O comportamento do consumidor masculino brasileiro está passando por uma transformação inédita. Segundo o estudo inédito da Croma Consultoria, “Cosmentology 2025”,revela que o autocuidado deixou de ser restrito a perfumes e barbearias e se expandiu para práticas de estética, saúde e bem-estar. Enquanto 79% dos homens usam perfumes e colônias e 78% mantém rotina de cuidados com os cabelos, o crescimento mais expressivo aparece no autocuidado com o corpo, que saltou de 56% em 2018 para 70% em 2025.
Os cuidados com o rosto também ganharam força: passaram de 56% para 68% no mesmo período. Entre os serviços estéticos, a virada cultural é clara. As depilações com métodos tradicionais, antes adotadas por apenas 34% dos homens em 2018, hoje, alcançam 55%. Para Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma, esses números revelam que o Brasil vive uma mudança estrutural no consumo de beleza masculina.
O homem brasileiro está cada vez mais atento à sua imagem, mas o que vemos vai além da estética. Existe uma integração entre saúde, bem-estar e autoestima. O crescimento das intervenções estéticas e dos cuidados com o corpo mostra que a beleza deixou de ser tabu e se tornou parte de um estilo de vida. Esse movimento reposiciona o Brasil no mapa global do setor.”
Outro dado que chama a atenção é a busca por especialização: 57% recorrem a especialistas para cuidar do rosto, e 49% procuram serviços como pedicure e podologia. Já as intervenções estéticas sem cirurgia mais que dobraram: de 13% em 2018 para 33% em 2025. Até procedimentos cirúrgicos apresentaram crescimento, indo de 14% para 28%.
O interesse por procedimentos estéticos, tanto minimamente invasivos quanto cirúrgicos, cresceu consideravelmente. A aplicação de toxina botulínica para suavizar rugas e a mesoterapia para combate a queda de cabelos são cada vez mais vistas como investimentos de bem-estar e autoconfiança”, explica Bulla.
Dados secundários mostram que 57% dos brasileiros não cortam gastos com saúde, mas 83% reduzem despesas em outras categorias, incluindo beleza. A migração para marcas mais acessíveis é uma tendência de comportamento para metade da população. Preço (47%), reputação e confiança (45%) são os fatores determinantes na decisão de compra de produtos dos brasileiros.
Brasil como potência do mercado global
O impacto desse comportamento se reflete diretamente no mercado. O setor global de autocuidado masculino deve atingir US$78,8 bilhões até 2030, e o Brasil, já responsável por 13% do consumo mundial de beleza, deve se consolidar em 2024 como o 4º maior mercado global, atrás apenas de EUA, China e Japão. Além disso, cresce a demanda por produtos mais sustentáveis e de composição orgânica ou vegana: hoje, 47% dos homens já utilizam esse tipo de produto, o que reforça a tendência do consumo consciente.
O que antes era um impulso momentâneo agora é um movimento consolidado. Para marcas e empresas que desejam se destacar, o desafio não é apenas crescer, mas construir relevância em um ambiente mais sofisticado e competitivo”, finaliza o especialista sobre o universo do autocuidado brasileiro.
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Pesquisas internacionais apontam que o interesse masculino por procedimentos estéticos não cirúrgicos aumentou de forma consistente na última década. De acordo com a International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), a procura de homens por esse tipo de tratamento cresceu mais de 20% nos últimos cinco anos, com destaque para toxina botulínica, preenchedores e, em especial, bioestimuladores de colágeno. O levantamento mostra que homens heterossexuais passaram a representar uma fatia cada vez mais relevante desse público, atraídos por intervenções de efeito gradual, aspecto natural e recuperação rápida.
Estudos científicos recentes corroboram essa mudança. Publicações internacionais em dermatologia indicam que fatores como maior exposição à própria imagem em videochamadas, presença constante nas redes sociais e a preocupação com um envelhecimento mais saudável têm levado um número crescente de homens a procurar intervenções estéticas minimamente invasivas.
A maior parte busca melhorias discretas, como suavizar olheiras, reduzir sinais de cansaço e recuperar a firmeza da pele sem alterar o formato do rosto. Juntas, essas evidências mostram que o autocuidado passou a fazer parte, de forma estável, da rotina do homem contemporâneo.
O Dia Internacional do Homem, celebrado em 19 de novembro, passa a evidenciar uma transformação clara no modo como os homens se relacionam com a própria imagem. Os procedimentos estéticos deixaram de ser vistos como algo restrito ao público feminino e passaram a fazer parte da rotina masculina de cuidado com saúde, autoestima e bem-estar.
Homens heterossexuais não apenas aderiram a esse movimento, como já compõem uma parcela relevante da demanda por estética avançada. A expectativa de especialistas é que essa participação aumente ainda mais nos próximos anos, acompanhando a consolidação de tratamentos como os bioestimuladores de colágeno de última geração.
Nas clínicas brasileiras, esse perfil já aparece de forma nítida. Roberto Chacur, speaker da Harmonize Gold, observa que os bioestimuladores de colágeno se tornaram um dos procedimentos mais procurados por homens nos últimos anos, tanto para o rosto quanto para o corpo. Segundo ele, esse público quer melhorar a aparência sem chamar atenção para o fato de ter feito um tratamento.
Por isso, os bioestimuladores se destacam entre esses pacientes, já que ajudam a recuperar firmeza, definir contornos e rejuvenescer a pele sem deixar marcas evidentes de intervenção. Na prática, devolvem qualidade e estrutura mantendo os traços originais.
O interesse não se restringe ao rosto. Levantamentos do próprio mercado estético indicam que áreas como abdômen, peitoral, braços e região lombar têm recebido um número crescente de aplicações de bioestimuladores, sobretudo entre homens que desejam complementar os resultados da academia ou tratar focos de flacidez. Protocolos corporais que estimulam a produção de colágeno, combinados a técnicas de contorno, ganharam espaço por oferecerem melhora gradual da textura e do tônus da pele, com um acabamento visual discreto, algo considerado decisivo por esse perfil de paciente.




