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Um dos principais medos de toda mulher que sonha em ser mãe é a hora do parto. Porém, cada vez mais, surgem meios para tornar esse momento mais confortável, entre eles, está a humanização do parto, que ajuda mãe e bebê durante este processo. Suzana Alves, a Tiazinha, teve seu primeiro bebê pelo método do parto humanizado. A atriz Carolinie Figueirido, a nutricionista Andrea Santa Rosa (esposa do apresentador Márcio Garcia) e a modelo Gisele Bündchen também já passaram pela mesma experiência.

Esse tipo de parto, que apesar de ainda gerar algumas dúvidas, vem crescendo, principalmente no setor público de saúde.  A esposa do ator André Ramiro, que interpretou o policial Mathias em Tropa de Elite, também deu à luz através do parto humanizado no Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda. O hospital é referência da rede pública de saúde quando o assunto é parto humanizado.

No trabalho desenvolvido pelos profissionais da unidade há extrema preocupação com o parto normal, seguramente o melhor e mais seguro método na hora do nascimento do bebê. Para isso, a equipe busca orientar as futuras mamães, desde o pré-natal até a chegada hora de dar a luz. “Acredita-se que no parto normal, aliado à humanização, os protagonistas são a gestante e seu filho que está para nascer. É uma forma de lidar com a mulher respeitando sua natureza e sua vontade”, afirma Ana Murai, ginecologista obstetra e diretora geral do Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda.

Segundo ela, a humanização do parto permite o uso de métodos não farmacológicos, ou seja, estratégias utilizadas no trabalho de parto para aumentar a tolerância à dor, como uso de água morna por exemplo. “Esses métodos são, basicamente, cuidados não invasivos prestados às parturientes que podem proporcionar muitos benefícios quando bem desenvolvidos”.

Glaucimara Gonzaga Nunes, coordenadora do serviço de obstetrícia do Hospital Real D’Or e do Hospital Oeste D’Or, esclarece alguns pontos sobre o parto humanizado

– O parto humanizado está restrito apenas às mães que optam pelo natural?

Não. Independentemente dos tipos de parto, seja cesárea ou normal, todos têm direito de serem humanizados. Isso se deve pelo fato de que ele não é uma forma de parir, mas um processo que visa respeitar as vontades e limites da mãe, o tempo de cada um dos envolvidos no nascimento, que dá protagonismo à mulher, que oferece suporte para superar dores e um possível desgaste físico e emocional, evitando, preferencialmente, qualquer tipo de intervenção.

– Qual é a finalidade do parto humanizado?

Humanizar o parto é uma proposta que integra condutas e procedimentos a fim de que mãe e filho possam vivenciar a experiência do parto natural.

– Quais são as condutas e procedimentos adotados no processo de parto?

No Hospital Real D’Or, por exemplo, a gestante encontra um ambiente acolhedor e uma equipe ciente de seu papel de contribuição no processo, oferecendo técnicas que possam minimizar as conhecidas “dores do parto”, como o estímulo a caminhada e o banho de chuveiro ou banheira, para que esta gestante e o bebê tenham bem-estar físico e emocional. O ambiente e a estrutura física são fatores importantes, mas o mais relevante no parto humanizado é o respeito e o cuidado com mãe e bebê.

– No parto humanizado natural é aceitável empurrar a barriga para o bebê sair, tática chamada Manobra Kristeller?

Não. O parto humanizado acredita na fisiologia natural do corpo feminino, logo, todas têm capacidade e força para expulsão do bebê. Importante ressaltar a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a Manobra Kristeller, pois oferece risco para a parturiente e o bebê.

– Como é o parto humanizado para aquelas que escolhem a cesárea?

Os profissionais envolvidos sempre buscam protagonizar as mães. Elas ficam um pouco mais limitadas nesse tipo de parto, porém, há meios para tornar este momento único, acolhedor e feliz para todos. Por exemplo, se não tiver nenhum fator que impossibilite o parto natural, o dever do profissional é ouvir o desejo da mãe. Se ela prefere um parto cesárea, então, que seja amparada nessa escolha. Geralmente, buscamos humanizar das seguintes formas: orientando sobre a realização da cesárea depois das 39 semanas; já no dia do nascimento, ficam na sala os familiares escolhidos pela parturiente; quando o bebê nasce, colocamos imediatamente nos braços da mamãe para, em seguida, estimular a primeira pegada no seio, para o aleitamento. Além disso, esperamos cessar o fluxo do cordão umbilical para, assim, cortá-lo, podendo ser feito inclusive por um familiar escolhido.

– Quais os conselhos para quem deseja um parto humanizado?

O mais indicado é que os cuidados se iniciem desde o pré-natal, quando a mãe, além de sua saúde, se prepara emocionalmente para a experiência de dar à luz. O parto humanizado começa muito antes do nascimento. Inicia-se na escolha dos profissionais, passa pelos exames e orientações, pela escolha do tipo de parto, pelo nascimento e finaliza quando mãe e bebê estão seguros e prontos para seguirem em frente juntos.

Da Redação, com assessorias

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