A estimativa da Sociedade Brasileira de Oftalmologia é que o Brasil registre cerca de 550 mil novos casos de catarata a cada ano. A doença ocorre quando o cristalino, a lente natural do olho, se torna opaco ou turvo, além de ficar cada vez mais duro. Geralmente o processo é consequência do próprio envelhecimento e pode afetar um ou ambos os olhos ao mesmo tempo.

Nem sempre a catarata é visível, mas ela pode se apresentar como uma mancha esbranquiçada no olho do paciente. Mas uma cirurgia, quando realizada por cirurgiões experientes, pode resolver o problema em questão de minutos – em média, apenas 10, para sermos bem precisos. Apesar de muito simples, rápida, segura e eficiente, a cirurgia de catarata se tornou a maior de todo o  Sistema Único de Saúde (SUS) entre os processos eletivos, chegando ao número impressionante de 167,5 mil pessoas à espera do procedimento

Para dar luz ao fato e buscar uma possível solução para milhares de pacientes que sofrem com esse problema, a Central da Visão aproveita o Abril Marrom, mês de conscientização, prevenção e combate à cegueira, para apresentar a campanha “A fila que ninguém vê”.

Usando técnicas avançadas de hiper-realismo, a iniciativa materializa, em um filme de 2 minutos 100% produzido por inteligência artificial, qual seria o tamanho real dessa fila se todos os milhares de brasileiros estivessem realmente aguardando em sequência. Para se ter uma ideia real, tal união alcançaria uma distância próxima a 84 quilômetros, suficiente para ligar São Paulo a Campinas, as duas maiores cidades do Estado de SP, ou Joinville (SC) a Curitiba (PR).

Na peça, todos aparecem parados e vendados, em metáfora à espera e à angústia diante da perda da visão. Com mais de 2 mil imagens geradas por IA, as ferramentas foram treinadas para reproduzir rostos, corpos, expressões e contextos dos brasileiros que aguardam na fila real, formada principalmente por idosos e pacientes de menor poder aquisitivo – que têm menos informações sobre a doença, não acessam diretamente as clínicas particulares e não conhecem as alternativas disponíveis.

Essa campanha é um chamado para quem enxerga, sobretudo parentes e amigos de quem sofre com a catarata, sobre como a doença pode ser silenciosa e a cura parecer distante. A partir de um apelo visual único e impossível de passar despercebido, temos como principal objetivo conscientizar os brasileiros sobre uma questão gritante de saúde e que parece invisível, além de reforçar que quanto mais gente souber que existe um caminho, mais vidas podem ser transformadas para melhor”, destaca Marta Luconi,  da Central da Visão,

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Tratamento cirúrgico figura entre os procedimentos mais realizados para restaurar a visão e melhorar a qualidade de vida

A campanha Abril Marrom tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre as doenças oculares que podem provocar cegueira, para que a população faça a prevenção. Uma dessas enfermidades é a catarata, principal causa de perda de visão reversível, especialmente entre idosos e que, na maioria dos casos, avança de forma lenta e silenciosa. O tratamento é feito por meio da cirurgia, que restaura a visão e melhora qualidade de vida do paciente.

A catarata tem cura, mas para isso é necessário obter o diagnóstico, que pode levar anos se a pessoa deixar de ir a consultas oftalmológicas com rotina ou achar que os desafios que passa a enfrentar em suas atividades diárias são algo comum do envelhecimento”, alerta Bernardo Cavalcanti, oftalmologista do HOPE, o Hospital de Olhos de Pernambuco da rede Vision One.

O médico chama a atenção para os principais sintomas da doença:

– dificuldade para enxergar à noite e para perceber contornos;

– redução do brilho e da intensidade das cores;

– maior sensibilidade a luzes brilhantes como de faróis de veículos ou do Sol;

– visão embaçada que pode dificultar a leitura ou reconhecer rostos.

catarata senil começa a se desenvolver a partir dos 55 anos, mas pessoas de outras idades, inclusive bebês, podem apresentar a doença ocular. Na forma congênita, a catarata pode surgir a partir do nascimento ou nos primeiros meses de vida. Outros fatores de risco, em pessoas mais jovens, são traumas oculares, o uso excessivo de medicamentos, especialmente corticoides, e doenças mal controladas, como o diabetes.

O Dr. Bernardo Cavalcanti explica que, “a cirurgia da catarata é segura e é um dos procedimentos mais realizados no mundo. O paciente tem a pupila dilatada e depois é feita uma pequena incisão na córnea, estrutura transparente localizada na frente do olho. Durante o procedimento, o médico utiliza um aparelho semelhante a uma microcaneta para quebrar e aspirar o cristalino com catarata, que em seguida é substituído por uma lente intraocular moderna”.

A cada ano, mais de quatro mil pessoas passam pela cirurgia de catarata nas unidades do HOPE em Pernambuco e os resultados são medidos em uma escala de 0 a 36 pela plataforma PROMs (Patient Reported Out come Measures), que significa Desfechos Relatados pelo Paciente. O questionário é respondido antes do procedimento e após a recuperação da cirurgia, com relatos surpreendentes dos pacientes.

Em 2024, o chamado Score subiu de 17,7 para 33,3 pontos. “Ele indica melhora significativa para realizar atividades manuais, ler o jornal, enxergar o chão para poder caminhar com segurança, ir ao supermercado e visualizar os preços dos produtos com nitidez, assistir a um filme na TV e conseguir acompanhar o letreiro, entre outras reconquistas narradas por quem passou pelo procedimento cirúrgico”, afirma o oftalmologista.

A recomendação do Dr. Bernardo Cavalcanti é aproveitar o chamado da Campanha Abril Marrom para fazer a prevenção e o tratamento das doenças oculares que podem causar a perda da visão. De acordo com ele, o ideal é realizar uma consulta oftalmológica pelo menos uma vez por ano, na idade adulta, e a cada seis meses, entre o nascimento e os nove anos de vida, ou em caso de histórico familiar.

Com Assessorias
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