A semaglutida, princípio ativo do Ozempic, Monjauro, medicamentos utilizados para o tratamento do diabetes tipo 2, despertado interesse em novas áreas de aplicação médica. A medicação também já é indicada para perda de peso, porém, há evidências de que a semaglutida pode ajudar na redução do consumo de álcool.
“Nós, médicos que indicamos a semaglutida para os pacientes elegíveis, notamos essa redução do desejo de consumir bebida alcoólica. Estudos recentes em modelos animais também reforçam essa possibilidade, mostrando que quanto maior a dose de semaglutida, menor o consumo de álcool em ratos que tinham dependência”, conta a endocrinologista Lorena Lima Amato.
Embora essas descobertas sejam promissoras, Dra. Lorena ressalta que é muito precoce falar que Ozempic e Monjaro terão indicação para o tratamento do alcoolismo. “Mas não deixa de ser uma perspectiva, que pode ajudar pacientes a perder peso, controlar o diabetes e talvez ainda diminuir o consumo do álcool”, analisa a endocrinologista. Essa indicação seria especialmente relevante para pacientes pós-bariátricos, que podem ter maior predisposição ao alcoolismo.
Melhora da fertilidade
No que diz respeito à semaglutida, embora não haja estudos científicos específicos ligando diretamente o medicamento à fertilidade, Dra. Lorena comenta que “tem muita evidência que a perda de peso melhora a fertilidade de homens e mulheres”.
Ozempic e Monjaro manipulados
Com tantos benefícios, alguns já comprovados cientificamente e outros ainda não, a semaglutida é vista por muitos como a “salvação – a solução de todos os problemas”. Mas é bom ter cuidado. É importante destacar os riscos associados à compra de Ozempic e Monjaro manipulados, que têm sido promovidos sem limites nas redes sociais.
A manipulação desses medicamentos ainda não tem a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tornando-se um perigo potencial para a saúde, ocasionando reações indesejadas e até desconhecidas pelos médicos, colocando em risco a segurança e a eficácia do tratamento”, esclarece a médica.
90 mil brasileiros morrem por ano em decorrência do alcoolismo
Consumo excessivo de bebidas alcóolicas levou à morte de 2 milhões pessoas no mundo
Segundo o último relatório sobre a situação mundial de álcool, saúde e o tratamento de transtornos por uso de substâncias, produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), dois milhões de mortes são atribuídas ao consumo de álcool e 500 mil mortes estão relacionadas ao uso de drogas psicoativas, por ano.
Já o Relatório Mundial sobre Drogas 2024, World Drug Report, realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), aponta aumento do consumo de drogas e álcool no mundo. O agravamento pode estar relacionado ao mercado de drogas, a oferta e o acesso a novos opioides, substâncias analgésicas potentes que atuam no sistema nervoso central, segundo o estudo.
Ainda segundo o levantamento, no mundo, cerca de 292 milhões de pessoas usaram drogas em 2022, um aumento de 20% em relação à década anterior. Com 228 milhões de usuários a canabis representa a maior parcela entre os usuários, na sequência os opioides com 60 milhões, anfetaminas (30 milhões), cocaína (23 milhões) e ecstasy (20 milhões de usuários).
O uso de drogas impacta a saúde de 64 milhões de pessoas em todo o mundo, contudo apenas uma em cada 11 pessoas recebem tratamento adequado. O relatório indica ainda que as mulheres têm menos acesso a cuidados comparado com os homens, a cada sete homens uma mulher recebe atendimento terapêutico.
Com Assessorias