O Dia Internacional da Tireoide é celebrado no dia 25 de maio, com intuito de conscientizar sobre os problemas que podem afetar essa glândula endócrina, como hipotireoidismo, hipertireoidismo, doenças autoimunes (Tireoidite de Hashimoto e Doença de Graves), tireoidites (doenças inflamatórias que afetam essa glândula); hipotireoidismo congênito, diagnosticado pelo Teste do Pezinho; e o câncer de tireoide.

As disfunções mais comuns são o hipertireoidismo, quando a tireoide libera hormônios em excesso, e o hipotireoidismo, quando a quantidade de hormônio produzida é insuficiente.

Nas últimas décadas, os avanços da medicina permitiram um melhor diagnóstico no que diz respeito às doenças da tireoide, devido à disseminação dos exames de ultrassonografia.  Quando o exame de imagem revela algo suspeito, na ocasião é feita uma punção biópsia aspirativa com agulha fina (PAAF), com a retirada de uma amostra de tecido vivo para análise posterior feita por um médico patologista, para averiguar os nódulos tireoidianos.

O laudo anatomopatológico dessa punção fornece informações importantes para a escolha da terapia adequada, se necessária. Vale ressaltar que cerca de 70% desses nódulos são benignos. A disseminação dos exames de ultrassom e o aumento das solicitações de punções têm proporcionado o diagnóstico de tumores de tireoide cada vez menores. O tumor mais frequente é o carcinoma papilífero da tireoide, que tem um prognóstico muito bom, quando tratado adequadamente.

Apesar da baixa incidência, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima 16.660 casos novos de câncer de tireoide para cada ano do triênio 2023-2025, ou seja, 7,68 por 100 mil habitantes, sendo 2.500 em homens e 14.160 em mulheres. No mundo foram relatados cerca de 590 mil casos novos de câncer de tireoide em 2020, ou seja, 3% de todos os casos de câncer estimados.

Sintomas 

Entre os sintomas que podem estar relacionados ao câncer de tireoide, merecem destaque os nódulos na parte anterior do pescoço que persistem por mais de 20 dias; dor na parte da frente do pescoço que pode alcançar os ouvidos; rouquidão, alterações da voz por longo período; dificuldades de deglutição na ingestão de alimentos sólidos ou líquidos e a sensação de algo preso na garganta; falta de ar; tosse persistente, se não for acompanhada de resfriado ou gripe.

A atenção aos sintomas é muito importante. No que se refere às doenças genéticas, que terá o Simpósio de Síndromes Hereditárias do Câncer no Rio de Janeiro nos dias 16 e 17 de junho, a síndrome de Gardner e polipose familiar aumentam o risco de câncer em vários órgãos, incluindo o de tireoide. Já a síndrome de Cowden, considerada rara, também aumenta o risco de câncer de tireoide.

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Doenças da tireoide e depressão: uma ligação que precisa ser compreendida

O Dia Internacional da Tireoide é celebrado com o objetivo de conscientizar milhões de pacientes ao redor do mundo sobre as doenças relacionadas a essa glândula em formato de borboleta, localizada no pescoço. Essas doenças incluem o hipotireoidismo, hipertireoidismo, doenças autoimunes e câncer. Além de desempenhar um papel crucial na regulação de órgãos vitais, crescimento e desenvolvimento, estudos têm apontado uma associação significativa entre as doenças da tireoide e a depressão, destacando a importância do diagnóstico e tratamento adequados.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão, enquanto cerca de 750 milhões de pessoas são afetadas por doenças tireoidianas. O hipotireoidismo, que é caracterizado pela produção insuficiente de hormônios tireoidianos, é a forma mais comum dessas doenças e pode desencadear sintomas como fadiga, alterações de humor e ansiedade, que frequentemente se confundem com sintomas depressivos.

De acordo com Joel Heitor Filho, endocrinologista do Hospital Mater Dei Santa Genoveva, “o hipotireoidismo pode ser confundido com depressão, pois apresenta sintomas clínicos semelhantes. Cansaço, dores nas pernas e ansiedade são alguns dos sinais que podem estar presentes em ambas as condições. É fundamental obter um diagnóstico precoce para iniciar a reposição hormonal adequada, melhorando não apenas os sintomas depressivos, mas também reduzindo o risco de doenças cardiovasculares”.

Pode ocorrer também a dissociação clínico-laboratorial, em que um paciente apresenta poucas alterações nos hormônios tireoidianos, mas manifesta muitos sintomas, ou vice-versa. Portanto, é essencial que pacientes com depressão ou ansiedade sejam submetidos a exames laboratoriais para avaliar a função tireoidiana.

“Profissionais de saúde, como psiquiatras, clínicos gerais e endocrinologistas, devem estar atentos a essa relação entre doenças tireoidianas e depressão. A solicitação de exames laboratoriais, durante a avaliação, é fundamental para um diagnóstico adequado”, afirma o Dr. Joel. “É crucial conscientizar o público sobre essa conexão complexa. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e evitar complicações a longo prazo”, finaliza o endocrinologista.

Com Assessorias

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