O medo de contrair a Covid-19 e os impactos sociais e econômicos gerados pela crise sanitária continuam a rondar os brasileiros, 15 meses após o início da pandemia. A pesquisa MentalCovid, conduzida pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), revela que o fator que afeta a saúde mental das pessoas durante a pandemia é o medo e a preocupação em pegar o vírus, e não apenas a infecção por si só.

A casa, que sempre foi sinônimo de conforto, bem estar e ambiente de descanso, foi invadida pelo trabalho e, subitamente, fomos obrigados a passar a maior parte do tempo dentro de nossas residências. Com isso, o distanciamento social transformou não só a rotina, mas também os hábitos de consumo, principalmente para o ambiente residencial. A incerteza causada pelo novo vírus levou as pessoas a darem mais atenção ao bem estar – tanto individual, quanto de toda a família.

Em tempos de pandemia, mais do que luvas, máscaras e álcool em gel, o consumidor busca aliar tecnologia às suas estratégias de prevenção. A crise sanitária incentivou o brasileiro a consumir mais produtos de higiene pessoal e de limpeza para casa. Um estudo da MindMiners, realizado a pedido da agência Leo Burnett, aponta que produtos de higiene pessoal (30%) e produtos de limpeza para a casa (21%) lideram o ranking de categorias que, segundo os consumidores, são os itens mais buscados.

O estudo revela que as pessoas se tornaram mais cautelosas com os cuidados de higiene pessoal, um reflexo da necessidade de evitar a contaminação pela covid-19. Desta forma, é essencial manter o ambiente mais frequentado no último ano, a própria casa, em boas condições e livre de patógenos como bactérias e vírus, incluindo o Sars-Cov- 2.

Com o aumento da busca por alternativas antivirais, o mercado hoje traz diversas soluções que combatem patógenos, inclusive para o ambiente doméstico. Há alternativas que podem e devem ser tomadas para evitar o contágio e ajudar a diminuir o medo de contrair a doença. Tais soluções incluem o uso de máscaras de proteção, distanciamento social e utilização de produtos que inativam o coronavírus em diversos materiais e superfícies, chamados anticovid.

Equipamentos de desinfecção por UVC

Prova disso é o crescimento do mercado global de equipamentos de desinfecção por ultravioleta (UVC), que fazem a desinfecção e descontaminação de objetos e alimentos; assim como daquelas varinhas de luz e plataformas de chão, cada vez mais presentes em empresas e comércios.

Estudo divulgado pela consultoria americana Allied Market Research (AMR) projeta um salto de 17,3% na taxa de crescimento anual composta (CAGR) deste setor, que já fatura mais de 1,6 bilhões de dólares e, em 2027, deve alcançar 5,7 bilhões de dólares – ainda conforme a AMR. O estudo aponta também que há outros fatores (até mais importantes) a garantirem a expansão do segmento, até 2.027.

Um deles é o grande potencial de ampliação do uso da tecnologia UV para desinfecção e tratamento de água (em grande escala) e, até mesmo, para purificação do ar. Embora tenha como base uma tecnologia já bastante conhecida (e largamente utilizada em ambientes hospitalares), o principal fator que explica a tendência de alta neste segmento é a expansão do uso doméstico de equipamentos de desinfecção, à base de UVC. E uma das razões, claro, é a pandemia.

“Esse mercado é impulsionado principalmente pelo desenvolvimento de novos equipamentos, de baixo custo, mais eficazes, ecologicamente corretos, de fácil operação e com funcionamento livre de resíduos”, destaca o estudo da Allied Market Research.

Soluções anticovid para ter em casa

Com o aumento da busca por alternativas antivirais, o mercado inovou e traz diversas soluções que combatem patógenos, inclusive para o ambiente doméstico. Hoje é possível ter plástico filme, estofados e artigos para bebês com proteção contra o novo coronavírus, que afirmam ter sua eficácia comprovada em laboratório. Há até mesmo eletrodoméstico que promete eliminar vírus e bactérias em alimentos e objetos pessoais, além de móveis de cozinha que prometem ação vitalícia contra o novo coronavírus.

