Viajar é uma das experiências mais enriquecedoras da vida, mas a preparação para explorar novos destinos vai além de passagens e malas. Antes de embarcar para uma viagem, seja nacional ou internacional, não há quem deixe de fazer, dias ou meses antes, aquela listinha de tarefas para garantir que tudo sairá dentro do planejado. São itens variados, muitas vezes comuns em qualquer viagem.

Mas para certos destinos, alguns checklists são essenciais e precisam ser, inclusive, antecipados para garantir a viagem segura, como no caso das vacinas. A imunização adequada é um passo essencial para garantir que sua aventura seja segura e livre de imprevistos relacionados à saúde.  Viagens para diferentes regiões do mundo podem expor os viajantes a riscos de contaminação por vírus e bactérias que não estão presentes em sua localidade de origem. Por isso, a vacinação adequada é um passo fundamental para manter a saúde e evitar contratempos.

Segundo especialistas, a vacinação antes de viajar protege não apenas contra doenças específicas de certas regiões, mas também contribui para a saúde pública global, evitando surtos e epidemias. Viajar sem as vacinas adequadas é um risco desnecessário, especialmente para doenças graves como febre amarela, hepatite A e febre tifoide, que podem ser evitadas com imunização.

Vacinar-se é uma das formas mais efetivas de evitar doenças em viagens, mas também de proteger quem você ama ao retornar; A prevenção é o primeiro passo para uma viagem tranquila e saudável. Muitas doenças transmissíveis estão erradicadas ou controladas em alguns países, mas ainda são comuns em outras partes do mundo”, alerta Marcela Rodrigues, diretora da Salus Imunizações.

Vacina contra a febre amarela é exigida em países da África e América do Sul

O médico e coordenador do curso de medicina da Faculdade de Medicina Uniderp de Ponta Porã, José Ricardo Scalise explica que as vacinas recomendadas variam conforme o destino da viagem, a idade do viajante e o histórico de saúde.

Entre as vacinas mais comuns estão as para tuberculose, febre amarela, difteria, meningite, tétano e coqueluche (DTP), hepatite A e B, influenza, sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral) e pneumocócica. Além dessas, existem vacinas específicas para pessoas que irão a locais com surtos de doenças como raiva e meningite meningocócica”.

Além disso, em muitos destinos, a vacinação é um pré-requisito para entrada no país, como a vacina contra febre amarela. “Para destinos em regiões tropicais, como África e América do Sul, a vacina contra a febre amarela é frequentemente exigida, enquanto viagens para áreas de risco de malária podem necessitar de medicações profiláticas e vacinas adicionais, como a febre tifóide”, menciona.

Com a chegada do período de férias, muitas pessoas também aproveitam para viajar para o litoral ou áreas rurais, seja de carro próprio ou transporte público. Por isso, o epidemiologista José Geraldo Leite Ribeiro, do Fleury Medicina e Saúde, faz um alerta também rem relação às viagens domésticas dentro do Brasil.

Antes de viajar, é importante verificar a caderneta de vacinação e conferir se as doses de febre amarela e hepatite A estejam atualizadas. Ambas as vacinas são importantes para quem viaja pelo Brasil, principalmente para regiões rurais e áreas mais afastadas”, afirma;

Os viajantes devem sempre consultar um médico ou um centro de vacinação especializado para determinar quais vacinas são necessárias de acordo com seu destino e histórico de saúde, segundo conta o especialista.

A antecedência na vacinação é um aspecto importante, já que algumas vacinas exigem um intervalo de tempo entre a aplicação e a viagem. “O ideal é procurar orientação médica de 4 a 6 semanas antes do embarque para garantir que todas as vacinas sejam aplicadas no momento certo e que o corpo tenha tempo suficiente para desenvolver a proteção necessária”, alerta Scalise.

Imunizações essenciais para viajantes

1. Febre Amarela:

– Indicação: Fundamental para viajantes que se dirigem a áreas endêmicas da América do Sul, África e partes da Ásia.

– Observação: A vacina deve ser administrada pelo menos 10 dias antes da viagem e registrada no Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP).

2. Hepatite A:

-Indicação: Essencial para destinos com saneamento básico precário, onde o vírus pode ser transmitido por água e alimentos contaminados.

-Duração da proteção: Cerca de 20 anos após as duas doses recomendadas.

3. Febre Tifoide:

– Indicação: Recomendada para viajantes que visitarão áreas com alto risco de contaminação alimentar e hídrica, como regiões da Ásia, África e América Central.

– Disponibilidade: Vacinas injetáveis ou orais, dependendo da necessidade.

4. Meningite Meningocócica:

– Indicação: Necessária para quem visita áreas da África subsaariana (cinturão da meningite) e obrigatória para peregrinações a Meca (Hajj e Umrah).

5. Raiva:

– Indicação: Para quem terá contato com animais em áreas rurais ou remotas, onde o acesso a tratamento imediato pode ser limitado.

6. Hepatite B:

– Indicação: Recomendável para todos os viajantes, especialmente aqueles que passarão longos períodos em áreas endêmicas ou participarão de atividades de risco.

7. Vacinas rotineiras:

– Certifique-se de que as imunizações regulares, como tétano, difteria, sarampo, caxumba e rubéola (vacina tríplice viral), estejam em dia.

