Embora evitável, o câncer de pênis é um problema que acomete milhares de homens todos os anos. Se em períodos normais a busca por diagnóstico já era tardia, a pandemia também afetou a procura dos homens por tratamento. Em 2019, o Ministério da Saúde informou que 2.193 homens foram diagnosticados com a doença, já em 2020 esse número passou para 1.788. 

Somando-se as estatísticas de 2019 e 2020 no Sistema de Informação Hospitalar, fornecido pelo MS, 1.092 homens tiveram o membro amputado por buscarem tratamento somente em estágio avançado. A preocupação com esse cenário se faz importante, pois quanto mais cedo o câncer de pênis for descoberto, maiores as chances de cura do paciente. Caso o tratamento seja iniciado de forma tardia, os homens podem sofrer diversas consequências, inclusive a amputação do pênis.

O alerta é da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), ao destacar que a procura por diagnóstico foi afetada por conta da pandemia. Segundo a SBU, esse é um tumor que afeta sobretudo pessoas acima de 50 anos, no entanto, foram encontrados 322 casos da doença em pacientes entre 12 e 39 anos (2019/2020). Segundo os dados, 47% dos casos são em homens até 59 anos (1.884 casos somando-se 2019 e 2020). 

Mesmo representando apenas 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, esse tipo de tumor impacta a qualidade de vida dos pacientes. “Apesar da relativa baixa incidência quando comparado a outros tumores urológicos e não urológicos, seu impacto é enorme, por poder acometer homens ainda jovens, com consequências físicas e psíquicas por vezes dramáticas e perenes”, alerta Karin Anzolch, membro do Departamento de Comunicação da SBU e vice-presidente da SBU-RS.

Sinais da doença são visíveis

Ao contrário de outros tipos de cânceres, como o de próstata, que não apresenta sinais em fases iniciais, o câncer de pênis possui diversos indicativos que devem deixar o homem atento: 

  • Alteração da pele na região do pênis: manchas marrom-azuladas, mudanças na cor e na textura, que fica mais grossa. 
  • Feridas que não se cicatrizam 
  • Secreções malcheirosas 
  • Nódulos no pênis ou na virilha ou verrugas no pênis 

 Fatores de risco para a doença

O câncer de pênis é uma doença ligada a vulnerabilidade social e fatores culturais, uma vez que os cuidados com a região íntima ainda são um tabu. “Medidas tão simples como uma boa higiene íntima diária com água e sabão podem prevenir a grande maioria dos casos e devem ser ensinadas e incorporadas nos hábitos desde as etapas mais iniciais da vida de um homem, reforçadas com medidas como a vacinação contra o HPV e o tratamento de fimose, quando presente”, diz Dra. Karin Anzolch. 

A urologista explica que alguns fatores contribuem para o desenvolvimento da doença: 

  • Higiene íntima inadequada – é preciso puxar o prepúcio, pele que envolve a cabeça do pênis, para limpá-la  
  • Papilomavírus Humano (HPV) 
  • Fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da “cabeça” do pênis, a glande, por estreitamento do prepúcio, a pele que o envolve) 
  • Lesões penianas não tratadas 
  • Fumo 

SBU contra o Câncer de Pênis

Como em fevereiro celebra-se o Dia Mundial do Câncer, em 4 de fevereiro, a Sociedade Brasileira de Urologia elegeu este mês para realizar a Campanha “SBU contra o Câncer de Pênis”. O objetivo é esclarecer a população sobre o câncer de pênis. Médicos esclarecerão as principais dúvidas sobre o tema, entre elas o passo a passo de uma higiene adequada, sinais da doença e quando buscar atendimento. 

Para evitar aglomerações, as ações se concentrarão nas redes sociais da entidade (@portaldaurologia) e na Rádio SBU, canal de podcasts da Sociedade disponível nos principais streamings de áudio: Spotify, Deezer, Pocket Cast, Apple Podcasts e Google Podcasts. 

Fonte: SBU, com Redação

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