O Estado do Rio de Janeiro registrou os quatro primeiros casos de mortes pela variante Delta, considerada até agora a mais transmissível. As confirmações foram feitas na noite desta quinta-feira (22) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Três dos quatro casos são de moradores da Baixada Fluminense, uma das regiões com maior incidência da doença causada pelo novo coronavírus.

As mortes são são de uma mulher de 43 anos, moradora de São João de Meriti; um homem de 50 anos, morador de Duque de Caxias: uma mulher de 73 anos, moradora de São João de Meriti; e um homem de 53 anos, ainda sem identificação do município de residência. A pasta ainda informou que vem monitorando o cenário epidemiológico no estado, como número de atendimentos em UPAs, taxa de ocupação de leitos e resultado de testes para confirmação da Covid-19.

A SES explicou que o estudo ocorre por amostragem, sendo que um dos critérios de escolha das amostras são as que têm maior carga viral, de pacientes que podem ter maior gravidade clínica. “Com isto, as vigilâncias municipais, após investigação epidemiológica com apoio da SES, identificaram quatro casos de óbitos por covid-19 entre os pacientes que foram confirmados com a variante Delta”.

O sequenciamento do coronavírus não é um exame de rotina nem de diagnóstico, é feito como vigilância genômica, para identificar modificações sofridas pelo vírus SARS-CoV-2 no estado e embasar políticas sanitárias.

Apesar da circulação da variante Delta no estado, a variante P.1, originária no Amazonas, continua sendo a mais frequente. Segundo a SES, o estado tem um dos maiores programas de vigilância genômica da Covid-19 de todo o Brasil. Na última rodada, quando 380 amostras foram analisadas, os dados mostraram que aproximadamente 78% eram da variante P.1 (Gama/Brasil) e cerca de 16% da variante B1.617.2 (Delta).

Medidas de proteção e vacina devem continuar

A SES ressalta que, ‘independentemente da cepa do vírus ou linhagem, as medidas de prevenção e métodos de diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem os mesmos, como uso de máscaras e álcool em gel, lavagem das mãos e distanciamento social”. E acrescenta que a quarentena de 14 dias é fundamental para qualquer pessoa com sintomas e/ou diagnóstico da doença, qualquer que seja a variante.
Ainda segundo a secretaria, é importante que os municípios continuem avançando no processo de vacinação contra a Covid-19. Estudos mostram que as vacinas hoje disponíveis no Brasil são eficazes contra a variante Delta, principalmente quando há a aplicação das duas doses do esquema vacinal.

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Ministério da Saúde monitora variante Delta

O Ministério da Saúde está monitorando a variante Delta da Covid-19, por meio da vigilância genômica. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que deve ser realizado o isolamento dos casos identificados das variantes, ao mesmo tempo em que se avança no processo de vacinação em massa da população.

“O monitoramento não é nada diferente do que se fez desde o princípio. A vigilância genômica é o que permite diagnosticar qualquer variante, não somente a Delta. Já temos alguns casos identificados aqui no Brasil e o que precisamos fazer é isolar, não só aqueles que têm a variante Delta, mas que tenham outras formas do vírus, e avançar a campanha de vacinação”, disse o ministro.

Queiroga passou a quarta-feira (22) no Rio de Janeiro, onde visitou hospitais e clínica da família e vacinou algumas pessoas. Em conversa com jornalistas, o ministro foi questionado se enviaria mais doses para estados e capitais que hoje estão atrasados na cobertura vacinal.

“O ministério tem enviado doses cada vez em volumes crescentes. A estimativa é que, no mês de setembro, toda população acima de 18 anos já tenha recebido a primeira dose e 50% recebido a segunda dose. Com certeza, até o final do ano, toda a população acima de 18 anos terá recebido as duas doses da vacina”, destacou.

Segundo o ministro, outros grupos estão em análise para inclusão no Programa Nacional de Imunização (PNI), como os adolescentes: “Essas decisões não são do ministro, são tomadas no âmbito técnico do PNI. Alguns aspectos epidemiológicos são considerados, como o surgimento de variantes, como reforçamos agora em regiões de fronteiras, para criar uma proteção epidemiológica para que eventuais variantes não se tornem de transmissão comunitária no Brasil”.

