Diante dos impactos da greve dos caminhoneiros e da baixa procura registrada em todo o país, o Ministério da Saúde resolveu prorrogar a Campanha de Vacinação contra a Influenza, que terminaria nesta sexta-feira (1), por mais 15 dias, até o dia 15 de junho. No Estado do Rio de Janeiro, apenas 24% das crianças foram imunizadas contra os vírus da gripe que estão circulando neste outono/inverno. Entre as gestantes a situação também preocupa, pois só 35% tomaram a vacina. Já entre os idosos, o número é um pouco maior, cerca de 58%.

Em todo o estado, a cobertura vacinal está em apenas 47,6%, com  2.163.345 pessoas vacinadas até 26 de maio, e a meta é imunizar cerca de 4,5 milhões de pessoas, segundo informações do Ministério da Saúde. No município do Rio, onde a meta é vacinar 90% dos grupos alvo recomendados da campanha, o que representa cerca de 1,4 milhão de pessoas, a cobertura os grupos prioritários chega a 52,1%, informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Ainda segundo a pasta, até o último sábado (26), 1.048.016 pessoas foram vacinadas contra a gripe na capital, sendo 819.590 integrantes dos grupos prioritários (idosos, crianças, gestantes, puérperas – mulheres até 45 dias após o parto –, e trabalhadores de saúde) e 228.426 dos demais grupos (doentes crônicos e professores). São mais de 230 unidades de saúde fazendo a vacinação, além de estações de Metrô a partir de segunda-feira (4). A pessoa pode consultar o endereço do posto mais perto de sua casa por este link.

O inverno é a época de maior circulação do vírus no território fluminense, por isso  precisamos que a população procure um posto de saúde para se vacinar, a fim de evitar o aumento das chances de transmissão, além das formas mais graves da doença entre os grupos suscetíveis. É importante que todo público-alvo se vacine, mesmo os que já se vacinaram em outra ocasião”, comenta a subsecretária estadual de Vigilância em Saúde, Cláudia Mello.

Rio tem quatro mortes por gripe

As doses aplicadas durante a 20ª Campanha de Vacinação contra a Influenza imunizam contra os três subtipos de gripe que mais circulam no inverno: A/H1N1, A/H3N2 e Influenza B. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que, de janeiro até 22 de maio deste ano, foram notificados 384 casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado do Rio, sendo nove deles causados pelo vírus H1N1 e 19 provocados pelo vírus H3N2. No mesmo período foram notificados 39 óbitos por SRAG, sendo 3 por H3N2 e um por H1N1.

O último boletim de influenza do Ministério da Saúde aponta que, até 26 de maio, foram registrados 2.088 casos de influenza em todo o país, com 335 óbitos. Do total, 1.262 casos e 218 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 412 casos e 58 óbitos. Além disso, foram 219 registros de influenza B, com 27 óbitos e os outros 195 de influenza A não subtipado, com 32 óbitos.

Entre as mortes em decorrência dos vírus da influenza, a mediana da idade foi de 50 anos. A taxa de mortalidade por influenza no Brasil está em 0,16% para cada 100.000 habitantes. Dos 335 indivíduos que foram a óbito por influenza, 235 (70,1%) apresentaram pelo menos um fator de risco para complicação, com destaque para adultos maiores de 60 anos: cardiopatas, diabetes mellitus e pneumopatas. Esse público é considerado de risco para a doença, por isso a vacina contra a gripe é garantida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Macaé já vacinou 87% da população-alvo

Em Macaé, 87% do público-alvo já foram imunizados (Foto: Guga Malheiros/Prefeitura de Macaé)
Em Macaé, 87% do público-alvo já foram imunizados (Foto: Guga Malheiros/Prefeitura de Macaé)

Na contramão da maioria dos 92 municípios fluminenses, Macaé já tem 87% do público-alvo imunizados. Na cidade e região serrana, 31 unidades da Estratégia Saúde da Família (ESFs) estão funcionando como postos de vacinação, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Esta semana, por conta do feriado e do ponto facultativo na sexta-feira (1), a vacinação ocorreu até esta quarta-feira (30).

