Não existe receita de bolo para ser um bom pai. O papel do pai na sociedade está se reinventando, de acordo com a construção da masculinidade moderna. A ideia de o homem poder demonstrar suas fragilidades, ficar com o filho enquanto a mulher sai para trabalhar, entre outras questões, aos poucos, já vai sendo acatada em muitos lares brasileiros.

O conceito de paternidade ativa e responsável se tornou ainda mais latente durante a quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus, que virou o mundo de muitas famílias de cabeça para baixo. Além do isolamento social e da adaptação para o home office, outro grande desafio foi a suspensão das aulas presenciais como forma de conter o avanço da doença. Assim, pais e filhos passaram a ficar juntos a maior parte do tempo.

Para ‘pai do coração’, a paternidade faz profissional melhor

O publicitário Elias Duarte Guedes, designer gráfico na Buysoft, pai não biológico da Esther, de oito anos, conta que o home office mudou muito a rotina de trabalho e o convívio em família. “O período em que estamos em casa está sendo muito bom, justamente para poder nos aproximar ainda mais, solidificando o vínculo familiar”, afirma.

Em casa, ele separa alguns momentos parar dar atenção exclusiva à pequena, assistindo desenhos animados juntos, fazendo uma pausa para um café da tarde, uns minutinhos para uma brincadeira. Essa proximidade maior da família durante a quarentena trouxe à tona também algumas questões sobre relação das empresas com as famílias dos profissionais.

Não vejo isso como algo que atrapalhe a rotina de trabalho; é algo que faz com que nos aproximemos ainda mais, já que estamos convivendo intensamente todos esses meses. O trabalho não deixa de ser feito, pois como estou em casa posso compensar esses períodos trabalhando um pouco mais e entregando dentro dos prazos”, conta Elias.

Mesmo sendo ‘pai de coração’, ele sente na pele o que significa a paternidade. E afirma que o fato de ser pai contribui para os resultados de muitos profissionais. “A paternidade faz com que sejamos ainda melhores no trabalho, pois queremos sempre poder dar o melhor aos filhos. É como se eu não trabalhasse apenas por mim, mas por mim e pela família que construí”, diz ele.

Casal aguarda por adoção há quase dois anos

Ademir, ao lado de Fabiana, se prepara para assumir o papel de pais: o casal aguarda pela adoção (Foto: Divulgação)

A forma como profissionais e executivos veem a paternidade tem se mostrado cada vez mais relevante no mundo corporativo. Muitas empresas vêm incentivando este convívio cada vez maior entre pais e filhos no ambiente de trabalho, seja em home office ou até mesmo nos escritórios. “Na Buysoft encontrei uma empresa de ‘cabeça aberta’, que não acredita no conceito definido de família certa ou errada, mas sim em uma visão de que todas as famílias devem ser respeitadas”, finaliza Elias.

O apoio da empresa também é importante para quem está na fila de adoção, como afirma Ademir Raimundo da Silva, analista de tecnologia da informação na Digisystem e marido da arquiteta de soluções Adobe na Buysoft, Fabiana Go. “Estamos há quase dois anos esperando pela nossa filha, certos de que o momento da adoção será o encontro mais importante de nossas vidas e que o dia dos pais, das mães e todos os 365 dias do ano serão incríveis com a nova integrante da família por perto”, afirma ele.

Ademir conta que quando Fabiana comunicou já na entrevista que ela estava ‘grávida’ e que, diferente da gravidez biológica, poderia durar um, dois, até cinco anos e o ‘nascimento’ seria repentino e demandaria uma licença sem nenhum aviso, o CEO da empresa imediatamente disse ‘sim’.

Entendemos que a adoção é um ato de amor em sociedade: família, amigos, trabalho. E estamos com a maior expectativa do mundo para compartilhar a história do nosso encontro com todos que adotaram nossa filha conosco. Feliz Dia dos Pais para todos os que estão esperando, com seus filhos nos braços ou que os perderam. Somos todos pais!”, afirma Ademir.

Crianças são bem vindas no ambiente de trabalho

Muitas vezes, a visão que se tem sobre empresas de tecnologia é de startups com vários jovens (solteiros, sem filhos, millenials), com foco no universo tecnológico, de games e tendências. Mas na Buysoft, empresa de licenciamento de software e soluções em TI, o quadro de funcionários é composto por pessoas de diferentes idades, interesses e composições familiares. A maioria da empresa é composta por mulheres sem filhos. Já entre os homens, vários são pais.

 O ambiente da empresa sempre foi aberto a crianças, mesmo antes da pandemia. “Dos bebês aos “crescidinhos”, muitas crianças já frequentaram os escritórios quando o colaborador precisasse levar o filho para o trabalho por alguma razão. A flexibilidade de horário dos colaboradores, que já era comum, agora foi ampliada ainda mais, principalmente para aqueles que precisam ajudar a cuidar dos filhos pequenos durante a quarentena.

