Todos os órgãos do corpo, claro, têm importância e papéis específicos. Para operar perfeitamente, a “máquina humana” depende do bom funcionamento de suas diversas engrenagens. Na medicina, porém, cinco delas aparecem como as mais importantes: coração, cérebro, rins, fígado e pulmões.  Os terceiros colocados do pódio, mais especificamente, têm relevância por trabalharem como auxiliares na limpeza a fim de garantir a sobrevivência do organismo.

É imprescindível entender que os rins são órgãos vitais do sistema urinário, responsáveis por filtrar as impurezas do sangue e eliminar resíduos metabólicos do corpo e toxinas nocivas, como amônia, creatina, ureia e ácido úrico, por exemplo. Além disso, eles regulam o equilíbrio de água, eletrólitos e ácido-base no organismo, produzem hormônios e vitaminas que ajudam a controlar a pressão arterial e estimulam a produção de glóbulos vermelhos na medula óssea.

Para que nunca sejam subjugados, esquecidos e descuidados, ganharam, pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN), o Dia Mundial do Rim, celebrado anualmente toda segunda quinta-feira de março. Mais ainda: todo o mês foi colorido de vermelho para conscientizar a população sobre o câncer renal.

Estima-se que 6% a 10% dos pacientes apresentam dor nas partes laterais das costas sem motivo aparente.  Outro indício é sangue na urina, que pode ficar rosa, vermelho vivo cor de “coca-cola”. 

Números da doença no Brasil e no mundo

A cada ano surgem mais casos de câncer renal, tema da campanha Março Vermelho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, foram mais de 400 mil diagnósticos e 170 mil mortes por câncer renal no mundo.

Somente nos Estados Unidos, a previsão para 2023, de acordo com estimativa realizada pela Sociedade Americana do Câncer, é de que cerca de 81.800 novos casos de câncer de rim em pessoas de todas as idades sejam diagnosticados. A mesma entidade prevê 15 mil óbitos registrados este ano naquele país por câncer renal.

Tumores de rim representam entre 2% e 3% de todos os tumores malignos. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o 13º tipo de tumor mais incidente, com quase 12 mil acometidos. O principal tipo é o Carcinoma Renal de Células Claras (CRCC), que corresponde a aproximadamente 85% dos casos.

Mais homens do que mulheres

A doença atinge praticamente duas vezes mais homens do que mulheres. Porém, ambos devem ficar alerta especialmente após os 50 anos. A maioria dos pacientes é atingida pela forma esporádica da doença, com pico de incidência entre a sexta e a sétima década de vida.

“No entanto, 2% dos pacientes desenvolvem-na em idades mais precoces, geralmente relacionada a síndromes genéticas”, pontua o especialista do Vera Cruz Oncologia, Adolfo José de Oliveira Scherr.

O oncologista esclarece que aproximadamente 54% dos tumores renais diagnosticados hoje estão confinados ao rim, 20% estão localmente avançados (acometendo gânglios regionais próximos) e 25% apresentam metástases à distância, principalmente a pulmões, fígado e ossos.

“O câncer de rim é o terceiro mais frequente do aparelho geniturinário, ficando atrás, em termos de incidência, apenas dos cânceres de próstata e bexiga, e representa aproximadamente 3% das neoplasias malignas do adulto, com predominância no sexo masculino, sendo dois a cada três homens”, detalha.

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Sangramento na urina e dor nas costas e barriga

 

Silencioso, o câncer renal ou carcinoma de células renais (CCR), como também é conhecido, é geralmente diagnosticado tardiamente, quando seus sintomas se manifestam, ou acidentalmente, durante outros exames.

Além da presença de sangue na urina, pode surgir inchaço ou uma massa abdominal palpável, próximo à coluna; dor constante no fundo das costas, cansaço em excesso, perda de peso, febre baixa e constante ou aumento da pressão arterial, que pode estar relacionada à predisposição da neoplasia renal 

Também costumam surgir dores na região lateral da barriga. Como se trata de um órgão localizado mais profundamente na barriga, os sintomas mais intensos e possibilidade de palpação do câncer só ocorrem quando a doença está mais avançada. Por isso, muitos casos só são descobertos já em metástase,

Diagnóstico por biópsia e exames de imagem

Em parte dos casos, a suspeita de câncer de rim é levantada por meio de exames de imagem. No entanto, é preciso realizar um estudo aprimorado com tomografia computadorizada e ressonância magnética, para assim, analisar os detalhes, como tamanho e a localização do tumor. Por fim, é importante destacar que a análise de biópsia feita por um médico patologista dá o diagnóstico definitivo se trata-se de um câncer e de qual tipo.

O médico oncologista José Maurício Mota, especialista em tumores urológicos, afirma que o câncer renal é um tipo de neoplasia que vem crescendo em incidência, em grande parte pelo maior acesso aos exames de imagem, uma vez que é um tipo de tumor que, muitas vezes, é silencioso e com poucos sintomas.

“Para nós, oncologistas, a presença dos patologistas ao nosso lado é fundamental pois precisamos, em grande parte das vezes, determinar qual é o subtipo histológico e subtipo molecular daquele tumor para conseguirmos propor a melhor abordagem terapêutica ao paciente”, observa.

“É Importante ressaltar que tumores de rim são doenças heterogêneas e existem mais de 20 subtipos histológicos e é fundamental realizar o reconhecimento específico para definir o tipo de tratamento”, destaca a médica ”, diz Isabela Werneck, patologista associada à SBP e também pesquisadora de tumores renais, entre outros.

