De acordo com o United States Renal Data System (USRDS), no mundo, estima-se que 15% da população tenha algum grau de doença renal, desde o estágio inicial até o nível cinco, o mais grave, quando é recomendado o transplante. No Brasil, cerca de 150 mil pessoas são afetadas pela Doença Renal Crônica (DRC) e um terço delas (50 mil) morrem precocemente, todos os anos, antes de ter acesso à diálise ou ao transplante de rim.

De acordo com especialistas, a doença renal é silenciosa e raramente apresenta sintomas. Por isso a importância do diagnóstico precoce é inquestionável. A boa notícia é que um simples exame de sangue para verificar a creatinina e o exame de urina são suficientes. Porém, o exame de creatinina – que custa em média R$ 11 e é coberto pelos planos de saúde – ainda é pouco solicitado pelos médicos no check up anual.

Segundo Bruno Zawadzki, diretor médico da DaVita, “a creatinina é um composto originado da creatina e que é filtrado e eliminado pelos rins. Ao medir as taxas dessa substância no sangue é possível avaliar a saúde renal da pessoa”. “Os pacientes socialmente mais vulneráveis acabam recebendo o diagnóstico em fases mais avançadas da doença renal. Por isso, as campanhas de conscientização representam uma forma de reverter a situação”, comenta.

Para marcar o Dia Mundial do Rim (14 de março), a campanha da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) foca na promoção da equidade no acesso ao diagnóstico e tratamento e busca ampliar o acesso ao exame de creatinina, um procedimento acessível. Em adesão à campanha, a DaVitta, clínica de nefrologia, oferece o exame de creatinina de graça em duas cidades da Região dos Lagos esta semana (saiba mais abaixo).

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‘Simples hábito pode fazer a diferença’, diz patologista

Maria Gabriela de Lucca, médica patologista clínica e especialista da SBPC/ML, explica que o acompanhamento da função renal é crucial para identificar precocemente possíveis problemas. a dosagem de creatinina pode ser determinante para sinalizar problemas renais em estágios iniciais.  “A avaliação da creatinina no sangue é um indicador crucial da saúde renal e para a progressão da doença crônica renal”, reforçou.

Segundo Maria Gabriela, embora existam opções mais precisas, como o teste de Cistatina C, a medição de creatinina é uma opção acessível que deve ser solicitada anualmente por profissionais de saúde em check-ups regulares.  “Este simples hábito pode fazer a diferença entre a detecção precoce e a evolução silenciosa da doença renal”.

Um aumento nos níveis de creatinina no sangue indica dificuldade dos rins em filtrar essa substância muscular, sinalizando a necessidade de exames adicionais para o diagnóstico definitivo da doença renal crônica, considerando-se elevado, em geral, quando ultrapassa 1,2mg/dL em homens e 1,0mg/dL em mulheres – este valor pode variar ligeiramente entre os laboratórios.

Conheça outros exames que devem ser feitos

Além da creatinina, que reflete a taxa de filtração glomerular estimada, a ureia é outro exame importante, sendo resultados anormais frequentemente os primeiros indícios de uma doença renal. Estes dois exames são dosados no sangue, em uma simples coleta venosa, e não requerem jejum para sua realização.

O acompanhamento periódico dos níveis sanguíneos de ureia e creatinina é vital para pacientes com lesão renal, auxiliando no monitoramento da evolução da doença. Para completar o rastreio de doença renal na população em geral, recomenda-se também a análise da urina para verificar a presença de hemácias, leucócitos ou proteínas.

Em pacientes com doenças que sabidamente predispõem a doença renal, como diabetes ou hipertensão arterial, a pesquisa anual de microalbuminúria é essencial para detectar lesões renais iniciais. Doenças renais também podem impactar os níveis de cálcio, fósforo e eletrólitos no sangue e na urina.

O hemograma avalia a anemia decorrente da falta de eritropoietina, hormônio renal estimulador da produção de hemácias. A proteinúria é utilizada para avaliar o tratamento na síndrome nefrótica, enquanto o paratormônio (PTH) pode estar elevado em doenças renais.

Nestes casos, é utilizado o clearance de creatinina, ou depuração da creatinina, um exame utilizado para o monitoramento mais preciso da função renal – e é a dosagem é realizada no sangue e na urina.

Este tipo de coleta de urina exige alguns cuidados: higienização adequada, descarte da primeira urina do dia e a coleta de amostras ao longo de 24 horas, armazenadas em um frasco fornecido pelo laboratório. Em alguns casos, o especialista pode orientar restrições alimentares no dia anterior ao ciclo de coleta.

Como evitar problemas renais que podem levar à morte

Hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca estão entre as principais causas de doenças renais crônicas no mundo. Fazer o acompanhamento médico dessas comorbidades é primordial para evitar o comprometimento da função do órgão.

“Fraqueza, palidez, falta de ar, às vezes noturna, e inchaço nos pés são sinais de alerta e podem indicar um agravamento da doença renal. Em geral, os sintomas aparecem quando o paciente já está em um estágio mais avançado”, explica o nefrologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Wilson Mendes.

Segundo ele, quem passa por hemodiálise ou está transplantado tem um risco 10 vezes maior de mortalidade do que a população em geral por doenças do sistema cardiovascular, como infarto e AVC. No entanto, o transplante é a melhor solução para um paciente grau cinco por garantir melhor qualidade de vida. Ele, no entanto, ressalta que o tratamento deve continuar.

“A prevenção, um dos pilares estratégicos do nosso modelo de negócio, é sempre o melhor remédio, por isso a importância da prática de atividades físicas, do controle de peso, de uma dieta saudável, além do monitoramento da pressão arterial e do diabetes”, conclui.

Exames de creatinina gratuitos na Região dos Lagos

Em apoio à campanha da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), as unidades DaVita em Cabo Frio e Araruama, na Região dos Lagos, realizam entre os dias 11 e 15 de março uma semana especial de conscientização da saúde renal. Durante a ação, das 9 às 1’7h, será realizado exame gratuito de creatinina.

Na terça-feira (12), uma equipe da unidade DaVita Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, percorrerá o bairro de Venda das Pedras para distribuir materiais informativos da SBN e orientações para a população, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença.

Com isso, a clínica de nefrologia espera disseminar informações sobre a doença renal crônica (DRC) e ampliar a conscientização por uma política de saúde inclusiva, que garanta equidade e permita o acesso ao diagnóstico e tratamento.

Live esclarece sobre a saúde dos rins

Com o propósito de conscientizar sobre os riscos da DRC e sublinhar a importância do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento renal, a médica patologista clínica e coordenadora do Comitê Pré/Pós-analítico da SBPC/ML, Maria Gabriela de Lucca, conduzirá uma live na quinta-feira (14), às 19h30, n, em conjunto com o médico nefrologista João Fernando Picollo.

A live apresentará discussões valiosas sobre a saúde dos rins, além de reforçar a conscientização sobre a relevância dos exames para monitoramento da função renal. A dosagem de creatinina, quando alta, indica que os rins podem não estar funcionando adequadamente, permitindo a identificação precoce de possíveis problemas.

Sobre a data

Criado há 18 anos pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e pela Federação Internacional de Fundações do Rim (IFKF), o Dia Mundial do Rim é um evento anual, comemorado na segunda quinta-feira de março, que mobiliza milhões de pessoas em mais de 150 países.

Este ano, é lembrado no dia 14 de março e a campanha da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) traz como tema central “SAÚDE DOS RINS (& exame de creatinina) PARA TODOS: porque todos têm o direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento”.

Com Assessorias

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