Dia D pelo Outubro Rosa levou exposição fotográfica do projeto Peito Aberto ao Rio Imagem (Foto: Divulgação SES)
Dia D pelo Outubro Rosa levou exposição fotográfica do projeto Peito Aberto ao Rio Imagem (Foto: Divulgação SES)

Um mutirão para zerar a fila de diagnóstico para o câncer de mama no Estado do Rio de Janeiro. A promessa foi feita pelo secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr., na manhã desta terça-feira, dia 17, durante o Dia D pelo Outubro Rosa, realizado pela SES no Rio Imagem, no Centro da cidade. A partir de novembro o mamógrafo móvel – caminhão itinerante para realização de mamografia – retomará os serviços, percorrendo as cidades do Estado do Rio que não contam com o equipamento para oferecer exames e dar apoio às secretarias municipais de saúde. “O objetivo é que as mulheres tenham diagnóstico precoce aumentando as chances de cura da doença”, disse ele.

Para reforçar a importância do diagnóstico precoce da doença, o Rio Imagem funcionou ontem em um esquema especial, oferecendo vagas extras para o exame de mamografia, que foram previamente agendadas pelos municípios. Mensalmente, de acordo com a SES, o espaço oferece cerca de 6 mil vagas para a realização do exame. As mulheres encaminhadas ao Rio Imagem levam em média, 15 dias para agendar a mamografia e após se submeterem ao procedimento, o resultado sai em até 7 dias.

No entanto, apenas metade das mulheres que agendam a mamografia comparecem para realizá-lo.  De cada 10 pacientes que têm mamografias agendadas, cinco não comparecem ao procedimento. A alta taxa de desistências preocupa, já que a doença responde por cerca de 25% dos casos novos de câncer a cada ano. Saiba como buscar a mamografia gratuita no Rio de Janeiro – veja aqui 

Resiliência – Elas Passaram Pelo Câncer de Mama

Rio Imagem - evento cancer de mama (2)

O Dia D pelo Outubro Rosa no Rio Imagem contou ainda com a exposição do Projeto Peito Aberto, “Resiliência – Elas Passaram Pelo Câncer de Mama”. Eram fotos de modelos do grupo “Poderosas Amigas da Mama”, formado por mulheres que venceram o câncer. Uma delas, Magali Reis, a Meg, de 49 anos, moradora de São João de Meriti, participou da ação no Rio Imagem e deixou um recado para quem está enfrentando a doença.

“Eu venci o câncer e estou viva, toda mulher é guerreira e pode superar isso também. Eu sempre fui muito vaidosa e com a doença tive que retirar um pedaço do meu seio. Quando me convidaram para fazer parte do ensaio fotográfico tive um pouco de vergonha, mas logo decidi participar. É preciso ter garra e fé, hoje sei que minha foto também pode ajudar outras mulheres a retomar a autoestima”, disse Meg.

O grupo “Poderosas Amigas da Mama” mostra, por meio de ensaios fotográficos, como é possível dar a volta por cima, vencer essa etapa e resgatar a feminilidade. As ‘modelos’ que posaram para a exposição fotográfica “Resiliência” se conheceram fazendo a fisioterapia mastológica, um dos principais tratamentos para quem teve a doença e que auxilia na recuperação pós-mastectomia.

 

Tatuagens gratuitas para mastectomizadas

Leda Paixão, de 46 anos, teve câncer de mama aos 37 e foi ao Rio Imagem para entrar na lista de espera pela tatuagem (Foto: Divulgação SES)
Leda Paixão, de 46 anos, teve câncer de mama aos 37 e foi ao Rio Imagem para entrar na lista de espera pela tatuagem (Foto: Divulgação SES)

O Dia D também teve o apoio do artista Beto Tattoo, que ofereceu tatuagens gratuitas feitas durante o evento, com o laço rosa, a marca da campanha. O artista também cadastrou mulheres que passaram pela mastectomia para oferecer a tatuagem de reconstrução do mamilo gratuitamente em seu atelier.  Roberto Santos, o Beto Tattoo, oferece o serviço gratuitamente durante todo o ano em seu estúdio.

“Eu comecei a desenvolver esse trabalho porque uma vizinha que nasceu com um problema no seio me pediu para reproduzir o desenho do mamilo nela. E foi tão bom que eu comecei a ser procurado pelas pessoas, principalmente pelas que tiveram câncer. Então eu decidi fazer isso gratuitamente. Eu costumo dizer que o meu pagamento é um abraço. Eu faço a tatuagem e recebo muito afeto, isso é o maior retorno”, explicou o tatuador.

A dona de casa Leda Paixão, de 46 anos, teve câncer de mama aos 37 e foi ao local para entrar na lista de espera pela tatuagem. “No meu caso, por causa do câncer, foi preciso retirar quase todo o seio esquerdo. Então eu fiquei sabendo desta ação e quis vir aqui hoje para tentar fazer o desenho. Estou muito feliz pois hoje é meu aniversário e  vou ganhar de presente a tatuagem de reconstrução do mamilo já na semana que vem. Isso é muito importante para mim”, explicou Leda, que também fez o laço rosa no antebraço durante o evento, como forma de lembrar que já superou a doença.

O  Palácio Guanabara também aderiu à campanha e foi iluminado com a cor rosa, para lembrar a luta contra a doença.

Mais investimentos para triplicar diagnóstico

Nesta segunda-feira (23), o Ministério da Saúde anunciou que dobrou os valores de exames essenciais no diagnóstico da doença. A expectativa é triplicar o número de procedimentos mais precisos para a identificação do tumor. Por ano, serão mais R$ 9,4 milhões para esse atendimento. Em 2016, foram investidos R$ 4,1 milhões na realização desses procedimentos. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União.

Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, essa medida visa estimular e ampliar o acesso ao exame e diagnóstico. “Precisamos ter mais agilidade na identificação da doença e na resposta dos resultados, para que tenha mais efetividade no tratamento ofertado. Nosso objetivo é garantir maior acesso aos exames que tenham mais resolutividade, de acordo com a indicação médica, no diagnóstico. Quanto mais cedo confirmar a doença, mais cedo se inicia o tratamento, aumentando as chances de cura”, ressaltou o ministro.

Confira a apresentação completa

Em grande parte dos casos, o câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, aumentando as chances de tratamento e cura. Após a mamografia, são indicados exames para o diagnóstico definitivo da doença que vão apoiar a decisão médica no tratamento. Todos esses procedimentos tiveram reajuste e a expectativa é triplicar o atendimento dos três mais precisos: punção de mama por agulha grossa, biópsia e anatomopatológico. Em 2016, foram registrados 69,3 mil exames e, neste ano, o total deve ultrapassar 200 mil.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que cerca de 58 mil mulheres terão câncer de mama em 2017. Obesidade, sedentarismo estão entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença, diante do aumento de gorduras e da produção de hormônios.

Expansão – O Ministério da Saúde tem expandido a oferta de exames para identificação do câncer de mama. Atualmente, são destinados R$ 4 bilhões por ano para o tratamento do câncer no Sistema Único de Saúde. Nos últimos sete anos, os recursos para procedimentos como cirurgia oncológica, radioterapia, quimioterapia e iodoterapia, cresceram 87,5%, passando de R$ 1,6 bilhão em 2009, para R$ 4 bilhões em 2016.

Também é observado aumento de mamografias realizadas. Entre 2010 e 2016 registra-se um aumento de 35%, passando de três milhões para mais de quatro milhões de exames, sendo que 62,2% de mamografias em mulheres de 50 a 69 anos. Como o aspecto da mama muda com a idade, a realização de mamografia é mais efetiva no período pós-menopausa.

Radioterapia – O Ministério da Saúde anunciou ainda que firmou a compra dos 100 aceleradores lineares para todo o país. Serão priorizados novos serviços, desconcentrando a oferta dos serviços. Os projetos estão em andamento e serão executados dentro das atividades previstas do Plano de Expansão dos Serviços de Radioterapia.

Os aceleradores lineares são equipamentos de altíssima complexidade tecnológica e não podem ser instalados sem os devidos cuidados com a proteção radiológica. As instalações exigem espaço físico com características peculiares e distintas das construções tradicionais de estabelecimentos e unidades de saúde, uma vez que envolve, por exemplo, sistemas de climatização específicos, refrigeração da água, sistema elétrico diferenciado e maior espessura das paredes.

Nos últimos anos, observou-se uma crescente oferta da radioterapia no país. Em 2010, foram realizados 8,3 milhões procedimentos de radioterapia. Em 2016, realizou-se 10,45 milhões, um aumento de 25,9%. Vale ressaltar que essa ampliação também é resultado do investimento realizado pelo Ministério da Saúde na compra de aceleradores lineares por meio de convênios.

Em 2016, foram realizados 26,5 milhões de procedimentos de radioterapia, quimioterapia e cirurgias oncológicas, além dos exames preventivos de mamografias e Papanicolau. Em 2017, entre janeiro até o momento, foram registrados 8,15 milhões de procedimentos. Atualmente, são 283 aparelhos de radioterapia no Brasil.

Fonte: SES-RJ e Agência Saúde, com Redação

Post atualizado em 23/10/17

 

 

 

 

 

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