O sonho de ter um bebê cada vez mais acessível

Mães solo e casais homoafetivos recorrem à fertilização in vitro, o chamado ‘bebê de proveta’. Entenda como funciona este método

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Antigamente, a fertilização in vitro era indicada para tratar casos de infertilidades em mulheres que tinham bloqueio, dano ou ausência das trompas. Hoje, a FIV pode ser indicada para tratar diversas causas de infertilidade em casais, inclusive em casos quando a razão não é descoberta. Mães-solo e casais homo afetivos, por exemplo, também podem recorrer à FIV para realizar o sonho de ter um bebê.

Os dados do IBGE revelam que os números de tratamentos de fertilização em todo o país vêm registrando sucessivos aumentos nos últimos sete anos. Os dados mais recentes, divulgados em 2018, apontam mais de 36 mil nascimentos anuais. O método mais utilizado pelos casais com dificuldades para engravidar é a  Fertilização In-Vitro (FIV) que consiste na estimulação ovariana a base de medicamentos para obter o maior número de óvulos e aumentar as chances da gravidez.

De forma bem simplificada, a FIV se inicia com a estimulação do ovário por meio de medicamentos para uma superovulação (maturação de muitos óvulos de uma vez só). Em seguida, esses óvulos são retirados e fertilizados com amostras de sêmen fornecidas pelo parceiro ou doadas. “Por fim, os embriões gerados in vitro são colocados no útero da mulher para início da gestação. Os embriões também podem ser congelados para implantação futura”,  explica  Eduardo Motta, doutor em Ginecologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e diretor do Huntington Centro de Medicina Reprodutiva. 

Atualmente a Organização Mundial da Saúde considera a dificuldade de engravidar como uma “doença” do sistema reprodutivo. Nestes dias 26 e 27 de abril (sexta e sábado), o Rio de Janeiro receberá um evento sobre fertilidade e as novas tecnologias disponíveis para mulheres que necessitam recorrer à Fertilização In Vitro (FIV). O evento será dedicado a médicos e diversos profissionais renomados da área.

“A indicação desse tratamento é para aqueles casais que não conseguem uma gravidez após um ano de relações sexuais não protegidas. Sabe-se que 10-15% dos casais enquadram-se nesse critério, devendo procurar um especialista para maiores investigações sobre o motivo de não estarem conseguindo engravidar”, afirma o especialista em Reprodução Humana Roberto de Azevedo Antunes, diretor-médico da Clínica Fertipraxis, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

As dúvidas em relação às dificuldades de engravidar são comuns entre os casais, mesmo aqueles que não tem diagnóstico de infertilidade. Roberto Antunes esclarece a seguir as dúvidas mais comuns entre os pacientes:

1- O que é Fertilização in vitro?

Reprodução assistida, ou seja, “o bebê de proveta”. Ela corresponde ao processo no qual a paciente é submetida a uma hiperestimulação ovariana controlada com gonadotrofinas ( injeções subcutâneas) , a qual produz uma reposta ovariana de múltiplos folículos ( e portanto, maior chance demais óvulos). Esses são puncionados por via transvaginal guiada por ultrassonografia, para a obtenção dos óvulos, que após sua captação e retirada dos folículos ovarianos, são preparados para a realização de dois possíveis procedimentos: a FIVclássica, quando colocamos os óvulos juntamente com os espermatozoides em cultura e deixamos que os espermatozoides fecundem os óvulos por conta própria, ou, mais recentemente, a FIV tipo ICSI, isto é, a injeção intracitoplasmática de um espermatozoide capacitado (escolhido) em cada um dos óvulos maduros aspirados. Independente da técnica utilizada, após a fecundação e desenvolvimento inicial dos embriões, transferimos um determinado número deles para a paciente através de um cateter, através do colo uterino, guiado pela ultra-sonografia, para definir um melhor local de colocação dos embriões no útero. Então, esperamos entre 12-18 dias para saber se a paciente engravidou.

2- ‘Vou fazer uma Fertilização in vitro. Vou engravidar na minha 1ª tentativa?’

De um modo geral, as chances de sucesso do procedimento giram em torno de 30% por tentativa. Além disso, existem diversos fatores que influenciam essas taxas de gravidez, como por exemplo: a idade da paciente, a causa da infertilidade, o tipo de protocolo utilizado para a FIV, entre outros. Portanto, antes de podermos estimar as chances de uma fertilização in vitro bem sucedida, precisamos considerar todos esses fatores. Também não é verdade, porém, que “são precisa muitas até o sucesso”. Por isto, o planejamento de uma tentativa deve ser bem cuidadoso.

3- ‘Fiz uma fertilização in vitro e consegui muitos óvulos. Qual é a melhor opção: congelar os óvulos excedentes ou fertiliza-los e congelar os embriões excedente?’

Essa é uma dúvida que deve sempre ser discutida com seu médico durante a realização de uma FIV. O congelamento de embriões é a forma clássica de preservar o resultado excedente de um ciclo de reprodução assistida. A utilização de embriões descongelados em tentativas subsequentes ainda possui melhores taxas de sucesso do que a utilização de óvulos descongelados. Entretanto, as novas técnicas de congelamento e descongelamento de óvulos vêm trazendo resultados cada dia melhores de aproveitamento e sucesso, de modo que atualmente já existem diversos casos relatados de gravidez após utilização de óvulos descongelados. Devemos ainda considerar que o congelamento de óvulos evita a ocorrência de questões éticas importantes que ocorrem quando congelamos embriões, como por exemplo: o destino desses embriões caso um casal se separe, o que fazer com os embriões excedentes quando o casal consegue ter seu filho, entre outras. Portanto, antes de decidir o que fazer com o excesso de óvulos, tenha uma nova conversa com seu médico!

4- É possível fazer uma fertilização in vitro quando um dos membros do casal é portador do vírus HIV?

Um casal no qual um dos cônjuges é portador do vírus HIV e o outro não. Dessa forma, conseguimos evitar o contágio do homem quando a mulher é portadora do vírus e minimizar o contágio da mulher quando o homem é soropositivo.  Quando utilizamos gametas (óvulos e espermatozoides) de um portador do vírus eles são preparados de modo especial, diminuindo também as chances de transmissão do vírus para o embrião durante a sua formação e desenvolvimento no laboratório.

Da Redação, com assessorias

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