O verão começa oficialmente nesta terça-feira, dia 21 de dezembro, mas para muitos brasileiros, a estação mais quente do ano já começou faz tempo. Dias de forte calor e chuvas intensas vêm marcando diversas regiões do país ao longo das últimas semanas, acendendo o alerta para os riscos à saúde causados pela temporada mais esperada do ano. O principal e mais comum deles é a exposição exagerada ao sol, que podem causar desde envelhecimento precoce até danos irreversíveis e até mesmo o câncer de pele.

Dados da Instituto Nacional do Câncer (INCA) demonstram que, anualmente, são registrados 185 mil novos casos de câncer de pele no Brasil. Em 2021, com a chegada do verão e das férias, somada à queda nos indicadores de morbidade e mortalidade relacionados à covid-19, espera-se que as praias e espaços abertos voltem a ser ocupados e que a exposição solar volte aos níveis de outrora.

Por isso, a campanha Dezembro Laranja deste ano alerta para a necessidade de, além de prestar atenção às recomendações sanitárias de proteção contra o coronavírus, agregar à rotina as medidas de prevenção contra o câncer de pele.

O oncologista clínico Bruno Wance, do Hospital Brasília, explica que o câncer de pele se desenvolve, sobretudo, a partir da exposição solar excessiva sem proteção contra os raios UV. Para prevenir a doença, é indicado que se evite exposição excessiva ao sol. Além disso, em caso de exposição, o uso de proteção adequada como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos com proteção UV e filtro solar com alto fator de proteção também são indicados.

Ainda de acordo com o médico, somente um exame clínico realizado por especialista ou uma biópsia pode diagnosticar a doença. Porém, é importante dar atenção às feridas de pele que coçam e não cicatrizam, às pintas ou sinais novos com rápido crescimento, enegrecidos e irregulares, e até mesmo às pintas e sinais antigos que de repente passem a crescer, coçar ou sangrar.

Uma particularidade do câncer de pele é que, muitas vezes, as lesões são identificadas pelo parceiro do paciente, que nota o surgimento de pintas e machas ou mudança nas já existentes. “Os tumores podem aparecer em qualquer área do corpo, mesmo naquelas que ficam escondidas e sofrem menos exposição solar. Portanto, é preciso estar atento, e, se houver qualquer dúvida quanto ao comportamento de alguma mancha, sinal ou pinta, o ideal é que se procure o dermatologista”, orienta o médico.

Existem diversos tratamentos para o câncer de pele e a opção escolhida varia conforme o tipo e o estágio da doença. De acordo com o oncologista, quando o câncer é diagnosticado em estágio inicial, a via de tratamento costuma ser a remoção cirúrgica. No entanto, para casos mais avançados, sobretudo do tipo melanoma, podem ser necessários tratamentos sistêmicos, como quimioterapia, imunoterapia ou uso de outros tipos de medicamentos.

A doença, que representa 33% dos casos de câncer diagnosticados anualmente no país, é provocada pelo crescimento descontrolado de células que compõem a pele e divide-se em dois subgrupos: o melanoma, variação mais agressiva da doença, e o não melanoma, menos agressivo e com menores chances de metástase. Nos dois casos, o diagnóstico precoce torna os índices de cura mais altos e o tratamento menos agressivo.

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