A campanha “Dezembro Laranja”, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alerta a população para os cuidados com o sol e os riscos do câncer da pele. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), todos os anos surgem mais de 180 mil novos casos de câncer da pele no Brasil, o de  maior incidência no ser humano. A principal causa é a exposição solar portanto, para entrar com o pé direito na estação mais quente do ani e curtir o sol sem riscos, o fotoprotetor é o companheiro mais importante que podemos ter.

Mas só isso não basta. É preciso estar atento aos sinais – pintas que surgem pelo corpo devem ser observadas clinicamente por um especialista, mas também é possível fazer o autoexame e, se necessário, buscar ajuda do especialista. As pintas (nevos melanocíticos) são consideradas potenciais precursores do melanoma – o tipo de câncer de pele com o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade.  Apesar de não ser o mais frequente câncer de pele, no ano de 2019 são estimados 2.920 casos novos em homens e 3.340 casos novos em mulheres.

O cirurgião plástico Mário Farinazzo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explica que as pintas são pequenas manchas marrons regulares na pele, salientes ou não. “De forma geral, a maioria das pintas possui um formato regular. Mas existem as pintas atípicas (ou nevos displásicos), não usuais que podem parecer um melanoma. As lesões são maiores, irregulares no formato e possui vários tons”, afirma o médico.

Embora o melanoma possa estar ligado a herança genética, fatores ambientais como a exposição solar  influenciam no aparecimento da doença — principalmente com os elevados índices de radiação que atingem níveis considerados potencialmente cancerígenos. Por isso, é importante ficarmos atentos ao aparecimento e mudanças de pintas através do autoexame da pele. O excesso de exposição solar promove mutação no DNA das células da pele que passam a se multiplicar de forma desordenada”, afirma.

Adulto jovem possui de 10 a 20 pintas no corpo

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, pesquisas afirmam que pessoas com dez ou mais nevos displásicos possuem 12 vezes mais chance de desenvolver o melanoma, tipo mais agressivo de câncer da pele. Um adulto jovem possui entre 10 e 20 pintas, elevadas ou não, com formato simétrico, borda regular, cor uniforme e diâmetro menor que 6mm.

As pintas concentram-se mais nas áreas expostas ao sol. Pacientes de pele clara, com familiares que já tiveram câncer de pele e que tenham mais de 50 pintas devem atentar-se ainda mais aos sinais. Além disso, pintas que surgem próximas a tatuagens ou na palma da mão e sola do pé são mais preocupantes e geralmente devem ser retiradas”, explica o Dr. Mário.

Quando o paciente, após o autoexame, detectar algum sinal suspeito, ele pode procurar um dermatologista ou cirurgião plástico, que poderá indicar o paciente para cirurgia. “O procedimento cirúrgico é realizado com anestesia local e a pinta é retirada e enviada para análise. Logo em seguida, a incisão é fechada com pontos”, diz o médico. “No caso de um melanoma avançado, que já se espalhou para outras partes do corpo, as opções de tratamento incluem quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, ou cirurgia. A resposta ao tratamento, nestes estágios mais avançados, é muito variável”, enfatiza.

Por fim, o médico esclarece que embora o diagnóstico de melanoma normalmente possa trazer medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença, segundo a SBD. “Por isso, a realização do autoexame dermatológico é fundamental”, finaliza o médico.

Regra ABCDE para identificar os sinais

O cirurgião plástico explica que, no autoexame da pele, é necessário estar atento à regra ABCDE. Para diferenciar a presença de nevos displásicos e as pintas normais, é feita a regra A (assimetria), B (borda irregular ou mal deliminada), C (cor variável), D (diâmetro maior que 6milímetros) e E (evolução anormal).

“A assimetria é vista quando dividimos em dois lados e eles são diferentes. A borda irregular de uma pinta é notada quando ela não tem um formato definido (as normais são redondas). Quanto à cor em pintas suspeitas, ela tem tons mais escuros e mais claros na mesma lesão. E com relação à evolução anormal, pode ser uma modificação com crescimento, ou alteração da cor e formato ou então coceira ou sangramento”, diz o médico. “Se alguma pinta apresentar qualquer uma das alterações, procure um médico para esclarecer a necessidade de remoção cirúrgica ou não”, diz.

De acordo com Simone Neri, dermatologista, a doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Pessoas claras e que se queimam com facilidade, quando se expõem ao sol, têm mais risco de desenvolver o câncer de pele, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de peles morenas. “O câncer de pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas como um machucado que não cicatriza. Por isso, conhecer bem a pelepintas e manchas que ela apresenta faz toda a diferença na hora de detectar irregularidades”, explica Simone.

Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos  sintomas. Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos siga a Regra do ABCDE. Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista. Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.

– Assimetria: se uma metade da lesão for diferente da outra;

– Bordas irregulares: quando o contorno da pinta ou mancha não for regular;

– Cor: sinais, pintas ou manchas com cores diferentes;

– Diâmetro: pintas ou manchas com um diâmetro maior que 6 mm;

– Evolução: qualquer tipo de mudança no tamanho ou cor.

Dicas para o autoexame:

  • Examine seu rosto, principalmente o nariz, lábios, boca e orelhas.
  • Para facilitar o exame do couro cabeludo, separe os fios com um pente ou use o secador para melhor visibilidade. Se houver necessidade, peça ajuda a alguém.
  • Preste atenção nas mãos, também entre os dedos.
  • Levante os braços, para olhar as axilas, antebraços, cotovelos, virando dos dois lados, com a ajuda de um espelho de alta qualidade.
  • Foque no pescoço, peito e tórax. As mulheres também devem levantar os seios para prestar atenção aos sinais onde fica o soutien. Olhe também a nuca e por trás das orelhas.
  • De costas para um espelho de corpo inteiro, use outro para olhar com atenção os ombros, as costas, nádegas e pernas.
  • Sentada (o), olhe a parte interna das coxas, bem como a área genital.
  • Na mesma posição, olhe os tornozelos, o espaço entre os dedos, bem como a sola dos pés.

Dezembro Laranja tem ações em aeroporto do Rio

Nesta sexta-feira, 13 de dezembro, a partir das 10h, o Dezembro Laranja chega ao Aeroporto Santos Dumont. Até o início da tarde, quem passar por lá vai encontrar o Papai Noel Laranja presenteando a criançada com caderno de colorir (clique para baixar: https://bit.ly/2LJaDpA) e gibis da turma da Mônica que trazem a temática da ação.

Folhetos explicativos sobre hábitos de proteção solar, laços e fitinhas laranja serão distribuídos ao público que também poderá fazer foto animada digital no backdrop da campanha. A ativação conta com a parceria da Infraero e da Gol Linhas Aéreas. Em sua sexta edição, esse ano, além de conscientizar a população sobre a prevenção desde a infância, a iniciativa tem como objetivo principal alertar sobre os #SINAISDOCÂNCERDEPELE para diagnóstico e tratamento precoces com um médico dermatologista, aumentando as chances de cura na grande maioria dos casos.

Com Assessorias

 

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