A nova pesquisa global da Ipsos, divulgada nesta terça-feira (7), revela que 58% dos brasileiros já ouviram falar sobre as terapias injetáveis produzidas com a semaglutida, uma molécula que simula o hormônio GLP-1, popularmente chamadas de canetas emagrecedoras.

O índice de conhecimento sobre marcas – como Ozempic, Wegovy, Rybelsus, Mounjaro, Zepbound, Olire e Lirux – indicadas no controle do açúcar no sangue em diabéticos tipo 2 e na redução de peso em pacientes com obesidade e sobrepeso, está acima da média global (36%) e de países como Espanha (47%) e Alemanha (33%).

Globalmente, dos que ouviram falar a respeito de medicamentos GLP-1, a maioria tomou conhecimento por meio das mídias sociais (45%) e apenas 19% por meio de um profissional médico. No Brasil, a influência das redes é ainda maior, 54% tomaram conhecimento do medicamento pelas redes sociais.

A maioria (55%) dos brasileiros também acredita que obesidade irá aumentar no país nos próximos 10 anos, seguindo a média global de 54%.  O país ocupa o 6º lugar no mundo em número de casos. Já o Atlas Mundial da Obesidade 2025 mostra que 68% da população adulta brasileira tem excesso de peso, sendo que 31% desse total tem obesidade.

A diabetes também é motivo de preocupação já que o Brasil tem quase 17 milhões de pessoas com a doença. Deste total, mais de 90% correspondem ao diabetes tipo 2 (DM2), conforme dados do Atlas do Diabetes de 2025, da International Diabetes Federation (IDF).

Anvisa alerta para anúncios falsos sobre canetas emagrecedoras

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou falsos anúncios, em redes sociais e na internet, sobre a venda de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras, incluindo o Mounjaro (tirzepatida). Em nota, a agência alertou que os falsos anúncios atraem pacientes oferecendo medicamentos mais baratos ou mesmo de forma gratuita, via governo federal, mas após a realização de cadastro.

Atenção: os anúncios são falsos. A Anvisa não comercializa qualquer medicamento ou serve de intermediária para a sua venda. Os anúncios simulam, inclusive, o site oficial da agência. O domínio gov.anvisa.org não pertence à agência”, informou.

No comunicado, a entidade destaca ainda que pacientes só devem comprar medicamentos por meio de farmácias e drogarias regularizadas. “Se você encontrar publicações desse tipo, denuncie! E não clique em links relacionados”.

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Fabricante de 3 medicações de semaglutida explica diferenças entre os tratamentos

Para a Novo Nordisk, que desenvolveu a molécula análoga ao hormônio GLP-1, usada na fabricação de Ozempic e Wegovy, a pesquisa da Ipsos “evidencia a alta visibilidade que essa classe de medicamentos alcançou e, com isso, a necessidade de esclarecer informações sobre as diferentes terapias disponíveis, suas corretas indicações e mecanismos de ação”. 

Em nota oficial, o laboratório esclarece as diferenças fundamentais entre cada um desses tratamentos. Confira!

A Novo Nordisk, líder global em saúde, esclarece que a semaglutida é uma molécula análoga ao hormônio GLP-1, que é produzido principalmente pelo intestino e liberado em resposta à ingestão de alimentos. Esse hormônio, entre outras ações, auxilia no controle dos níveis de glicose no sangue e controle do apetite, reduzindo a fome e desejo por alimentos calóricos, aumentando a saciedade.

O hormônio, naturalmente produzido pelo organismo, possui uma duração curta (poucos minutos). Os medicamentos análogos de GLP-1 agem de maneira semelhante, porém com maior tempo de ação, o que potencializa seus efeitos.

A semaglutida injetável tem ação de até sete dias, por isso é indicado o uso semanal. A versão oral do medicamento tem ação de até 24 horas, e deve ser utilizada diariamente.

O uso da molécula foi aprovado nos formatos listados abaixo:

  • Ozempic (semaglutida injetável 0,25 mg, 0,5mg e 1mg), em sistema de aplicação preenchido, multidose e descartável: indicado para o tratamento de adultos com diabetes tipo 2, insuficientemente controlado.
  • Rybelsus (semaglutida oral em comprimidos de 3 mg, 7 mg e 14 mg): indicado para o tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2 inadequadamente controlado.
  • Wegovy (semaglutida injetável 0,25 mg, 0,5mg, 1mg, 1,7mg e 2,4mg) em sistema de aplicação preenchido, multidose e descartável: indicado para adultos e adolescentes acima de 12 anos com obesidade ou com sobrepeso com pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso.

A companhia reitera que o uso seguro de qualquer medicamento só é garantido ao seguir as indicações de bula de produtos registrados e aprovados pela Anvisa, sempre sob orientação médica.

É importante destacar que a perda de peso apresentada no tratamento do diabetes tipo 2 com os análogos de GLP-1 não é um efeito colateral ou inesperado do medicamento – pelo contrário, trata-se de um efeito esperado, que comprova sua eficácia. Esse efeito está relatado nos estudos de eficácia e segurança realizados com as moléculas, tendo sido acompanhados em diversas pesquisas clínicas.

A empresa também esclarece que todos os produtos da classe GLP-1, incluindo Ozempic, Wegovy e Rybelsus, são “medicamentos de tarja vermelha, o que significa que sua venda é restrita a prescrição médica”, e que “não apoia ou endossa o uso ou promoção de seus medicamentos de forma divergente das orientações de bula.

Com Assessorias e Agência Brasil (atualizado em 08/10/25)
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