Confira alguns desses produtos:

Aparelho para descontaminar alimentos e objetos

Uma novidade é um novo aparelho que promete fazer a desinfecção completa de objetos e alimentos, eliminando em poucos minutos vírus, bactérias e fungos. Denominado ‘UOVO’, o aparelho foi desenvolvido pela startup Uovo Labs, sendo lançado em maio como o primeiro eletrodoméstico do Brasil a realizar essa função.

“O UOVO faz a descontaminação rápida de itens como compras de mercado, frutas, bebidas, mamadeira, chupetas, celular, carteira, chave, óculos. Tudo isso em três minutos, sem qualquer risco à saúde”, afirma Felipe Guerra, idealizador do eletrodoméstico, que chega a custar R$ 1,3 mil. A expectativa é atingir um público de 10 milhões de pessoas ao longo dos próximos meses.

O sócio Rafael Soares enfatiza o potencial que o UOVO tem para ser agregado ao dia a dia do consumidor brasileiro. “É um produto altamente seguro e que, nos próximos anos, certamente estará na casa de muita gente, como qualquer outro eletrodoméstico”, aposta. “Quanto mais as pessoas têm o conhecimento sobre a contaminação de vírus e bactérias em sua saúde, naturalmente elas reforçam seus hábitos de limpeza e melhoram a qualidade de vida”, destaca o também sócio Márcio Pacheco.

Felipe, Rafael e Márcio, criadores do aparelho que descontamina alimentos e objetos (Foto: Divulgação)

Plástico filme anticovid

Um dos itens é o plástico filme anticovid. O material – que sempre esteve muito presente em casa, principalmente nas cozinhas – hoje conserva e protege não apenas alimentos, mas também diversos produtos contra o coronavírus, como celulares, controles remotos, teclados de computadores, dentre outros objetos compartilháveis.

A partir da realidade causada pela crise sanitária, a empresa de plástico filme PVC Alpfilm remodelou seu produto para ajudar no combate à proliferação do vírus. O plástico anticovid Alpfilm Protect, que antes da pandemia já contava com propriedades antifúngicas e bactericidas, passou por uma série de estudos para adequações e assegurar a eficácia contra o novo coronavírus. O resultado foi um plástico filme que apresenta cerca de 80% de inativação nos primeiros três minutos, chegando a 99,99% de eficácia em até 15 minutos.

O produto foi testado e teve a eficiência comprovada pela empresa QuasarBio, referência em ensaios com SARS-Cov-2 que tem laudos protocolados pelo professor Lúcio Freitas, especialista no assunto. Os ensaios foram realizados em laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), especializado na manipulação de microrganismos com alto grau de patogênicos e obedecendo às Boas Práticas de Laboratório (BPL).

“O AlpFilm Protect, que age contra patógenos do dia a dia, possui na composição uma solução que inativa a proliferação de fungos e bactérias desde 2014. E, diante dos desafios impostos pela Covid-19, decidimos voltar as nossas atenções para a pesquisa e desenvolvimento de um produto que reduz a transmissão do novo vírus por contato”, explica a diretora de Comércio Exterior e Marketing da Alpes, Alessandra Zambaldi.

Tecidos anticovid

Hoje é possível manter as peças de dentro do guarda-roupa protegidas. O Brasil conta com tecidos que inibem o coronavírus no qual inclui uniformes profissionais e máscaras de proteção individual anticovid. O tecido contra o vírus também está presente em toalhas de mesa de restaurantes e roupas de cama, como porta-travesseiros, disponíveis nos hotéis brasileiros.

A empresa de tecidos Delfim desenvolveu o tecido antiviral e antibacteriano que inativa o Sars-Cov-2 em até um minuto por contato. Com certificação da Unicamp, o produto conta com 93% de capacidade para filtração bacteriana. Os tecidos já estão sendo utilizados também nos centros hospitalares, por meio de uniformes e também em comércios: restaurantes (toalhas de mesa) e nos hotéis, com proteção de tecido anticovid em colchões e travesseiros.

Estofados anticovid

A empresa também disponibiliza a proteção antiviral nos revestimentos sintéticos que podem ser aplicados em estofados, como sofás, poltronas, cadeiras, pufes, cabeceiras de cama e outros estofados residenciais e corporativos. Segundo a empresa, a linha de revestimentos antivirais foi submetida a testes rigorosos, em laboratório de nível de biossegurança 3, que comprovam a eficácia em inativar o vírus Sars-Cov-2 em três minutos.

