome no período: Belém (PA), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Macapá (AP), Maceió (AL), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de 21.5% para influenza A, 1% para influenza B, 38.8% para VSR e 8.7% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Dentre os positivos do ano corrente, 28.2% são de Influenza A, 0.5% Influenza B, 10.2% para vírus sincicial respiratório, e 55.5% SARS-CoV-2 (Covid-19).

A prevalência entre os casos positivos foi de 38.8% de vírus sincicial respiratório; 21.5% de influenza A; 8.7% de Sars-CoV-2 (Covid-19) e 1% de influenza B. Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 40.7% para influenza A; 26.2% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 17.9% para VSR e 1.1% para influenza B.

 

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Tatiana Portella aponta a interrupção do crescimento dos casos de VSR e influenza A em alguns estados do Centro-Sul.  Mas ainda se mantém o crescimento dos casos dos vírus influenza, VSR e rinovírus na maioria dos estados do Sudeste.

A análise mostra ainda que alguns estados do Norte também apresentam manutenção do aumento do VSR e rinovírus em crianças pequenas. Em nível nacional, o InfoGripe aponta indícios de queda de SRAG, na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na tendência de curto prazo (últimas três semanas).

O novo cenário se deve a uma queda ou interrupção no crescimento de SRAG por VSR e influenza A em muitos estados, embora ainda esteja em ascensão em alguns. A análise é referente à Semana Epidemiológica 28, no período de 7 de junho a 13 de julho, e tem como base os dados do Sivep-Gripe até 29 de junho.

Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.

Da Agência Fiocruz e SES-RJ

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