Dengue no RJ: uma entre três amostras tem resultado positivo

Alta nas quatro primeiras semanas de 2024 foi de 587% em relação ao mesmo período de 2023. Confira as medidas do plano emergencial lançado pelo estado

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Novo boletim semanal do Centro de Inteligência, com o panorama geral da dengue no estado, mostra que o Rio de Janeiro segue com forte tendência de alta, e números acima da média histórica. Nas três primeiras semanas de janeiro, o estado registrou 9.963 notificações de casos prováveis de dengue, representando uma alta de 587% em relação ao mesmo período de 2023.

O novo Panorama da Dengue, divulgado nesta sexta-feira (26), mostra que de cada três amostras de material biológico de casos suspeitos de dengue recebidas pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen), laboratório oficial do Governo do Estado, uma tem resultado positivo. É a primeira vez que o documento traz esse tipo de informação. 

Oito das nove regiões do estado estão com números de casos acima da média. Resende, Itatiaia e Rio das Ostras estão com alta acima do esperado. Os sorotipos 1 e 2 da dengue são os de maior circulação. De acordo com o governador Cláudio Castro (PL), a média de positividade dos testados está em 35%, sendo que em algumas cidades o índice chega a 80%.

“Nas três primeiras semanas de janeiro, foram 10 mil casos, e esse é um número quase 600% acima do mesmo período do ano anterior. Então é um dado sim que preocupa, é um dado sim que a gente já vem acompanhando, mas um dado muito relevante”, afirma o governador.

160 leitos podem ser convertidos para dengue, como ocorreu na covid-19

Diante do aumento de casos, o governador Cláudio Castro anunciou um Plano Estadual de Combate à Dengue, com ações diárias de enfrentamento à doença que envolvem o uso de tecnologia, qualificação e apoio aos 92 municípios do estado. O foco das ações está nas gestantes e crianças de 5 a 12 anos. 

Segundo ele, o Governo comprou equipamentos e insumos que serão distribuídos aos municípios com maior incidência de casos para a montagem de 80 salas de hidratação, que terão capacidade para atender, ao todo, até 8 mil pacientes por dia. O investimento é de R$ 3,7 milhões.

Além disso, 160 leitos de nove hospitais de referência do estado poderão ser convertidos, inicialmente, para tratamento da dengue, como foi feito na pandemia do coronavírus. Cláudio Castro destacou o foco no atendimento e na utilização de conhecimento já adquirido no combate à covid-19.

“Nesse momento a nossa preocupação é que todos tenham o atendimento, e aí também a expertise da covid-19 já está ajudando para que a gente possa fazer, na verdade entregar para a população esse plano de contingência”.

2 mil médicos dos 92 municípios do estado serão treinados

 

Entre as ações está ainda o treinamento de 2.000 médicos de emergências e profissionais de saúde dos 92 municípios para garantir o diagnóstico mais preciso e o tratamento correto, como também a capacitação no atendimento às gestantes infectadas.

A Organização Panamericana de Saúde (Opas) já havia realizado capacitação teórica e prática, com equipe da SES-RJ, simulando resposta a uma possível epidemia. O treinamento incluiu apoio às prefeituras na elaboração de seus planos de contingência.

No Rio de Janeiro circulam os sorotipos 1 e 2 do vírus que causa a dengue. Foi identificado um caso do sorotipo 4, mas sem circulação. O tipo 3 já está em circulação em Minas Gerais e São Paulo, e não é registrado no Rio desde 2007.

Monitoramento viral nas cidades do estado e fronteiras

Também foi anunciado o monitoramento viral com reforço de equipes na fronteira do estado. A Vigilância Epidemiológica da SES-RJ está monitorando os sorotipos circulantes nas rodovias que fazem a integração com outros estados do Sudeste.

A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, disse que está sendo feito um monitoramento diário, em tempo real, da incidência de casos de dengue em todas as cidades do estado por meio da Central de Inteligência em Saúde (CIS).

“Essa leitura de dados pelos técnicos da saúde é que permite ao Governo direcionar as ações necessárias para conter o avanço dos casos e garantir cuidado à população. Mas é fundamental que as prefeituras atuem conosco nesta tarefa e nos informem suas necessidades para que possamos agir rápido e apoiá-las com envio de equipamentos, insumos e promovendo treinamento de suas equipes“, disse a secretária.

“O nosso Plano Estadual de Combate à Dengue não começou agora, realizamos ações diárias para reduzir o impacto da doença. No Brasil, nos primeiros 12 dias de 2024, foram notificados mais de 120 mil casos prováveis de dengue. Estamos atuando em apoio aos municípios, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde”, disse o governador

Veja os municípios com maior número de casos

Apenas a Metropolitana II (Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Rio Bonito, Tanguá e Silva Jardim) não teve mais registros de dengue do que o esperado para essa época do ano.

Os municípios que mais se destacam em número de casos, por região, são:

o   Baía de Ilha Grande: Angra dos Reis.

o   Baixada Litorânea: Rio das Ostras.

o    Médio Paraíba: Itatiaia, Resende, Volta Redonda e Piraí.

o   Centro Sul: Três Rios.

o   Metro I: Rio de Janeiro, Queimados e Nova Iguaçu.

o   Noroeste: Bom Jesus de Itabapoana, Natividade, Italva e Cambuci.

o   Norte: Campos.

o   Serrana: Cantagalo, Cordeiro, Petrópolis, São Sebastião do Alto e Carmo.

o   Metropolitana II: Itaboraí é o único que apresenta o número de casos acima da média histórica para o momento, embora, considerando todos os municípios, a região não esteja com número de casos acima do esperado.

O boletim Panorama Dengue e outros detalhes da situação da doença no estado podem ser acompanhados no Painel Monitora, na área de Arboviroses, na aba Dengue.

Fonte: SES-RJ

 

 

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