Atenção para a febre de Oropouche

Além das vacinas em dia, outras recomendações dos especialistas são essenciais para uma viagem mais saudável. Para aproveitar o momento e evitar problemas que possam comprometer a viagem e o bem-estar, especialistas alertam sobre a importância de medidas preventivas simples, como vacinas, higiene de alimentos e proteção contra mosquitos.

José Geraldo lembra que muitas áreas turísticas, principalmente em zonas rurais ou regiões silvestres, podem apresentar surtos de arboviroses, como a febre Oropouche, ou outras enfermidades relacionadas à qualidade da água e dos alimentos. Por isso, é importante que os viajantes estejam atentos aos alertas de saúde nas regiões de destino, evitando áreas com surtos ativos de doenças.

Além da vacinação, é essencial estar ciente de outras medidas preventivas, como o uso de repelentes contra mosquitos, cuidados com a alimentação e ingestão de água potável, especialmente em regiões com riscos de doenças transmitidas por alimentos e água contaminados.
Proteja-se dos mosquitos

Ao viajar para áreas de campo ou regiões silvestres, o uso de repelentes é fundamental. Diferente da dengue, que também está presente nos centros urbanos, doenças como a febre Oropouche, transmitida por mosquitos que costumam picar ao amanhecer e entardecer, exigem atenção especial. Para se proteger:

  • Aplique repelente regularmente, principalmente em horários de maior atividade dos mosquitos;
  • Use roupas claras, de manga longa e calças compridas em áreas de risco;
  • Fique atento aos boletins locais sobre surtos ou alertas de doenças nas regiões de destino

Confira outros cuidados para manter a saúde e bem-estar

Pequenas atitudes, como higienizar os alimentos com hipoclorito e evitar gelo feito com água de torneira, podem fazer toda a diferença na prevenção de doenças durante a viagem”, ressalta a hepatologista Patrícia Marinho, da Clinica Felippe Mattoso e Labs a+, do Grupo Fleury.

Alimentação e água

A diarreia é um dos problemas mais frequentes entre viajantes e pode comprometer o passeio. É importante higienizar bem os alimentos antes do consumo, preferindo aqueles preparados na hora; evitar alimentos crus, a menos que possam ser lavados com solução de hipoclorito (encontrada em supermercados); e consumir apenas água filtrada, fervida ou mineral, especialmente em locais com abastecimento precário.

Evite andar descalço

Andar descalço, mesmo em praias ou áreas de campo, pode ser perigoso devido ao risco de contaminação por parasitas e outros agentes infecciosos. O uso de calçados pode ajudar a evitar doenças como bicho-geográfico e outras infecções cutâneas.

Atenção antes de nadar

É importante consultar a balneabilidade antes de mergulhar, pois águas contaminadas podem causar problemas como gastroenterites e hepatite A.

Neurologista dá dicas para que você aproveite bem o período fora de casa

Se você é daqueles que considera que viajar é um investimento e já está de malas prontas para as férias de verão, saiba que essa experiência também pode ter impactos na sua saúde. Não é para desanimar ninguém, mas a neurologista da Unimed Araxá, Yvely Iunes Akel, sugere atenção especial para o período.

O corpo humano enfrenta altos níveis de estresse durante as viagens, o que pode resultar na diminuição do sistema imunológico. É importante estar ciente desses desafios para evitar complicações de saúde durante ou após os dias de descanso”, explica.

A médica enumera dicas para você se manter saudável durante a viagem:

Prepare seu corpo cedo

– Inicie a preparação pelo menos 48 horas antes da viagem.

– Garanta uma boa noite de sono, com pelo menos 8 horas.

– Certifique-se de receber todas as vacinas recomendadas antes da partida.

Fique hidratado

– Beba água suficiente, calculando a quantidade com base no peso.

– Verifique a segurança da água da torneira no exterior; opte por água engarrafada se necessário.

Durma o suficiente durante sua viagem

– O aumento de glóbulos brancos durante o sono fortalece o mecanismo de defesa do corpo.

Desacelere

– Evite itinerários lotados para permitir espaço para autocuidado e descanso.

Mantenha uma dieta balanceada

– Mantenha refeições saudáveis com frutas e vegetais frescos e coloridos para apoiar o sistema imunológico.

Dê a si mesmo tempo para se recuperar

– Reserve um ou dois dias para descansar antes de voltar à rotina após as férias.

Leve desinfetante para as mãos

– Mantenha os germes afastados com desinfetante e lenços desinfetantes durante a viagem.

Divirta-se e ria muito

– O riso é benéfico para o sistema imunológico, então, aproveite ao máximo suas férias.

Dicas práticas para viajantes

1. Planeje com antecedência

A maioria das vacinas precisa de semanas para oferecer proteção total. Comece o planejamento vacinal ao menos 4 a 6 semanas antes da viagem.

2. Consulte um especialista

Centros de imunização podem oferecer orientações personalizadas com base no seu destino, tempo de permanência e atividades planejadas.

3. Certifique-se das exigências do país de destino

Utilize ferramentas como o site da Organização Mundial da Saúde (OMS) para verificar os requisitos específicos de vacinação.

4. Leve um kit de saúde

Além da imunização, leve medicamentos básicos, repelente de insetos, protetor solar e antissépticos para emergências.

Com Assessorias

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *