Rafaela Silva: exemplo de que tristeza e decepção podem servir de combustível para melhorar o desempenho do atleta (Foto: Márcio Mercante - Agência O DIA)
Rafaela Silva: exemplo de que tristeza e decepção podem servir de combustível para melhorar o desempenho do atleta (Foto: Márcio Mercante – Agência O DIA)

Alegria, raiva, surpresa, insatisfação… A quantas anda a emoção dos cariocas enquanto assistem, diariamente, aos Jogos Olímpicos dentro de casa? As inúmeras emoções experimentadas ao sediar as competições mais importantes do esporte mundial são alvo de um estudo.

Equipes da UniCarioca e da Associação Brasileira de Marketing e Negócios (ABMN) estão em campo para investigar quais sentimentos marcam os Jogos Olímpicos, apontando as emoções mais vividas, e vai também identificar hábitos, atitudes e interesses dos moradores da cidade na prática de esportes. O resultado deve sair em setembro.

E a emoção dos atletas, como pode influenciar no condicionamento físico e, por consequência, no resultado que apresentam durante as competições? Assim como na vida pessoal, de que forma uma derrota no esporte ou uma decepção na vida pessoal podem ajudar os atletas a superar seus limites?

Nesses dias de intensa disputa olímpica, as reações emocionais de algumas estrelas do esporte chamam tanta atenção quanto a conquista de medalhas. Neymar, por exemplo, não conseguiu enfrentar a cobrança de torcedores e imprensa diante do fraco desempenho da Seleção Olímpica Brasileira. Já o tenista sérvio Novak Djokovic não escondeu a frustração de ter sido eliminado do torneio em que era considerado o maior favorito.

O psicólogo e coach Alessandro Vianna afirma que sem equilíbrio emocional o atleta pode acabar se tornando uma vítima de si próprio. “Todo atleta de alta performance é treinado e cobrado exaustivamente. Mas, é importante lembrar que ele também tem sua vida pessoal e isso, de alguma maneira, pode interferir em sua motivação e concentração. A importância do emocional equilibrado é justamente minimizar as chances das emoções o abalarem em momentos decisivos”, ressalta.

Segundo ele, a preparação do atleta para competições de alto nível, como são os Jogos Olímpicos, deve incluir não só alimentação balanceada e condicionamento físico adequado, mas também um acompanhamento psicológico individualizado, que vise preparar esse atleta para enfrentar os momentos decisivos de uma competição. “Em todos os setores de nossas vidas, quanto maior nosso equilíbrio emocional, maior nosso rendimento”, explica o especialista.

Histórias de superação

Para o psicólogo, o lado positivo da influência psicológica no rendimento atlético fica por conta de histórias de superação como a da brasileira Rafaela Silva, medalha de ouro no judô. A sua trajetória até a vitória mereceu destaque. Ela superou uma batalha contra a pobreza e o preconceito antes de brilhar no lugar mais alto do pódio. E mostrou como tristeza e decepção, se trabalhadas adequadamente, podem servir de combustível para melhorar o desempenho do atleta.

“Muitos treinadores utilizam a raiva como um aliado para promover uma explosão (positiva) de seu atleta. Não é por acaso que podemos observar a oscilação da expressão facial entre concentração e raiva quando estão competindo. Todos os sentimentos que temos, de forma equilibrada e treinada, podem servir como aliados para evoluirmos”, explica Alessandro Vianna.

Segundo ele, além de aprender a lidar com suas emoções, seja uma frustração por ter perdido uma disputa ou algo da vida pessoal, o atleta tem ganhos significativos quando é acompanhado por um psicólogo esportivo que pode otimizar ainda mais seu rendimento por meio de técnicas ligadas a motivação interior.

Nos esportes coletivos, outro fator pode influenciar o bom rendimento de um grupo. “Pensando em time, de uma forma simplista, cada um deve atuar de acordo com sua personalidade. Ou seja, existe a pessoa que tem um perfil de liderança, outro que funciona melhor sendo liderado. Se você colocar cada peça em seu lugar, o rendimento de uma equipe certamente será melhor”, conclui.

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