Longevidade ativa e saudável envolve a capacidade de manter a saúde física e mental ao longo da vida. É um conceito que valoriza a qualidade de vida ao longo do tempo, considerando não apenas a quantidade de anos vividos. É resultado de vários fatores, como alimentação, atividade física, sono, gerenciamento do estresse, cuidados preventivos e autocuidado.
Com um terço da sua população com mais de 60 anos, o Rio de Janeiro já tem a segunda maior taxa de envelhecimento do Brasil – só perde para o Rio Grande do Sul. Não à toa Copacabana foi escolhida para receber o Saúde sem Idade. O bairro é conhecido como um dos que possuem a maior concentração de pessoas idosas por metro quadrado do país.
Muitas delas são mulheres vivendo sozinhas, como Carlota Esteves, que criou há quase 8 anos o Movimento Longevidade Brasil, que tem como um dos pilares a saúde e o bem-estar, motivo pelo qual abraçou o ‘Saúde sem Idade’. Essa realidade local confirma a tese de que existe uma feminização do envelhecimento no Brasil, justificada sobretudo por um fator cultural: as mulheres acabam cuidando mais da saúde do que os homens.
O tema foi abordado na primeira edição do evento “Saúde sem Idade – Inspiração para uma vida longa e plena”, realizado neste sábado (22), na Praia de Copacabana, pelo portal Vida e Ação e pelo site Comida na Mesa, com apoio da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG-Rio).
A convite das jornalistas Rosayne Macedo (Vida e Ação) e Mônica Ulisses (Comida na Mesa), a médica geriatra Raquel Oliveira, membro da Comissão Científica da SBGG-Rio – que passa a assinar uma coluna sobre envelhecimento no Vida e Ação –, falou sobre os desafios da longevidade ativa e saudável.
O tema é muito relevante em um cenário em que a população idosa avança a cada ano, deixando para trás o mito de que somos um ‘país do futuro’ – com a taxa de natalidade em queda, a população jovem vem decrescendo a cada ano.
Confira um trecho da palestra da médica
A população 50+ é a que mais cresce no Brasil, segundo dados do IBGE, e a expectativa de vida do brasileiro já é de 76,4 anos. Uma pesquisa aponta que as pessoas 60+ não se preocupam mais com quanto tempo vão viver, mas como vão viver com qualidade.
‘É importante ter um propósito de vida’, diz geriatra
Por isso, de acordo com a Dra Raquel, além de cuidados com a saúde física e mental, o segredo da longevidade é ter um propósito de vida. Por isso, pessoas mais velhas estabelecem metas a curto prazo, como e quando as conquistam, ficam mais felizes e vivem mais.
É como procura viver a dona Fanny, de 86 anos, que veio de Teresópolis, na Região Serrana, especialmente para prestigiar o Saúde sem Idade, trazida pela filha. “Fiquei sabendo do Saúde sem Idade e pedi que minha filha me trouxesse”, contou a mais longeva participante do encontro. Ela assistiu – e aprovou – as rodas de conversa no lounge do Mar de Copa e disse que espera estar presente em outras edições.