Formada em Psicologia e pós-graduada em Ludoterapia, Psicologia da Saúde e Neuropsicologia com Ênfase em Reabilitação Cognitiva, Renata Ribeiro descobriu nas PICS (Práticas Integrativas e Complementares de Saúde) – principalmente com foco na terapia floral, auriculoterapia e reiki – uma forma diferenciada de tratar todos os tipos de paciente. “Cuido de muitas pessoas acometidas pela depressão, dependência química, transtornos de ansiedade e síndrome do pânico”, cita a especialista.

Mas nem sempre foi assim. Antes de se tornar uma terapeuta reconhecida em Niterói e no Rio de Janeiro, Renata chegou ao fundo do poço, levada por um processo de depressão que começou quando era uma jovem advogada, e revela que chegou a pensar em tirar a própria vida. Confira o forte e corajoso depoimento da psicóloga à seção SuperAção, do Portal ViDA & Ação.

‘Me calei por muito tempo e vivi tudo isso sozinha’

Por Renata Ribeiro*

Eu tive depressão no ano de 2011 até o ano de 2013. Naquela época esse fenômeno não era tão falado como é atualmente. Percebi que havia algo errado quando larguei a carreira como advogada e me tranquei em casa. Não queria sair, não queria ver a luz do dia, coloquei até papel alumínio nas janelas para manter o apartamento no escuro. Me isolei socialmente de todos os meus amigos, mantendo contato apenas com os meus pais.

Com a depressão, engordei mais de 30 kg e tomava remédio demais para emagrecer. Compensava com ansiolíticos, além da insônia. Nessa fase eu abusava dessas medicações para dormir e não sentir (fuga) o que eu sentia, pois era algo inominado.

Meu maior despertar foi quando comecei a idealizar dar um fim na minha vida. O desejo de morrer para acabar com aquele sofrimento, que não era palpável e nem visível, era desesperador. Eu não sabia nomear o que eu sentia, não sabia pôr em palavras. Poucas vezes que tentei me abrir e achava que eu estava deprimida. Me falavam que era falta de Deus, falta de sexo, falta de um tanque para lavar roupas, etc. Por isso, me calei por muito tempo e vivi tudo isso sozinha.  

Então me abri para meus pais e ele me levou a um médico, que com uma escuta muito qualificada e sensível, me indicou a Terapia Floral. Ele disse para mim que via um caminho lindo na área dos cuidados com a saúde para mim e que havia caminhos para uma terapia natural. Eu comecei a fazer e em três meses eu era outra pessoa. Saiu uma nuvem de tristeza profunda de cima da minha cabeça (estado do floral Mustard do sistema de Bach).

Aliás, desde a primeira semana notei melhora. Após esses três meses não larguei a terapia. Eu queria muito me conhecer melhor. Eu não sabia o que eu queria fazer, quais eram meus sonhos, autoestima zero, sem valor pessoal, sem nutrição emocional e por esse motivo, embarquei na jornada do autoconhecimento. Hoje sei que autoconhecimento gera prevenção, mas naquela época eu não sabia. Eu tomo florais até hoje. Para outros casos, mas eu tomo.

Mesmo durante a pandemia, nunca mais tive nenhum sinal de depressão, mas recebi em meu consultório uma demanda imensa de pessoas que tiveram crises de ansiedade, pânico e depressão. Muitos pacientes tomavam medicação e os postos de saúde não estavam mais liberando essas medicações. Então eles vieram para mim e se cuidaram com florais. Alguns permanecem até hoje, outros melhoraram e seguem suas vidas normalmente.

Inclusive, o fato de atuar como psicóloga já tendo superado uma depressão me ajuda a entender melhor os meus pacientes. Pois tenho esse lugar de fala. Isso me faz compreender muito mais o que o paciente sente e sei cuidar bem disso. Impressionantemente, meus pacientes depressivos melhoram rápido demais.

A minha recomendação para quem esteja passando por uma depressão é para que peça ajuda a alguém mais próximo o mais rápido possível! E, que esse alguém mais próximo, for um parente, ou amigo, que busque imediatamente um profissional da área da saúde. Pode ser um médico que vai encaminhar para o psicólogo, pode ser um psicólogo que também verá a necessidade de encaminhar para outros tratamentos.

É importante lembrar que tratamentos multidisciplinares sempre são os melhores. Quando esses profissionais conversam sobre o paciente é mil vezes melhor – interdisciplinaridade. Quando eu tenho um paciente que tem acompanhamento com psiquiatra, por exemplo, eu ligo e mantenho sempre contato com esse profissional. Essa é a chave!

O fato é que, muitas vezes, o paciente depressivo não tem a força de vontade. Falta-lhes pulsão de vida! Depressão não é falta de Deus, não é frescura, não é falta de sexo e nem falta do que fazer. Depressão é um transtorno psicológico e pode sim, levar alguém extremamente angustiado e com desprazer de viver à morte.

O sofrimento é tão insuportável que o suicídio é um alívio para essa dor. Mas calma… tem jeito! Cada um no seu tempo, cada um no seu processo. Importante é ter cuidado e prevenção. Importante é buscar um profissional qualificado.

A demanda tem crescido a cada dia por conta da pandemia do novo coronavírus e seus efeitos negativos. As pessoas começam com pequenas crises de ansiedade, devido ao medo da morte pelo vírus ou perdas que sofreram nesse período. Sem contar que o luto também acontece por perder a vida social, o emprego, etc..

Se isso não for cuidado, a tendência é abrir um leque de transtornos psiquiátricos que podem culminar em problemas como obesidade, insônia, baixa autoestima, procrastinação, relacionamento abusivo e violência doméstica, separações, TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizado), depressão, entre outros”.

*Renata Ribeiro é formada em Psicologia pelas Faculdades Integradas Maria Thereza (Famath) e em Terapia Floral, pós-graduada em Ludoterapia, Psicologia da Saúde e Neuropsicologia com Ênfase em Reabilitação Cognitiva. Após muitos anos integrando a equipe do Espaço Sou, em Icaraí, Niterói, foi convidada para integrar a equipe da clínica Vitality, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde atua no momento. Saiba mais aqui.

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