O câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero. Conforme indicado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), os dados do Atlas de Mortalidade por Câncer revelaram que, em 2020, o número oficialmente confirmado de vítimas fatais foi de 3.921. Mas é fundamental entender que a grande maioria das mulheres que apresentam um tumor ou cisto no ovário não tem câncer de ovário, mas sim uma lesão funcional ou benigna.

O alerta é da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) para este Dia Nacional de Combate ao Câncer (27 de novembro), que tem como propósito elevar a conscientização da população sobre questões importantes relacionadas à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença.

A Comissão Especializada em Ginecologia Oncológica da Febrasgo faz uma alerta sobre a importância do diálogo e da disseminação de informações para ampliar a compreensão sobre essa forma de câncer e promover medidas preventivas e diagnósticos precoces.

A ginecologista Sophie Derchain, membro da Comissão, explica que não há programa de rastreamento de câncer de ovário para mulheres da população geral, justamente porque tem muitos tumores ovarianos benignos.

“Ao fazer exames de imagem ou de sangue em mulheres sem sintomas, acaba se indicando muitas cirurgias desnecessárias e que apresentam complicações. E como os cânceres de ovário muitas vezes aparecem muito rápido, fazer exames periódicos não diminui a mortalidade das mulheres rastreadas”, destaca.

De maneira geral, entretanto, as mulheres costumam fazer o ultrassom de rotina, que permite a descoberta ocasional de massas anexiais de cerca de 10% a 15% delas. Apenas uma em cada 10 têm indicação de cirurgia, e entre essas que forem operadas 13% a 17% terão câncer.

O ovário pode dar origem a diferentes tipos histológicos de doenças benignas sendo que algumas são cistos funcionais como cisto folicular, do corpo lúteo, luteoma da gravidez que não precisam de cirurgia para o diagnóstico já que irão desaparecer naturalmente.

“Existem também muitos tumores de ovário, sendo os neoplásicos, mas totalmente benignos. Tem várias origens histológicas e podem ser de células germinativas sendo os mais frequentes cisto dermóide, teratoma sólido maduro, de células do estroma como tecoma, fibroma e de células epiteliais como cistoadenomas serosos e mucinosos”, explica a especialista.

Câncer de ovário pode atingir fígado ou pulmão

câncer de ovário é uma neoplasia invasiva (maligna) das gônadas femininas, ou seja, uma replicação desordenada de células malignas que invadem primeiro o ovário e depois podem se espalhar para os órgãos da pelve e o abdome superior, assim como fígado ou pulmão.

Os cânceres de ovário também tem origem em vários tipos de células: podem ser encontrados tumores de células germinativas, como por exemplo disgerminomas, tumores do saco vitelino e tumores do estroma ovariano como tumor de células da granulosa ou tumores de células de Sertoli-Leydig.

Mas os principais tumores de ovário são os carcinomas, que vem do epitélio, e que são classificados em dois tipos. O tipo I, que apresenta um crescimento mais lento e tem uma boa evolução e os do tipo II, que tem um crescimento muito agressivo, sendo raramente detectados em estádios iniciais.

Sintomas do câncer de ovário

Sobre os sintomas, a Dra. Sophie explica que são muito vagos e pouco específicos e estão relacionados essencialmente com o crescimento do tumor no ovário ou da presença de líquido na cavidade abdominal. E que entre os sintomas presentes se destacam o aumento do volume abdominal, náuseas, vômitos, perda de peso e dor pélvica.

Pode também apresentar sangramento uterino anormal, sintomas de virilização, problemas urinários. Alguns cânceres de ovário podem ter uma progressão muito rápida, e com isso um curto intervalo entre os sintomas, o diagnóstico e o tratamento é muito importante.

Prevenção da doença

Não é possível prevenir todos os tipos de cânceres de ovário, mas, gravidez, lactação e uso de contraceptivo hormonal são associados à diminuição de risco.

“A laqueadura ou salpingectomia (retirada da tuba) junto com a histerectomia são métodos mais invasivos, mas que estão associados à redução dos carcinomas de ovário”, esclarece a médica.

Há algumas mulheres com câncer de ovário que apresentam alterações genéticas e assim, em toda mulher com carcinoma de ovário é solicitado um painel genético que identifica essas mutações”, destaca a ginecologista.

 

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