De acordo com os dados o IBGE em 2019, 60,3% da população de 18 anos ou mais de idade 96 milhões de pessoas foram consideradas com excesso de peso, sendo 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens. O número de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil aumentou 84,73% ao passar de 34.629 para 63.969, segundo balanço feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (SBCBM), quase a metade das pessoas que se submetem a cirurgias bariátricas voltam a engordar tudo o que perderam.

Thiago Marra, cirurgião plástico, afirma que a procura por cirurgias de emagrecimento teve um aumente de 80% durante a pandemia. Esse é um assunto importante de se falar, porque saúde é sério, e dependendo do caso pode levar a depressãoO médico comenta que pós a cirurgia, existem fases e cuidados que devem ser feitos, como por exemplo drenagem linfática e acompanhamento com o médico.

Além da perda de peso para aumentar autoestima, a retirada de pele é um complemento para quem perdeu muito peso e deseja ficar mais fino diante ao espelho. “É importante que o paciente tenha muita persistência no começo para evitar engordar novamente”, alerta Dr Marra, ao dizer que quando é feita uma cirurgia para emagrecer é necessário continuar tendo acompanhamento psicológico para que não volte a engordar, porque pode causar uma depressão forte.

Sociedade Brasileira de Bariátrica reforça critérios de elegibilidade e como encontrar cirurgiões para o tratamento da obesidade

Cirurgia minimamente invasiva por videolaparoscopia │ Foto: Divulgação

A obesidade e as doenças associadas a ela são, comprovadamente, fatores de risco para a Covid-19 e o tratamento cirúrgico da obesidade é uma alternativa eficaz para pessoas com obesidade grave. No entanto, no atual momento, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) alerta para que os pacientes fiquem atentos, buscando serviços e profissionais qualificados para a realização do procedimento.

A cirurgia bariátrica e a metabólica não são procedimentos estéticos. Os critérios de indicação definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) são claros e envolvem quatro pontos principais: Índice de Massa Corporal (IMC), idade, doenças associadas e tempo de doença.

O presidente da SBCBM, Fábio Viegas, informa que antes de indicar a cirurgia ao paciente, o médico deve avaliar quesitos como o Índice de Massa Corporal (IMC), idade, doenças associadas à obesidade, tempo em que ele sofre com essas doenças e fatores de risco.

“Pacientes com IMC entre 30 e 35 kg/m² (obesidade leve) podem passar pela operação, desde que tenham doenças relacionadas à obesidade com classificação grave. Já os pacientes com IMC entre 35 e 40 kg/m² (obesidade moderada) devem apresentar uma das 21 doenças relacionadas a obesidade como diabetes, hipertensão ou apneia. Aqueles que têm IMC acima de 40 kg/m² (obesidade mórbida) podem operar, independente de doenças associadas”, esclarece Fábio Viegas.

Em relação ao tempo de doença, o paciente deve apresentar um IMC estável há pelo menos 2 anos e comorbidades em faixa de risco além de ter realizado tratamentos convencionais prévios e ter tido insucesso ou recidiva do peso, verificados por meio de dados colhidos do histórico clínico do paciente.

Mais segurança – A busca por qualificação dos cirurgiões brasileiros também é um dos objetivos da SBCBM. O Programa de Certificação e Acreditação em Cirurgia Bariátrica e Metabólica lançado pela Sociedade busca aferir a qualidade dos serviços prestados por cirurgiões e hospitais no país, o que influencia e influenciará positivamente na escolha do paciente, elevando os padrões dos serviços acreditados, bem como o reconhecimento dos profissionais capacitados através da certificação.

Segundo o vice-presidente Executivo e coordenador do programa, Luiz Vicente Berti, a obtenção da Certificação melhora a qualidade dos cuidados e constrói um elo importante de confiança com os pacientes e a comunidade.

“A Acreditação e Certificação significam reconhecimento público para a excelência de hospitais, para o trabalho dos cirurgiões e de suas equipes multidisciplinares e ainda mais segurança para o paciente. Concluir o processo atesta que seus sistemas de qualidade e soluções estão de acordo com os requisitos, o que melhora a qualidade dos cuidados com os pacientes”, explica Berti.

Para o presidente da SBCBM, Dr. Fábio Viegas, os pacientes e familiares podem contar com a Sociedade para encontrar todas as informações técnicas, científicas, critérios de indicação para a cirurgia, cirurgiões certificados e equipes qualificadas.

A SBCBM disponibiliza em seu site um banco de dados de cirurgiões e equipes multidisciplinares associados e também aqueles certificados em todo o país. Também é possível checar se o hospital é referência em cirurgia bariátrica e metabólica.

“Além disso, promovemos semanalmente programas interativos online e ao vivo para tirar dúvidas sobre temas relevantes, além de outros canais de comunicação”, informa o Dr. Fábio Viegas.

Critérios para portadores do Diabetes Tipo 2

Em 2017, o CFM reconheceu a Cirurgia Metabólica como alternativa cirúrgica para o tratamento do Diabetes Tipo 2 em pacientes com obesidade leve sem sucesso com o tratamento clínico convencional (reeducação alimentar, exercícios físicos, medicamentos e insulina).

As normas estabelecem que estão aptos os pacientes diagnosticados com Diabetes Tipo 2 há menos de 10 anos; com IMC acima de 30 kg/m²; entre 30 e 70 anos de idade; e com parecer médico que aponte a resistência ao tratamento clínico com antidiabéticos orais e/ou injetáveis, mudanças no estilo de vida, e comparecido ao endocrinologista por no mínimo dois anos.

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