Produtos para bebês

Apesar dos estudos demonstrarem que crianças e bebês não estão dentre o grupo de risco do novo coronavírus, ainda assim, é essencial mantê-los saudáveis. Com isso, a proteção antiviral também está presente em produtos para a rotina com os pequenos. Hoje, a empresa de laminados Cipatex oferece a tecnologia em revestimentos para aplicação em andadores, banheiras, cadeiras para refeição e carrinhos para bebês com ação contra o Sars-Cov-2.

Móveis de cozinha prometem ação anticovid vitalícia

Fabricante de móveis de cozinha afirma que tecnologia anticovid dura a vida inteira (Foto: Divulgação)

Antes da pandemia da Covid-19, design e qualidade eram algumas das principais preocupações ao planejar o mobiliário residencial, corporativo ou comercial. Agora, além disso, o cuidado com a saúde passou a ser um grande diferencial no design de interiores. A Guararapes, especializada na produção de painéis de MDF, desde 2015, utiliza a tecnologia NanoxClean® que elimina bactérias, vírus e outros microrganismos e tem ação vitalícia.

No ano passado, os painéis de MDF da Guararapes foram submetidos a testes que também comprovaram a eficácia da tecnologia ao inativar em poucos minutos 99,9% do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19.  Os testes foram conduzidos pela empresa especializada Quasar Bio. Os ensaios foram realizados em laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), responsável por isolar o SARS-Cov-2 no Brasil, e foi liderado pelo pesquisador Lúcio Freitas Júnior.

Passo a passo do teste – A linha decorativa da Guararapes recebe a proteção NanoxClean® por meio de uma lâmina de melamina com as micropartículas de prata, que é prensada na superfície dos painéis de MDF. Os testes foram realizados através de amostras do MDF Guararapes com e sem a proteção NanoxClean®.

Os produtos foram expostos ao SARS-CoV-2 por meio de uma imersão em tubos que continham grandes quantidades do vírus. Dessa forma, foi avaliada a capacidade do produto tratado de inativar as partículas virais em um intervalo de contato de 10 minutos e 30 minutos. No período mínimo, a proteção já tinha eficácia de 68,4%. Segundo a marca, um diferencial é que a tecnologia não é afetada pela limpeza diária, por isso tem ação vitalícia.

“Quando desenvolvemos a proteção antimicrobiana para nossos painéis de MDF, em conjunto com a Nanox®, o objetivo era contribuir para ambientes mais saudáveis para os lares das pessoas. Com o surgimento da Covid-19, realizamos diversos estudos em conjunto com pesquisadores da Quasar Bio e da Nanox®, e conseguimos comprovar a eficácia de nossa tecnologia exclusiva e pioneira no setor”, diz Humberto Oliveira, gerente de Marketing da marca.

Tecnologia Nanox Clean

A tecnologia NanoxClean® foi patenteada no setor há mais de cinco anos pela Guararapes junto à Nanox®, startup brasileira referência no desenvolvimento de materiais inteligentes. Pensada inicialmente para evitar a proliferação de fungos e bactérias no MDF, a proteção já está presente em todo o portfólio decorativo da marca há cinco anos. Ou seja, móveis fabricados com MDF decorativo Guararapes a partir de 2015 já têm essa proteção.

A tecnologia NanoxClean® cria uma barreira de proteção à base de nanotecnologia que quando está em contato com os agentes patógenos, inativa os vírus, fungos e bactérias. Isso se deve à propriedade natural de seu ativo, a prata, que já é conhecida por sua ação antibacteriana. No caso do SARS-CoV-2, a prata oxida a camada externa do vírus, eliminando-o da superfície.

Nós já conhecíamos a ação antiviral da nossa tecnologia e há estudos inclusive que comprovam sua eficácia contra outros vírus, como o H1N1. Mesmo assim, como o novo coronavírus tem uma durabilidade maior que todos os outros, em especial nas superfícies, foi muito importante comprovar essa efetividade com o próprio SARS-CoV-2. Dessa forma, com o uso da tecnologia podemos minimizar a contaminação cruzada – quando alguém assintomático toca uma superfície e, posteriormente, outra pessoa se infecta no mesmo local”, detalha Gustavo Simões, Co-fundador e CEO da Nanox®.

Com Assessorias

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