Visita a hospitais e clínica da família

Cristian Couto recebe vacina pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em clínica da família do Rio (Foto: Dyelle Menezes)

Queiroga visitou o Hospital Federal da Lagoa, uma das unidades do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro que não foram colocadas á disposição da população durante a pandemia, apesar da alta qualificação. Com 238 leitos e 1.451 profissionais, o hospital é referência no estado em cirurgias oncológicas, na excelência no Serviço de Oncologia Pediátrica e também na formação de residentes nas áreas médica, de enfermagem e de farmácia. Em Niterói, visitou o Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), que atende pelo SUS uma população de 2 milhões de pessoas na cidade e em mais seis municípios vizinhos.

Ainda no Rio, ele também esteve na Clínica da Família Maicon Siqueira, na Barra da Tijuca, onde reforçou a importância de que a imunização seja concluída. “É importante não apenas tomar a primeira, mas também a segunda dose. A imunização só vai ser efetiva depois das duas doses. Aqueles que não voltaram nas unidades básicas de saúde para a segunda dose, devem voltar”, alertou o ministro. “Me sinto muito mais seguro e confiante para continuar combatendo a Covid-19”, afirmou Cristian Couto, após receber a segunda dose das mãos do ministro na unidade de saúde.

547.016 vidas perdidas desde março de 2020

A pandemia do novo coronavírus tirou até esta quarta-feira (22) um total de 547.016 vidas. Em 24 horas, foram registradas pelas autoridades de saúde 1.412 novas mortes. O coeficiente de mortalidade, o índice de mortes por 100 mil habitantes, ficou em 260,3. Desde o início da pandemia, 19.523.711 pessoas foram infectadas com o novo coronavírus.

De acordo com a Opas/OMS, em todo o mundo, são 191,773,590 casos confirmados e 4,127,963 mortes. Por esta conta, o Brasil aparecia em segundo lugar, com 544.180 mortes, aproximando-se dos Estados Unidos, o líder no triste ranking, que tem 604.546 óbitos. Como ainda testa muito pouco, o Brasil fica em terceiro lugar em número de diagnósticos da doença (19.419.437), atrás da Índia (31.257.720) e dos EUA (33.875.395).

Em 24 horas, foram confirmados 49.757 novos casos de covid-19. A incidência, a quantidade de casos por 100 mil habitantes, é de 9.290,5.  O número de pessoas que se recuperaram da covid-19 somou 18.259.711. Ainda há 716.984 casos em acompanhamento, sendo observados por equipes de saúde e que ainda podem evoluir para diferentes quadros, inclusive graves. Nas últimas duas semanas esse índice vem caindo progressivamente.

No topo do ranking de mortes estão São Paulo (136.466), Rio de Janeiro (58.036), Minas Gerais (49.377), Paraná (34.087) e Rio Grande do Sul (32.910). No topo de baixo da lista estão Acre (1.793), Roraima (1.826), Amapá (1.888), Tocantins (3.440) e Alagoas (5.698). No número de casos, São Paulo lidera com 3.979.102, seguido por Minas Gerais (1.921.230) e Paraná (1.355.387). As unidades da Federação com o menor número de casos são Acre (86.844), Roraima (118.036) e Amapá (120.036).

Boletim epidemiológico covid-19

Boletim epidemiológico covid-19 – 22/07/2021/Divulgação/Ministério da Saúde

Vacinação

Conforme o Ministério da Saúde, até o momento começaram a ser distribuídas 164,4 milhões de doses às unidades da Federação, tendo sido entregues 154,4 milhões e 10,2 milhões estão em processo de distribuição.

Considerando as informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e dos levantamentos de cada secretaria estadual de Saúde, foram aplicadas 128,5 milhões de doses, sendo 92,6 milhões da primeira dose e 35,9 milhões da segunda dose e dose única.

Quando consideradas somente as doses já registradas no sistema do PNI, foram aplicadas 122 milhões, sendo 88 milhões da primeira dose e 33,9 milhões da segunda dose e dose única. Ainda aguarda registro na base nacional 4,8 milhões de vacinas da primeira dose e 2,4 milhões da segunda dose e dose única.

Da Agência Brasil e Agência Saúde, com OMS/Opas e Redação

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