Chegamos a mais um mês internacional da mulher e a nossa caixa de mensagens bomba com tantas sugestões de pauta bacanas e interessantes. São muitos exemplos de mulheres bem-sucedidas em suas carreiras e outras histórias inspiradoras de mulheres que enfrentaram problemas graves de saúde e conseguiram superar. Isso sem falar nas inúmeras sugestões de produtos e procedimentos que prometem rejuvenescer as mulheres.

Mas o Portal ViDA & Ação decidiu começar o Especial Mulher deste ano por um tema oportuno e necessário: a beleza e o bem-estar na maturidade feminina. Será que por que envelhecemos e nossa pele perde o viço e nosso corpo perde colágeno que deixamos de ser bonitas, atraentes e desejadas? Entramos na menopausa e perdemos nosso valor pelo simples fato de perder a nossa capacidade reprodutiva?

Dizem que os 50 são os novos 30. E, cá entre nós, mulheres, todas sabemos que ter 40, 50 ou 60 anos nos dias de hoje não é mais como há décadas atrás. Sim, precisamos olhar para o envelhecimento feminino sob novas lentes, mais atuais e compassivas. Mas será assim mesmo na prática quando nos tornamos ‘cinquentonas’? Quais os desafios que enfrentamos no nosso dia a dia – no trabalho, na família, na sociedade e, é claro, nas nossas relações afetivas?

Diante de tantas dúvidas e percepções, é preciso repensar como estamos lidando com nós mesmas e como estamos nos cuidando para encarar os desafios da nova idade. Para abrir essa série – e o debate sobre esses questionamentos – trazemos um assunto que ainda é tabu na sociedade: a menopausa e como esse momento da vida tem grande impacto na autoestima das mulheres. 

35% das mulheres enfrentam descaso e deboche ao falar de menopausa

menopausa e o climatério fazem ou farão parte da vida de todas as mulheres, entretanto, para muitas falar sobre esse assunto ainda é algo muito delicado. De acordo com uma pesquisa encomendada pela Bigfral, cerca de 35% das mulheres enfrentam descaso, deboche e até risadas ao falar sobre menopausa.

Segundo uma publicação da Revista Brasileira Análises Clínicas (RBAC), 70% das mulheres quando entram nessa fase experimentam sintomas desagradáveis decorrentes da redução dos níveis hormonais. Para além de sintomas físicos, fato é que parar de menstruar vem sendo tratado como um marco do envelhecimento, especialmente em uma sociedade onde juventude e beleza são supervalorizadas.

Mas a verdade é que toda mulher passará por esse período – a não ser que morra antes. Em média, as brasileiras entram nessa fase aos 48 anos, segundo dados do Estudo Brasileiro de Menopausa, porém, os sintomas podem começar a surgir aos 40 anos, período chamado de perimenopausa.

Felizmente, o tema vem ganhando cada vez mais relevância nas vozes poderosas de ninguém menos que Michelle Obama, Serena Williams , Luiza Brunet e, mais recentemente, Angélica e Adriane Galisteu.

No Brasil, o tema começa, aos poucos, a ganhar força e “sair do armário” e muitas pessoas se sentem cada vez mais livres e confiantes para falar sobre suas vivências nesse período da maturidade que chegam às mudanças fisiológicas e emocionais que impactam a autoestima.

‘Estou no auge dos meus 50 anos, feliz da vida’, diz Adriane Galisleu

Adriane Galisteu convoca seus 5,3 milhões de seguidores a falar sobre menopausa (Foto: Reprodução do Instagram)

Em uma entrevista recente, Adriane Galisteu, de 50 anos – falou sobre esse período de sua vida. Assim como boa parte das mulheres, ela sentiu os clássicos fogachos, medo, insônia, queda na libido, entre outros sintomas. Quando percebeu que algo estava saindo do seu controle, ela procurou um ginecologista.

Depois de dois anos de terapia hormonal, Adriane comemora os resultados: “E é tão louco me ver hoje no auge dos meus 50 anos trabalhando, feliz da vida, feliz com a imagem que vejo no espelho, poder falar sobre esse assunto e ajudar as mulheres que ainda se apavoram com isso”, disse ao Uol.

Em fevereiro, ela abriu seu instagram com mais de 5.3 milhões de seguidores para conversar com outras mulheres sobre os desafios da menopausa.

“A partir de hoje quero começar a conversar com vocês sobre um assunto que incomoda muitas mulheres e que pouca gente tem coragem de contar a verdade dos fatos. Quando a menopausa bate a sua porta é igual aquela visita inconveniente de um parente chato, sabe? Você adoraria fechar a porta na cara dela, mas ela chega sem avisar e entra na sua vida com tudo”, escreveu.

No vídeo, Adriane citou o “calorão” que tem sentido à noite: “Do nada, você está dormindo gostosinho e de repente desperta às três e pouco da manhã e junto com esse despertar vem um calor que você não consegue nem explicar.”

Nos comentários do post, Solange Frazão também deu o seu relato. “Amiga, isso se chama climatério ou menopausa. TODAS NÓS MULHERES IREMOS PASSAR. Eu há quase 7 anos já. Mas te prometo que se fizermos tudo nos CONFORMES vai passar rapidinho. SIMBORA enfrentar!”, escreveu.

A importância do autocuidado, do acolhimento e do autoamor

Mudanças no corpo, sintomas desconfortáveis e inseguranças em relação à sexualidade são apenas alguns dos desafios enfrentados pela maior parte delas. Por isso, nesse momento que marca o fim da sua vida reprodutiva, é necessário reforçar a importância do autocuidado, acolhimento e autoamor como parte essencial para o bem-estar.

“É um momento de transição único e delicado, no qual esses elementos são fundamentais para promover o equilíbrio emocional e físico. O acolhimento, tanto por parte de profissionais de saúde quanto da rede de apoio familiar e social, oferece suporte emocional e compreensão durante essa fase de mudança.”, diz Carla Moussalli, co-fundadora da Plenapausa, empresa que visa levar informação, cuidado e tratamento para mulheres 40+ a partir da menopausa.

Segundo ela, com movimentos e pautas sobre longevidade tomando cada vez mais força, muitas mulheres ‘têm trazido para mesa’ também a questão da inclusão para todas as idades.

“As gerações mais novas estão testemunhando os efeitos prejudiciais dos estereótipos estéticos e, por conseguinte, demandam uma representação abrangente. Em um contexto cultural centrado na juventude, as empresas devem revisar sua abordagem em relação ao envelhecimento, e valorizar todas as faixas etárias com as benesses que só o tempo e experiências de vida são capazes de prover”, afirma.

Dicas para melhorar a autoestima na menopausa

Para a especialista  Carla Moussalli, a prática do autocuidado permite que nós, mulheres, nos reconectemos mais com nós mesmas, cuidando da saúde mental e física com mais atenção e carinho.

“O autoamor se torna um aliado poderoso, incentivando as mulheres a se tratarem com gentileza, aceitação e amor próprio, promovendo uma relação mais positiva consigo mesmas e com seus corpos. Esses aspectos são essenciais para enfrentar os desafios da menopausa com sabedoria e bem-estar emocional,” diz.

Ela ainda traz cinco dicas de como melhorar a autoestima nesse período tão delicado – e por vezes, perturbador – das nossas vidas: a menopausa. Confira:

  • 1. Aceite e celebre suas mudanças: a menopausa é uma fase natural e deve ser vista como uma oportunidade para se reconectar consigo mesma e abraçar a vida que você já viveu e tudo mais que ainda está por vir. Ao invés de se concentrar apenas nos aspectos negativos que derrubam a autoestima na menopausa, procure valorizar suas experiências, conquistas e sabedoria acumulada ao longo dos anos. A autoaceitação e a celebração das mudanças podem contribuir para uma maior autoestima e bem-estar emocional durante essa nova fase da vida.
  • 2. Priorize o autocuidado: dedique tempo para cuidar de si mesma. Isso pode incluir atividades como exercícios físicos, meditação, yoga ou simplesmente reservar um momento tranquilo para relaxar. Além disso, buscar apoio emocional, seja através de conversas com amigos próximos ou terapia, pode ser fundamental para lidar com as mudanças emocionais que podem ocorrer durante a menopausa.
  • 3. Adote uma alimentação saudável: uma dieta equilibrada pode ajudar a melhorar os sintomas da menopausa, como os fogachos e a irritabilidade. Priorize alimentos ricos em cálcio (para a saúde óssea), vitamina D, fibras e ácidos graxos ômega-3. Também é importante consumir alimentos ricos em fitoestrógenos, como soja e linhaça, que podem ajudar a regular os níveis hormonais.
  • 4. Alivie os sintomas da menopausa: existem diversas opções de produtos no mercado que podem ajudar a aliviar os sintomas desconfortáveis da menopausa, como os fogachos e a secura vaginal. Produtos à base de suplementos de isoflavonas de soja ou cremes vaginais hidratantes, podem oferecer alívio.
  • 5. Invista na reposição de colágeno: com a idade e a chegada da menopausa, a produção de colágeno pela pele diminui, o que pode levar a rugas e perda de firmeza. A suplementação de colágeno pode ajudar a melhorar a elasticidade da pele, reduzir rugas e, assim, melhorar a autoestima.

Com informações da PlenaPausa

 

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