O presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar a pandemia ao dizer que a ômicron é uma variante do coronavírus “bem-vinda”. Mike Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde), rechaçou a declaração. Segundo ele, apesar de, aparentemente, não provocar casos tão severos de Covid-19, a nova variante tem levado muitas pessoas, principalmente não vacinados, a leitos de terapia intensiva ao redor do mundo.
“Esta não é uma doença leve. […] Eu acredito que é muito importante que nós lembremos que ainda depende de nós – o diretor-geral [da OMS] diz muito isso. Não é o momento de desistir, de capitular, de dizer que esse é um vírus bem-vindo, especialmente quando a mortalidade pode ser prevenida pela vacinação.”
O mundo tem vivido recordes diários de novos casos de Covid-19, com a Ômicron já detectada em cerca de 150 países. A preocupação da OMS é maior em regiões com baixa cobertura vacinal.
“A Ômicron não tem matado ninguém. Ela tem capacidade de se difundir muito grande, mas a letalidade é muito pequena. Dizem até que seria um vírus vacinal. Alguns estudiosos sérios e não vinculados a farmacêuticas dizem que a Ômicron é bem-vinda e pode sinalizar o fim da pandemia”, afirmou o presidente mais cedo.
Sobre a informação de que a variante identificada na África do Sul não provoca mortes, a resposta da OMS à pandemia veio da epidemiologista Maria van Kerkhove: “a Ômicron se transmite muito rapidamente e de forma muito eficaz entre as pessoas”.
“Não é possível evitar que ele [coronavírus] circule, mas podemos controlar a sua disseminação com as ferramentas: máscara, distanciamento, evitar aglomerações…”
Segundo a especialista, “neste momento, não podemos prevenir todas as infecções, mas podemos reduzir o número de casos”. A vacinação, ela complementou, é a forma mais eficaz de redução da gravidade dos casos de Covid-19.