No Brasil, a cada mil meninas, 68,4 se tornam mães ainda na adolescência. Atualmente, mais de 434,5 mil adolescentes se tornam mães por ano no país, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos de 2020. Na Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência (1 a 8 de fevereiro), profissionais de saúde, educação e áreas sociais alertam sobre a importância de disseminar informações educativas e preventivas para reduzir a incidência da gravidez na adolescência.
“Questões econômicas, sociais, psicoemocionais também contribuem para tal fato, inclusive a falta de acesso ao sistema de saúde, que nos leva à falta de acesso ao planejamento familiar e ao uso correto de contraceptivos”, completa.
Fechamento de escolas na pandemia
Entre as causas de maternidade precoce estão os elevados índices de casamentos infantis, organizados pelas próprias famílias, a extrema pobreza, a violência sexual e a falta de acesso aos métodos anticoncepcionais. Esse problema de saúde pública eleva a prevalência de complicações gestacionais, além de abraçar problemas socioeconômicos ao induzir um ciclo vicioso de baixa escolaridade e pobreza.
Para Gabriel Monteiro, ginecologista, obstetra e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro, mais um fator pesou muito nesse cenário em 2020 e 2021: o fechamento das escolas em razão da Covid-19.
“Com as escolas fechadas, perde-se muito além da educação: perde-se também o contato social, o apoio de colegas e professores, o acesso a informações sobre saúde e direitos sexuais e reprodutivos, sendo que esses efeitos negativos recaem principalmente sobre as meninas. E quando se fala da população carente, depois que as meninas abandonam a escola e passam a ajudar em casa, a colaborar com a subsistência da família, geralmente é muito difícil elas voltarem”, destaca.
Com Assessorias