Até o momento, as mulheres que tiveram bebês a até 45 dias (puérperas) lideram o ranking de imunização, com mais de 100% do público estimado atingido. Logo depois vêm os idosos, com 98%, seguidos dos professores, com 90%. As gestantes ocupam o quarto lugar, com 88%. Já 79% dos trabalhadores de saúde receberam a vacina. Por último, está o público infantil com 77% das crianças de 6 meses a menores de 5 anos vacinadas.

Vacina pode ser ampliada a crianças e adultos

O Ministério da Saúde informou que, pós o fim da campanha, caso haja disponibilidade de vacinas nos estados e municípios, a vacinação poderá ser ampliada para crianças de cinco a nove anos de idade e adultos de 50 a 59 anos. A pasta reforça a importância dos estados e municípios continuarem a vacinar os grupos prioritários, em especial, crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, público com maior risco de complicações para a doença.

A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.

É muito importante que as pessoas consideradas do grupo-prioritário procurem os postos para se protegerem contra a gripe. A vacina é a medida mais eficaz para evitar a doença e garante proteção às pessoas com mais risco de desenvolverem a forma grave da doença”, ressaltou a coordenadora-substituta do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, Ana Goretti.

Ainda faltam 18,8 milhões de pessoas

Até o momento, ainda faltam 18,8 milhões de pessoas a serem vacinadas em todo o país. Balanço publicado na terça-feira (29), pelo Ministério da Saúde, mostra que 66% das pessoas que fazem parte do público-alvo, se vacinaram. A expectativa do Ministério da Saúde é vacinar 54,4 milhões de pessoas até o dia 15 de junho. Em todo o Brasil, até 28 de maio, foram vacinadas 35,6 milhões de pessoas.

Este total considera todo o público estimado, englobando pessoas privadas de liberdade – o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas –, funcionários do sistema prisional e pessoas com comorbidades. Dessas, 28,8 milhões são idosos a partir de 60 anos, crianças de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto).

O público com maior cobertura, até o momento é de puérperas, com 78,1%, seguido pelos idosos (75,2%), professores (73,1%) e trabalhadores de saúde (71,6%). Entre os indígenas, a cobertura de vacinação ficou em 63,6% e gestantes 55,1%. O grupo com menor índice de vacinação foram as crianças, entre seis meses e cinco anos, a cobertura é de apenas 49,7%.

Redução no número de internações

Seguindo a recomendação da OMS, para a temporada 2018 a vacina influenza trivalente é composta por cepas dos três tipos de vírus da gripe mais circulantes no Hemisfério Sul e com mais possibilidades de causar quadros graves da doença.

A vacina tem por objetivo reduzir as internações, complicações e mortes em decorrência das infecções pelo vírus da gripe. Estudos demonstram que a vacinação contra a gripe pode reduzir de 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% da mortalidade global e em, aproximadamente, 50% as doenças relacionadas à influenza.

Esquema vacinal e restrições

O esquema é recomendado conforme a idade do paciente: duas doses para crianças de seis meses a 8 anos de idade que nunca tenham sido vacinadas contra a gripe; e dose única para pacientes a partir de 9 anos. Por fazerem um esquema vacinal diferenciado, as crianças de seis meses a 4 anos são vacinadas apenas nas unidades de saúde, para melhor controle e orientação aos pais.

Para quem faz parte dos grupos alvo, é preciso atualização da dose anualmente, em virtude das mudanças de cepas dos vírus influenza. Para pessoas que tenham apresentado febre recente, recomenda-se adiar a vacinação até que o estado de saúde melhore. Portadores de doenças neurológicas e síndrome Guillain-Barré devem consultar um médico antes de tomar a vacina e seguir suas orientações. Já pessoas com história de alergia grave e prévia a ovo ou a algum outro componente da vacina não devem se vacinar.

Saiba tudo sobre influenza/gripe

Fonte: Ministério da Saúde, SES, SMS-RJ e Prefeitura de Macaé (RJ), com Redação

 

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *