A jornalista Priscila Aguiar, moradora de Recife (PE), teve parte do nariz necrosado após realizar aplicação de ácido hialurônico com um biomédico. Já Raquel, de Canoas (RS), fez o procedimento chamado skinbooster com uma dentista e ficou com hematomas significativos durante 40 dias. As duas são exemplos de pacientes que realizaram procedimentos estéticos invasivos com profissionais não habilitados e acabaram tento complicações.

Para chamar a atenção para riscos como estes, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) acaba de lançar sua nova campanha de valorização profissional. Com a marca “Sua pele sua vida”, a iniciativa é mais um projeto da SBD para ressaltar a competência do médico para realizar diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças relacionadas à pele, cabelos e unhas, incluindo procedimentos cirúrgicos e estéticos, que nas mãos de profissionais não habilitados, podem expor pacientes a situações de risco.

Para promover esse esclarecimento, a SBD buscou popularizar, com toque de humor, a mensagem principal da importância de profissionais qualificados em sua campanha de comunicação. Expressões como “É sarna para se coçar”, “O barato pode sair caro” e “Pode dar zebra” são utilizadas nas peças de divulgação na internet como consequências para pessoas que não marcaram consulta com um dermatologista ou compraram pacotes de beleza em sites de compras coletivas, por exemplo.

A SBD reforça a importância de a população certificar se o profissional escolhido para realizar procedimentos estéticos ou cuidar das doenças da pele, cabelos e unhas é médico e especialista capacitado. Também alerta para que tomem cuidado com os sites de compras coletivas e anúncios na internet, que oferecem pacotes baratos e promoções, e a desconfiarem dos locais que se dispõem a cobrar preços muito baixos – nem sempre possuem os melhores equipamentos e produtos.

Para o vice-presidente da SBD, Sérgio Palma, “a informação de que o melhor é tratar com médico dermatologista está disseminada, mas ainda há parte da sociedade que precisa de uma mensagem mais direta e popular sobre o papel do especialista na atenção à saúde e beleza da pele em todas as fases da vida”.  “As diretrizes da campanha estimulam a reflexão do tema, ressaltando a qualificação, o profissionalismo e a competência do médico para realizar ações que, quando colocadas nas mãos de outros profissionais, podem expor pacientes a situações de risco, incluindo risco de vida”, afirma o presidente da SBD, José Antônio Sanches.

Quem pode realizar esses procedimentos?

De acordo com a SBD, todos os profissionais da área da saúde, e de profissões regulamentadas, só podem realizar atos que são previstos em suas leis regulamentadoras. A Lei do Ato Médico (Lei Federal nº 12.842/2013) define os atos privativos de médico no seu art. 4º, entre eles a indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos.

Dessa forma, biomédicos, farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas e odontologistas não possuem em suas leis regulamentadoras autorização para a realização de procedimentos invasivos estéticos e não estão autorizados a realizar procedimentos invasivos como aplicação de ácido hialurônico, toxina botulínica, microagulhamento, peelings (médios e profundos) e laser, por exemplo.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é a única instituição reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB), como representante dos dermatologistas no Brasil. Para mais informações acesse: www.sbd.org.br.

 

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