Neymar de volta à Copa: como tratar uma entorse no tornozelo?

Entre as lesões que podem acometer jogadores de alta performance na Copa do Mundo, entorse no tornozelo é uma das mais frequentes. Entenda

Neymar sofreu uma entorse no tornozelo direito que lhe tirou dos dois jogos seguintes da primeira fase da Copa do Mundo no Catar (Montagem: Reprodução de Internet)
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No jogo de estreia do Brasil na Copa do Mundo do Catar 2022, no dia 24 de novembro, Neymar sofreu uma entorse no tornozelo direito que lhe tirou dos dois jogos seguintes da primeira fase do torneio. Nesta segunda-feira (5 de dezembro), o camisa 10 da Seleção Brasileira volta ao campo como promessa no ‘mata-mata’ das oitavas de final contra a Coreia do Sul, na primeira vez que o país enfrenta a seleção asiática.

O controverso atacante brasileiro é reverenciado por muitos torcedores brasileiros, mas odiado por milhares de outros pela arrogância e falta de empatia a causas sociais, por suas opções políticas vinculadas ao presidente derrotado a reeleição Jair Bolsonaro por uma suposta dívida de gratidão pelo perdão à sonegação fiscal de seu pai. É também conhecido como ‘cai-cai’ por diversas vezes em que simularia quedas em campo e supostas lesões.

De fato, os esportes de alto rendimento, como o futebol, exigem rotinas intensas de treinos e pouco tempo de descanso dos atletas. Os riscos são maiores em um campeonato como a Copa do Mundo, onde o treinador e preparador físico desenvolvem uma rotina de fortalecimento e condicionamento específico aos jogadores mediante suas características pessoais. A recuperação muscular precisa ser feita de uma forma rápida e eficaz.

Lesão de Neymar é moderada, diz fisioterapeuta

Muito se fala da recuperação de Neymar, mas o que se faz de diferente pra se ter um resultado tão rápido capaz de colocar o jogar em pouco tempo pra jogar? De acordo com especialistas, os fisioterapeutas da Seleção agiram com o atleta ainda no banco com o protocolo PRICE: a compressa de gelo aplicada no tornozelo do jogador. A sigla do protocolo é acrônimo em inglês para proteção, repouso, gelo, compressão e elevação.

Paulo Quemelo, professor de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo, explicou que por meio de técnicas de Fisioterapia Esportiva, o paciente recupera a flexibilidade e a força muscular, elimina a dor e estabiliza a área lesada de forma efetiva. Segundo ele, no caso do Neymar são receitados antinflamatórios, analgésicos e eletrodermofototerapia, que usa os recursos de laser, ultrassom e eletroterapia no tratamento.

No local machucado também deve ser colocado gelo e fazer compressão. Segundo Quemelo, com essas técnicas é possível diminuir o quadro inflamatório que dura entre sete a 14 dias, para 10 dias. Para o médico, a lesão sofrida por Neymar é considerada moderada. “Se ele não tratar e voltar a jogar agora, como ele tem um edema ósseo, pode sofrer uma fratura durante uma partida. Por isso, ele deve tratar do processo inflamatório para retornar ao campeonato”, enfatizou.

Técnicas combinadas de Crioterapia e Eletroterapia

Álisson Hygino – fisioterapeuta e conselheiro do Crefito-2 (Foto: Divulgação)

Segundo Alisson Hygino (foto), fisioterapeuta e conselheiro do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2a Região (Crefito 2 – Rio de Janeiro), Neymar passou pela fisioterapia aliada a novas técnicas para tratar a lesão. “A comissão técnica da seleção também utilizou tratamentos como a Crioterapia e Eletroterapia. Os excelentes fisioterapeutas da CBF conseguem diminuir a recuperação de 21 para quatro dias, por exemplo”, comenta.

Com o diagnóstico fechado, monta-se um programa de recuperação imediato para o jogador. “Não se faz fisioterapia duas ou três vezes na semana, apenas uma hora. Na verdade, é necessário ter uma programação que cobre o dia, a tarde e uma noite inteira. O atleta fica praticamente à disposição do fisioterapeuta”, explica Álisson.

A Crioterapia é um tratamento onde o esportista mergulha o corpo inteiro ou as partes do corpo mais exigidas no treino em uma banheira, barril ou tanque cheio de água e gelo, em uma temperatura de mais ou menos 4 °C. O gelo reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos e funciona como analgésico.

Já a Eletroterapia envolve a aplicação de correntes elétricas que entram em contato com o corpo por meio de eletrodos colocados na pele do paciente. Isso ativa as fibras nervosas participantes do processo de percepção e modulação da dor, assim elas enviam estímulos para o sistema nervoso central, promovendo a liberação de opióides endógenos (substâncias analgésicas naturalmente produzidas pelo organismo).

“Antigamente falava-se muito em repouso, mas em tempos atuais o repouso é o inimigo. Graças aos bom tratamento, Neymar já poderá voltar aos campos e nos ajudar na Copa do Mundo”, conclui Alisson.

Protocolo Police é um dos mais usados após lesão

É comum a incidência de lesões como a entorse no tornozelo. Com orientação de profissionais da saúde, os jogadores lesionados têm acesso a protocolos de tratamento que controlam a inflamação como o edema, a dor e buscam estimular a cicatrização tecidual.  Outro protocolos muito usado nos primeiros dias após a lesão chama-se POLICE – Protection, Optimal Load, Ice, Compression, Elevation.

Conheça em cada etapa do protocolo os recursos que podem ser usados para reabilitar a área lesionada:

Proteção: O uso da Bota Imobilizadora pode ser uma alternativa para pessoas com lesão ligamentar importante, onde há ruptura parcial ou total de mais de um ou mais ligamentos, onde se faz necessária a imobilização semirrígida.

“Para lesões leve a moderadas, o uso do Estabilizador de Tornozelo tipo Cast é uma opção para pessoas que necessitam restringir movimentos laterais excessivos do tornozelo, mas que podem caminhar e movimentar de forma parcial o tornozelo”, explica Regis Severo, fisioterapeuta que atua na Mercur, empresa que desenvolve produtos e soluções que ajudam as pessoas a habilitar e confortar o corpo.

Em suas Linhas de Fisioterapia e de Ortopedia e Reabilitação, a empresa dispõe de recursos que auxiliam no processo de recuperação de entorses de tornozelo. “Em lesões leves o uso de órteses ajustáveis ou tornozeleiras pode auxiliar no controle da dor. Embora não apresentem uma função de imobilização, aumenta a percepção de segurança ao realizar movimentos com o tornozelo, como caminhar, subir e descer escadas, entre outros”, complementa o fisioterapeuta.

Carga ótima ou carga controlada: Refere-se à movimentação do tornozelo livre de dor e à descarga de peso sobre o membro lesionado de forma parcial. “O uso da Bota Imobilizadora pode auxiliar no controle de alguns movimentos e o uso de Muletas Fixa Canadenses de forma bilateral, ou individual no lado oposto ao da lesão, pode ser uma alternativa para a descarga parcial de peso sobre o tornozelo lesionado”, afirma Regis.

Ice: A aplicação de gelo, conhecido como Crioterapia, é um recurso terapêutico para controle da dor e do edema. Para Regis, “O gelo não reduz o edema, mas contribui para evitar o aumento e funciona como analgésico e anti-inflamatório natural. O gelo pode ser facilmente substituído pela Bolsa Gel ou a Bolsa Térmica Natural”.

Compressão: A compressão possui papel importante para drenagem do líquido no local da lesão, contribuindo para o controle e redução do edema. A Tornozeleira de Compressão Elástica pode ser usada como tratamento preventivo e oferece estabilidade e proteção da região.

Elevação: Outra excelente alternativa para controle do edema, a elevação favorece o retorno venoso, melhorando o fluxo sanguíneo dos membros inferiores. Quando associada à compressão e a crioterapia, potencializa-se os resultados.

Ao sofrer uma lesão, seja ela na prática esportiva ou mesmo em atividades cotidianas, tendo como exemplo uma entorse de tornozelo, do momento da lesão até 72 horas (lesão aguda), a compressa fria pode ser usada de 3 a 4 vezes ao dia, por períodos de 20 a 30 minutos. É indicada, por ajudar na diminuição inflamatória, no fluxo sanguíneo local e no edema.

Com Assessorias

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