Asfixia perinatal é a terceira maior causa de mortes entre recém-nascidos no mundo e pode causar paralisia cerebral, cegueira ou surdez
A cada ano, no mundo, um milhão de recém-nascidos sofre sem oxigenação no momento próximo ao nascimento – antes, durante ou logo depois do parto -, uma condição crítica que pode trazer consequências graves para o desenvolvimento neurológico da criança. A asfixia perinatal é a terceira maior causa de mortes de bebês no mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), representando 23% de todos os óbitos de recém-nascidos.
Segundo informações do Ministério da Saúde, no Brasil, estima-se que, a cada ano, aproximadamente 20 mil bebês nasçam com falta de oxigenação no cérebro – ou dois a cada hora. Cerca de 10% dos recém-nascidos e mais de 60% dos bebês prematuros precisam de ventilação pulmonar na sala de parto para recuperar a respiração. Após realizado o diagnóstico, estima-se que menos de 5% dos bebês tenham acesso ao tratamento e suporte mais adequado no Brasil, segundo estudo publicado no American Journal of Perinatology (2019).
Como consequência, grande parte desses recém-nascidos podem ter seu futuro comprometido por diversas sequelas neurológicas, muitas vezes evitáveis, como paralisia cerebral, deficiência cognitiva, cegueira ou surdez. Por isso, estratégias de prevenção, tratamento e acompanhamento precisam ser elencadas. Se não tratada de forma imediata e eficiente pode causar sequelas neurológicas para o resto da vida.
Campanha Setembro Verde Esperança
A asfixia perinatal é o tema do Setembro Verde Esperança 2024, ação promovida pelo Instituto Protegendo Cérebros, Salvando Futuros em parceria com diversas instituições do Brasil e do mundo. Com o mote #EuRespiroaVida, o objetivo é conscientizar toda a sociedade sobre os riscos da asfixia perinatal, uma condição que pode causar danos neurológicos graves em recém-nascidos.
A campanha alerta que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem prevenir danos permanentes ao desenvolvimento das crianças afetadas. Por isso, é preciso disseminar conhecimento e estratégias para prevenção de sequelas neurológicas em bebês ainda na maternidade. A ação visa a reduzir a zero o número de pessoas com sequelas neurológicas evitáveis, para conscientizar a sociedade sobre a prevenção e as consequências da asfixia perinatal.
A iluminação em monumentos públicos é uma das diversas estratégias adotadas para chamar a atenção para essa causa. O objetivo é sensibilizar os setores público, privado e a sociedade de uma forma geral para a importância de políticas que visem a prevenção e o tratamento adequado e a redução do número de mortes de crianças devido à doença.
No Brasil, são dois a três bebês por hora que nascem com falta de oxigenação no cérebro. Esse impacto precisa ser percebido e evitado por meio de medidas preventivas e estratégias de neuroproteção”, afirma o médico neonatologista Gabriel Variane, fundador do Instituto Protegendo Cérebros, Salvando Futuros.
Casos de paralisia cerebral
O Setembro Verde Esperança também recebe apoio de entidades médicas, empresas públicas e privadas, além de associações de grande representatividade como a AACD. Hoje a patologia que mais atendemos em nossos centros de reabilitação é a paralisia cerebral e boa parte são casos advindos da asfixia perinatal. Por isso sabemos a importância de chamar atenção para essa causa com o intuito de proteger e dar mais qualidade de vida aos recém-nascidos”, diz Edson Brito, superintendente da AACD.
Bebês prematuros, nascidos antes de 37 semanas de gestação, podem enfrentar inúmeros desafios desde o momento de seu nascimento, como dificuldades respiratórias, infecções e complicações no desenvolvimento. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), cerca de 10% dos recém-nascidos e mais de 60% dos prematuros precisam de ventilação pulmonar na sala de parto para restabelecer a respiração.
Nesse contexto, a segurança no atendimento hospitalar é essencial para garantir que esses bebês recebam cuidados adequados e seguros, minimizando os riscos de sequelas e promovendo seu bem-estar. Por isso, durante este mês, a Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com se mobiliza para disseminar informações, promover eventos e engajar a sociedade em torno desse tema crucial.
A ONG também apoia as ações pelo Dia Mundial da Segurança do Paciente (17/9), instituído pela OMS, que busca dar visibilidade à segurança do paciente como prioridade global. A campanha da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp) reforça a importância de reduzir os erros diagnósticos, que representam 16% dos danos evitáveis na saúde.
Esses erros podem ser causados por fatores sistêmicos e cognitivos, dificultando a identificação correta dos sinais e sintomas, além de impactarem a interpretação e a comunicação de resultados de exames. A OMS, por meio de sua campanha global, incentiva países a adotarem estratégias para minimizar esses erros, promovendo práticas que garantam mais segurança no atendimento.
Consideramos essencial apoiar essas ações, para garantir que bebês prematuros e suas famílias tenham acesso aos cuidados e ao suporte necessários. Iniciativas como o ‘Setembro Verde-Esperança’ e o Dia Mundial da Segurança do Paciente trazem visibilidade aos temas neonatais e reforçam a importância de uma rede de apoio que faz a diferença na vida de muitos bebês”, afirma Denise Suguitani, diretora da ONG Prematuridade.com.
Agenda Positiva
Campanha ilumina grandes monumentos urbanos e pontos turísticos
A diretora do Instituto Protegendo Cérebros, Salvando Futuro, Flávia Pascoal, fala sobre o alcance da campanha, que está presente em quase todo o país. Segundo ela, contribuir com o Setembro Verde Esperança é também participar de um movimento que é capaz de mudar o destino de milhares de crianças e suas famílias”
Ficamos muito felizes pela amplitude que a campanha tem alcançado, principalmente por se tratar de uma campanha white label, o que significa que qualquer pessoa ou instituição pode abraçar essa causa, participando da campanha com a #EuRespiroaVida. Percebemos que a causa tem atingido o público em todos os lugares do país, do Amapá ao Rio Grande do Sul, tornando-se parte do calendário anual de campanhas nacionais sobre saúde e qualidade de vida, comenta.
Em São Paulo, por meio da parceria com a prefeitura, a iluminação verde pode ser vista em espaços famosos da cidade nos dias 26, 27, 28 e 30 de setembro como Ponte Octávio Frias de Oliveira (Ponte Estaiada); Pateo do Collegio; Viaduto do Chá; Biblioteca Mário de Andrade. O prédio da Fiesp, na Avenida Paulista, ganha iluminação verde nesta quinta-feira (14/9).
A campanha alcança outras capitais, como o Distrito Federal (DF). O Congresso Nacional será iluminado de verde nestas terça (17) e quarta (18) como parte das ações da Campanha de Conscientização sobre Asfixia Perinatal. A iluminação também fará referência ao Dia Nacional de Conscientização sobre as Distrofias Musculares, celebrado em 17 de setembro.
No Rio de Janeiro (RJ), o Cristo Redentor iluminado recebe a cor da campanha no dia 25 de setembro, das 18h às 19h. Em Manaus (AM), o Teatro Amazonas ganha a decoração tema da campanha nos dias 19 e 27. Já em Goiânia (GO), a luz verde chegará ao Monumento dos Três Marcos e ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CREMEGO), ambos no dia 27.
Assista aqui o vídeo do Cristo Redentor Iluminado.
Com Assessorias
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