Dizem que quando nasce um bebê, nasce também uma uma mãe. E é verdade: passamos a ficar não só mais cuidadosas com as nossas crias, mas também com nós mesmas, nos preocupando mais com a nossa saúde, para poder cuidar bem deles. Com os homens, também não tem sido diferente.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde indica que 79% dos pais que acompanharam o pré-natal de suas parceiras no Rio de Janeiro se sentiram motivados a cuidar melhor da sua saúde. Do total, 74% dos pais ou cuidadores entrevistados participaram das consultas de pré-natal. Os dados da terceira etapa da pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e Cuidado demonstram que a paternidade é a principal porta de entrada do homem na unidade de saúde para que ele também se cuide
42% não têm o hábito de ir a uma unidade pública de saúde
Embora a pesquisa aponte maior conscientização em relação à saúde, devido a participação no pré-natal, ainda é alto o número de homens que não têm na sua rotina o cuidado com a saúde. Quando questionados sobre o costume de buscar os estabelecimentos públicos de saúde, 42% dos entrevistados do Rio de Janeiro afirmaram não ter o hábito de ir nesses locais.
Desse total, 38% informaram que o desinteresse é motivado por nunca ter precisado; falta de interesse ou porque não gosta de hospital. Contudo, muitos agravos poderiam ser evitados, caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção.
Foram realizadas 37.322 entrevistas com pais ou cuidadores que assumiram a figura paterna e que acompanharam o pré-natal, parto e pós-parto de crianças nascidas no Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de 2015. A coleta de dados foi feita entre março de 2017 e março de 2018. No Estado do Rio, foram 991 entrevistas.
Câncer é o que mais mata os brasileiros
O Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde mostra que em 2016, um total de 736.842 homens morreram em todo o país. Entre as principais causas de morte estão cânceres (112.272), como de próstata, fígado, pulmonar e de pele; doenças do coração (68.018), como infarto e AVC; agressões (56.409); acidentes (84.139), em especial de transportes (31.565); e doenças cerebrovasculares (51.753); e gripe e pneumonia (41.695).
Na saúde brasileira, por barreiras socioculturais, por exemplo, diferentemente da mulher, a população masculina tende a buscar os serviços de saúde já na atenção especializada – e não no atendimento primário, por meio da promoção da saúde e da prevenção – o que traz como consequência o agravamento de doenças”, explica o coordenador da Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Francisco Norberto Moreira da Silva.
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Exames de check-up
O atendimento do homem, assim como da população em geral, inicia na Atenção Básica (atendimento primário), pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A partir da consulta, o profissional de saúde pode encaminhar o paciente para os serviços e centros especializados, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), no caso da saúde bucal.
Na Atenção Básica a população masculina pode fazer uma série de exames de check-up, buscando a prevenção, como: sangue (hemograma e dosagem dos níveis de colesterol total e frações, triglicerídios, glicemia e insulina); aferição de pressão arterial, teste de glicemia, atualização do cartão de vacina, verificação de peso e cálculo de IMC (índice de massa corporal); e função pulmonar (indicada aos fumantes).
Também integra a lista pesquisa de antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg); teste de detecção de sífilis; e pesquisa de anticorpos anti-HIV e dos vírus da hepatite C. Esses cuidados de prevenção devem ser feitos da infância à vida adulta e velhice.
Em 2017, no SUS, foram registrados 533 milhões de atendimentos ambulatoriais; e 4,3 milhões de procedimentos hospitalares em homens. Ainda no ano passado, no âmbito da estratégia Pré-Natal do Parceiro, foram registradas 3.795 consultas e 31.732 exames de detecção do HIV e sífilis no parceiro ou na gestante.
Neste Novembro Azul, período em que é reforçada a conscientização sobre cuidados de prevenção à saúde do homem, serão intensificadas as ações de comunicação no portal e nas redes sociais do Ministério da Saúde, tv e rádio, além da realização e participação da pasta em eventos relacionados ao mês. Também já está no ar, no portal da pasta, página exclusiva voltada à Saúde do Homem.
Fonte: Ministério da Saúde, com Redação