Conheça a história da estudante de Jornalismo Beatriz Libonati, de 25 anos. Filha de pais diabéticos, ela  descobriu que tinha diabetes tipo 2 em outubro de 2015. De lá para cá, passou a fazer dieta, mudou seus hábitos e decidiu criar um blog para contar a sua experiência e ajudar outras pessoas. “A vida é muito mais que a doença”, diz a sorridente Bia.

Jornalista usa o  glicosímetro para medir a taxa de açúcar no sangue (Foto: Acervo Pessoal)
Bia usa o glicosímetro para medir a taxa de açúcar no sangue (Foto: Acervo Pessoal)

“Meu nome é Beatriz Libonati, tenho 25 anos, sou diabética tipo 2 insulino-dependente e estou me formando em jornalismo. Descobri o diabetes em outubro do ano passado. Eu estava com os sintomas clássicos: muita fome, sede, vontade de urinar frequentemente, comecei a perder peso, tontura e enjoo.  Fui para o hospital e estava com 580 de glicemia e fiquei internada durante um tempo. Já conhecia a doença porque meu pai era diabético e minha mãe ficou diabética tipo 2 há dois anos.

Apesar disso, foi um grande susto porque não esperava ficar diabética tão jovem, aos 24 anos. Lá decidi que mudaria de vida e que faria tudo diferente. Mudei a alimentação totalmente. Hoje, só como farinha 100% integral, nada de açúcar, frituras e gordura. Perdi peso e aprendi a cozinhar. Antes não sabia fazer nada na cozinha e hoje faço minha comida, doces, bolos e ate tortas diet. Posso dizer que estou me especializando nessa área da gastronomia, rs.

E como uma forma de me ajudar no tratamento, de me motivar como também conhecer outras pessoas e poder conversar sobre o diabetes eu criei o blog Convivendo com Diabetes em janeiro desse ano. Comecei de forma bem tímida, mas hoje falo abertamente sobre a doença. A troca é mútua, eu aprendo muito e tem sido uma experiência positiva pra mim e pra outras pessoas que são diabéticas, ou tem filhos com diabetes. Eu posto receitas, dicas de alimentação, textos motivacionais, e informação sobre a doença. Sempre destaco que a doença não nos define.

A gente sabe que o diabetes exige muita coisa: controle na alimentação, exercício físico, acompanhamento médico, mas quem é que não precisa dessas coisas? O diabetes é só um lado da nossa vida. A vida é muito mais que a doença.  Digo que o diabetes mudou minha vida sim. Mas mudou o meu olhar sobre a vida. Antes, costumava dar importância para coisas que hoje não vejo mais como tão importantes. Eu revisei minhas prioridades e o que me faz feliz de verdade.

 

Hoje prezo mais meu bem estar, meu equilíbrio emocional, estar mais com a família e com as pessoas que eu amo. Vejo que a mudança a partir do diagnostico foi muito mais positiva do que negativa. É claro que ninguém quer ter uma doença, mas a doença chega à sua vida e te traz tanto ensinamento, tanta coisa boa que até o seu olhar sobre o que é saúde, o que é doença também muda. Pra mim saúde não é ausência de doença. É um questão de estado espírito.

A mensagem que eu passo pra quem tá recebendo o diagnóstico de diabetes agora é que no inicio é muita informação: muda alimentação, insere exercício físico, consultas médicas, exames, medicação, insulina, enfim. É muita coisa nova, mas que com o tempo você vai ver que é vida normal, que é aquilo só vai ser um lado só da sua vida. Que você vai continuar fazendo suas coisas normais, como casar, dirigir ,trabalhar, viajar. O importante é aproveitar o lado positivo de cada situação. Sem vitimismo, pessimismo  e com força de vontade e tratamento adequado a vida segue normalmente. A doença não nos define”.

 

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