Mesmo antes desse período, a empresa já incentivava a presença das famílias no ambiente empresarial – e não só a família dos sócios. Sempre foi comum a presença de crianças circulando entre as mesas, fazendo desenhos e conversando aqui e ali. Os filhos dos colaboradores geralmente se conhecem e fazem amizades entre si”, afirma Clemilson Correia, CEO da Buysoft.

Clemilson Correia, fundador e CEO da Buysoft, com seus filhos: “É impossível separar o pai do vendedor, ou a mãe da gestora” (Foto: Divulgação)

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Na Buysoft, o exercício da paternidade é visto como extremamente positivo para o ambiente de trabalho, a vida pessoal e a carreira de seus colaboradores. As reuniões incluem conversas sobre crenças, como todos enxergam o momento atual e o que tem valor para cada um. São realizadas dinâmicas e discussões e o assunto paternidade/maternidade vem à tona com frequência e é incorporado facilmente às temáticas de trabalho.

Para o executivo, “o ser humano é integral”. E tudo isso faz com que a forma de ver o mundo se torne menos dura e mais humanizada, mesmo com o mercado sendo competitivo e as metas audaciosas. “É impossível separar o pai do vendedor, ou a mãe da gestora. Uma família com problemas resulta em funcionários com problemas. É preciso um equilíbrio”, diz o CEO da Buysoft, citando Brian Dyson (ex-presidente da Coca-Cola Co.).

Imagine a vida como um jogo, no qual você faz malabarismo com cinco bolas que são lançadas no ar. Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito. O trabalho é a única bola de borracha – se cair e bater no chão, quica para cima – mas as outras quatro são de vidro. Se caírem no chão, quebrarão e ficarão permanentemente danificadas. Entendam isso e assim conseguirão o equilíbrio na vida” (Brian Dyson)

Empresa promove bate papo sobre paternidade

O Hurb (antigo Hotel Urbano) trouxe o tema paternidade responsável à tona para seus funcionários. Na última sexta-feira (7), em homenagem ao Dia dos Pais, a agência online de viagens promoveu um talk virtual interno, onde três de seus colaboradores puderam compartilhar a importância da paternidade por meio de suas histórias e facetas.

Alexandre Carbonell, lead product manager, lembrou o quanto foi importante o suporte à esposa durante a gestação e o pós-parto. Pai de um casal, destacou como a orientação da família influencia na transição dos filhos para a vida adulta. Fabio Nascimento, UX designer e pai de menina, contou como se preocupa em preparar a filha para uma sociedade ainda machista que ele assiste nos noticiários.

O coordenador comercial Raoni Herrero também salientou a relevância da presença paterna desde a gravidez. “É uma responsabilidade que deve ser compartilhada, afirma”. Herrero também pontuou a referência que teve de seus pais ao quebrar tabus dentro de casa, procurando levar o mesmo para a filha, no sentido de aceitar as diferenças, ter amigos de todos os estilos, sem importar o gênero ou classe social.

O Hurb promove todas as sextas-feiras o Happy People Hour para seus funcionários, que tem ocorrido online devido à pandemia de coronavírus. A agência de viagens sempre busca abordar temas em voga e que agreguem conhecimento dentro e fora do escritório. Alguns dos últimos assuntos levantados pela empresa foram Orgulho LGBTQI+ e Empoderamento Negro.

Campanha homenageia momentos dos ‘pais de quarentena’

Os últimos tempos alteraram bastante a rotinas de pais e mães, com novos desafios e grandes oportunidades: pais puderam estar presentes em vários grandes momentos de seus filhos. Neste Dia dos Pais, a Huggies®, lançou uma campanha para celebrar estas conquistas: o primeiro ‘lá vai ela’, o primeiro passo, o primeiro ‘ops’ e o primeiro ‘uau’ e todos os abraços que tornam esses instantes mais emocionantes.

O filme homenageia o jeito de cuidar de cada um, com a apresentação de fotos reais de pais que puderam abraçar as primeiras vezes de seus filhos, em momentos espontâneos que marcam o desenvolvimento dos bebês. Para a marca de fraldas da Kimberly-Clark, não existe certo e errado na criação dos filhos, por isso incentiva que cada pai siga seu instinto.

Percebemos muitos pais felizes por poderem estar presentes nos primeiros momentos de seus filhos: o primeiro movimento, a primeira papinha, o primeiro passo. Algo que talvez não acontecesse com tanta frequência em tempos normais. Para a execução, a gente sabia que precisávamos trazer essa verdade também. Por isso, decidimos fazer o filme todo com fotos reais de momentos únicos compartilhados entre pais e filhos nos últimos tempos”, contam Caio Scaff e Natália Mamede, dupla criativa da Accenture Interactive responsável pela campanha.

O filme de 90 segundos é veiculado no meio digital, no Youtube e Instagram, além da veiculação nos perfis embaixadores da marca, como Giovanna Ewbank, Karol Pinheiro, Rízia Cerqueira e Eupapai. Além do filme, nesta semana, a marca promoveu um bate-papo online sobre a jornada da paternidade nos tempos atuais. A conversa está disponível no perfil @paizinhovirgula no Instagram.

Com Assessorias (atualizado em 10/8/20)

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