câncer de mama, doença que representa três em cada dez casos de câncer nas mulheres brasileiras, é o mais comum em mais de 157 países. No Brasil, a projeção para 2024 e 2025, é que 73.610 mulheres, em cada um destes anos, devem receber o diagnóstico de câncer de mama. Em todo o mundo, são registrados 2,3 milhões de novos anuais, com projeção de saltar para 2,9 milhões em 2035, o que representa um aumento de 27% no número absoluto de casos na próxima década.

No período, a projeção é que a mortalidade anual por câncer de mama passe de 666 mil para 888 mil, um aumento de 33%. O câncer de mama não é exclusivo das mulheres. Cerca de 0,5% a 1% dos casos ocorrem em homens. Isso representa 1 caso em homem a cada 100 a 200 casos em mulheres.

Os dados acima, referenciados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e os levantamentos Cancer Today e Cancer Tomorrow da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), precisam ser vistos além dos números, alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), que reforça a importância da campanha Outubro Rosa para a conscientização sobre a doença, estimulando, junto à população, medidas para prevenção primária (evitar que a doença ocorra, por exemplo, com adoção de estilo de vida saudável), prevenção secundária (diagnóstico precoce) e terciária (início do tratamento em prazo adequado, com qualidade).

A estratégia mais inteligente a ser adotada por todos é a do incentivo à prevenção. A redução nacional e global do número de casos de câncer de mama passa por uma dieta equilibrada, prática de atividade física, redução e manutenção do peso, limitação do consumo de bebidas alcoólicas e não fumar. Com isso, se reduz a incidência e menos mulheres vão receber o diagnóstico e necessitar de tratamento”, observa o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO e titular do Hospital de Base, de Brasília.

De acordo com a médica mastologista Fabiana Baroni Makdissi, membro da Comissão de Mulheres Cirurgiãs da SBCO e líder do Centro de Referência de Tumores da Mama do A.C.Camargo Cancer Center, “o diagnóstico precoce é fundamental para reduzir o impacto físico, emocional e financeiro do tratamento, mas hoje é possível falar em ganho de tempo e qualidade de vida também para as mulheres que descobrem a doença em fase mais avançada. Todas estão inseridas e estão abraçadas pela campanha Outubro Rosa”, afirma.

Quais são os sintomas de alerta para câncer de mama?

O sintoma mais comum da doença é o surgimento de um nódulo no seio, geralmente detectado durante o autoexame ou em uma consulta de rotina. Além do caroço no seio, existem outros sinais de alerta aos quais é importante estar atenta:

  • pele da mama avermelhada ou retraída;
  • aspecto de casca de laranja nas mamas;
  • alterações no mamilo, como inversão ou descamação;
  • pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço e
  • secreção anormal — geralmente sanguinolenta — nos mamilos.

É possível prevenir o câncer de mama?

A prevalência do câncer de mama — assim como ocorre em outros órgãos — está fortemente relacionada a fatores externos, conforme abordamos acima. Neste sentido, muitas pesquisas recentes indicam que, ainda que não seja possível eliminar totalmente as causas da doença, é possível adotar um estilo de vida para afastar-se dos riscos.

O Ministério da Saúde estima que cerca de 28% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a mudança de hábitos. Entre as práticas saudáveis e preventivas podemos destacar:

  • redução e manutenção do peso corporal saudável;
  • prática de atividade física por, pelo menos, 150 minutos semanais;
  • acompanhamento adequado em casos de reposição hormonal pós-menopausa;
  • limitação no consumo de bebidas alcoólicas;
  • abandono do tabagismo;
  • visitas regulares ao ginecologista, com realização de exames preventivos.

Rastreamento: quando começar a fazer mamografia?

Para a prevenção secundária (diagnóstico precoce de câncer de mama) há uma política de rastreamento. O Ministério da Saúde recomenda a realização de mamografia bianual a partir dos 50 anos, para as mulheres sem sintomas ou sem história prévia pessoal ou familiar da doença. O exame é oferecido no Sistema Único de Saúde (SUS).

Há uma controvérsia mundial, motivo de estudos em todo o mundo, de que o ideal poderia ser oferecer os exames de rastreamento populacional para também as mulheres na faixa de 40 a 49 anos, com repetição anual. O câncer de mama, quando diagnosticado precocemente, é curado em mais de 90% dos casos.

Com informações da SBCO

 

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