sarampo é um PROBLEMA MUNDIAL. Assim como o Brasil, mais quatro países da Europa perderam recentemente o certificado de eliminação da doença. São eles: Reino Unido, Grécia, República Tcheca e Albânia. No primeiro semestre de 2019, CazaquistãoGeórgiassia e Ucrânia concentraram 78% dos casos na Europa. Nos EUA, o número de casos também é crescente desde o início deste ano.

De acordo com a médica Flavia Carijó, diretora da rede de clínicas de vacinação Prophylaxis, a origem do surto teve início em 1998, quando a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola foi acusada de provocar autismo. “Houve um movimento chamado “Vacina não”, que fazia uma ligação entre vacinas e autismo. Na época, muita gente acreditou nesta tese e os índices de vacinação despencaram em todo o mundo. Ou seja, as pessoas ficaram suscetíveis a doença”, afirma Flavia.

O Ministério da Saúde estima que até 39,9 milhões de pessoas não estejam vacinadas e os registros da doença estão espalhados em 120 municípios do país.  “É importante vacinar, neste primeiro momento, o público que é mais suscetível às complicações do sarampo. As crianças menores de 5 anos estão na faixa etária com maior número de internações e apresentam maior risco de desenvolver complicações, como cegueira, encefalite, diarreia grave, infecções no ouvido, pneumonias e óbitos pelo sarampo”, ressalta o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira.

Boletim revela que 16 estados já registram surto da doença

O Brasil registrou 3.339 casos confirmados de sarampo em 16 estados, nos últimos 90 dias, de acordo com o novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul passaram a integrar a lista de estados com surto ativo da doença.

O atual boletim – divulgado nesta sexta-feira (13) – aponta a notificação de 24.011 casos suspeitos, sendo que 17.713 (73,8%) estão em investigação e 2.957 (12,3%) foram descartados. Os casos confirmados, neste último levantamento, representam 89% do total de 2019. Não houve novos registros de óbitos. A maioria dos casos confirmados, 97, 5%, está em São Paulo (3.254), seguido do Rio de Janeiro (18), Pernambuco (13), Minas Gerais (13), Santa Catarina (12), Paraná (7), Rio Grande do Sul (7), Maranhão (3), Goiás (3), Distrito Federal (3), Mato Grosso do Sul (1), Espírito Santo (1), Piauí (1), Rio Grande do Norte (1), Bahia (1) e Sergipe (1).

As crianças são as mais suscetíveis às complicações e óbitos por sarampo. A incidência de casos em menores de 1 ano é 9 vezes maior em relação à população em geral. A cada 100 mil habitantes, 52 crianças nessa faixa etária obtiveram confirmação para o sarampo. A segunda faixa etária mais atingida é de 1 a 4 anos. Esses dados do boletim epidemiológico elevam atenção para ações mais pontuais para este público. Neste ano, foram confirmados quatro óbitos por sarampo: três óbitos ocorreram em menores de 1 ano de idade; e um óbito em um indivíduo de 42 anos. Nenhum dos quatro casos eram vacinados contra a doença.

Médica esclarece sobre a vacina tríplice viral

Ela explica que, como a Tríplice Viral também imuniza contra rubéola e caxumba, a baixa cobertura vacinal de 20 anos atrás pode trazer de volta as outras duas doenças“A caxumba é uma infecção contagiosa e que, normalmente, atinge as glândulas que produzem a saliva ou próximas ao ouvido. A doença é altamente contagiosa e a única forma de evitar é se protegendo com as vacinas Tríplice Viral e Tetra Viral”, comentou Flavia.

O sarampo pode ser transmitido pela fala, tosse e espirro. O vírus voltou a circular no Brasil principalmente na região norte, trazido por imigrantes venezuelanos. A faixa etária com o maior número de registros de casos de sarampo é a de bebês menores de um ano. Por isso, infelizmente, o sarampo continua sendo uma grande causa de mortalidade infantil em muitos países.

A estimativa é de que uma pessoa doente transmita o vírus para aproximadamente 90% das pessoas não protegidas ao seu redor e os possíveis sintomas da doença são manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza, irritação nos olhos, mal estar intenso e tosse”, afirma.

CAMPANHA CONTRA O SARAMPO

A vacina é a principal forma de proteção contra o sarampo. O Ministério da Saúde, juntamente com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, realizará em 2019, a Campanha Nacional de Vacinação contra a o Sarampo. Esta campanha é uma estratégia diferenciada para interromper a circulação do vírus do sarampo no país e será feita de forma seletiva, ocorrendo em duas etapas. No período de 7 a 25 de outubro, o público-alvo são as crianças de seis meses a menores de 5 anos. O dia D – dia de mobilização nacional – acontecerá em 19 de outubro. Já a segunda etapa, de 18 a 30 de novembro, o foco é a população de 20 a 29 anos. O dia D ocorrerá em 30 de novembro.

Para garantir a vacinação de todas as crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias, neste ano, o Ministério da Saúde já enviou 19,4 milhões de doses da vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola. Esse quantitativo garante a realização da vacinação de rotina, as ações de interrupção da transmissão do vírus, ee a dose extra chamada de ‘dose zero’, nas crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias. Recentemente, a pasta enviou 1,6 milhão de doses extras da vacina tríplice viral para esse público. Na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS) a tríplice viral está disponível

Nos dias 5 e 6 de setembro foi autorizada a distribuição de mais 5,5 milhões de doses para todos os estados do país. Do total de doses distribuídas, 52% (2,9 milhões) foram destinadas à utilização na rotina de vacinação, o que atende integralmente as solicitações dos estados. A quantidade autorizada no mês de setembro para as ações de rotina, corresponde a 67% a mais do que a média mensal estimada de demanda dos estados. As demais 2,6 milhões de doses serão utilizadas para a campanha de vacinação da população na faixa etária de 6 meses a 04 anos 11 meses e 29 dias.

CENÁRIO INTERNACIONAL

Dos 194 países signatários do Regulamento Sanitário Internacional, 182 reportaram casos confirmados de sarampo, sendo que a Europa (53 países) e o Sudeste Asiático (11 países) apresentaram casos em todos os seus países.

Na Região Europeia, até agosto de 2019, foram registrados cerca de 90 mil casos superando a quantidade identificada em todo o ano de 2018 (84.462). Quatro países europeus perderam o certificado de eliminação da doença, dentre eles Albânia, República Checa, Grécia e Reino Unido.  Em 2019, a Região das Américas registrou 3.328 casos confirmados de sarampo em 14 países. Os Estados Unidos apresentaram 1.241 casos confirmados em 28 estados, e estão na eminência de perder o certificado de eliminação do sarampo.

O Ministério da Saúde tem procurado fortalecer o diálogo com a comunidade científica e com entidades da sociedade civil da área da saúde de todo o país. O diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Júlio Croda, conduziu, nesta quinta-feira (12/9), vídeo conferência com representantes de entidades da área da saúde, como conselhos profissionais, sociedades de classe e pesquisadores para alinhar conceitos e aprimorar ações de combate ao sarampo no Brasil.

Com Assessorias

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