Exames de ultrassonografia e/ou tomografia computadorizada do abdômen são aliados para o diagnóstico, sendo o segundo bastante útil também para o estadiamento (verificação da extensão para outros órgãos) e no planejamento do tratamento mais adequado.

“O diagnóstico do câncer renal, por exemplo, é fácil e indolor e feito por meio de ultrassom. Isso é feito num check-up rotineiro”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Alfredo Canalini, que reforça o apoio da ação promovida pela Ipsen e adverte, em especial, o público masculino sobre o problema.

Maior acesso a exames de imagem aumenta número de diagnósticos

Especialista do Vera Cruz Oncologia, Adolfo José de Oliveira Scherr explica que o principal tipo é o Carcinoma Renal de Células Claras (CRCC), que corresponde a aproximadamente 85% dos casos.

“A maioria dos pacientes é atingida pela forma esporádica da doença, com pico de incidência entre a 6ª e 7ª década de vida. No entanto, 2% dos pacientes desenvolvem-na em idades mais precoces, geralmente relacionada a síndromes genéticas”, pontua.

O oncologista esclarece que aproximadamente 54% dos tumores renais diagnosticados hoje estão confinados ao rim, 20% estão localmente avançados (acometendo gânglios regionais próximos) e 25% apresentam metástases à distância, principalmente a pulmões, fígado e ossos.

“O câncer de rim é o terceiro mais frequente do aparelho geniturinário, ficando atrás, em termos de incidência, apenas dos cânceres de próstata e bexiga, e representa aproximadamente 3% das neoplasias malignas do adulto, com predominância no sexo masculino, sendo dois a cada três homens”, detalha.

O que leva ao câncer de rim?

Como observado em uma série de casos, a causa do câncer de rim não é conhecida e fatores hereditários influem. Os fatores para o desenvolvimento da doença podem ser divididos em fatores evitáveis e não-evitáveis.

A médica radioncologista Ana Flavia de Paula Campedelli, que atende em Goiânia, explica que entre os principais fatores de risco, pessoas com histórico familiar de câncer de rim; doenças genéticas, como síndrome de Von Hippel-Lindau, além de hipertensão e obesidade.

“Temos causas evitáveis relacionadas aos hábitos de vida da população, como o tabagismo e a obesidade, sendo que o tabagismo, isolado, é responsável por cerca de 20% dos casos. Entre as condições que não podemos evitar, relacionamos a patologias associadas, como a hipertensão arterial crônica e doença renal cística adquirida associada à insuficiência renal crônica”, afirma Scherr.

Contudo, existem algumas maneiras de se reduzir o risco da doença. O tabagismo é responsável por uma porcentagem considerável dos casos, e parar de fumar pode reduzir seu risco, além disso, a obesidade e pressão arterial elevada também são fatores de risco para câncer de células renais. Manter um peso saudável por meio de exercícios físicos e ter uma dieta rica em frutas e vegetais podem reduzir as chances de contrair a enfermidade.

Diagnóstico e prevenção

De acordo com Ana Flávia, trata-se de um câncer mais identificável em fases avançadas da doença. Em parte dos casos, a suspeita de câncer de rim é levantada por meio de exames de imagem (ultrassonografia). No entanto, é preciso realizar um estudo aprimorado com tomografia computadorizada e ressonância magnética do abdômen, para assim, analisar os detalhes, como tamanho e a localização do tumor.

Por fim, é importante destacar que a análise de biópsia feita por um médico patologista dá o diagnóstico definitivo se trata-se de um câncer e de qual tipo. Todos esses exames são aliados para o diagnóstico, sendo o segundo bastante útil também para o estadiamento (verificação da extensão para outros órgãos) e no planejamento do tratamento mais adequado.

Designado pelo Março Vermelho, a campanha coloca em evidência o estilo de vida saudável como a melhor maneira de prevenir a doença, que atinge principalmente homens entre 55 e 75 anos de idade. “Não há um método consolidado de prevenção”, ressalta a médica, fato que acende o alerta para o paciente procurar um médico caso apareça qualquer um desses sintomas.

Tratamentos tiveram evolução em 10 anos

O tratamento é a retirada cirúrgica de parte ou total do rim, a nefrectomia. A cirurgia oncológica realizada por profissional qualificado é o tratamento padrão em pacientes com a doença localizada ou localmente avançada, sem metástases à distância.

“Com o câncer disseminado, ou seja, metastático, é necessário algum tratamento que tenha ação em todos os locais onde se tem evidências, o que chamamos de ‘tratamento sistêmico’”, detalha Scherr.

O oncologista ainda ressalta que, apesar de pouco incidente na população, os tratamentos para os tumores malignos de rim tiveram um avanço significativo na última década.

“Estudos mais recentes mostraram o papel da imunoterapia no tratamento dos pacientes com câncer renal. Diferente da quimioterapia convencional e mesmo das drogas-alvo, os imunoterápicos agem estimulando o sistema imunológico no combate ao câncer e têm se mostrado superior em termos de aumentar a sobrevida dos pacientes”, conclui.

Tratamento envolve cirurgia e imunoterapia

A cirurgia oncológica realizada por profissional qualificado é o tratamento padrão em pacientes com a doença localizada ou localmente avançada, sem metástases à distância.

“Com o câncer disseminado, ou seja, metastático, é necessário algum tratamento que tenha ação em todos os locais onde se tem evidências, o que chamamos de ‘tratamento sistêmico’”, detalha Scherr.

O oncologista ainda ressalta que, apesar de pouco incidente na população, os tratamentos para os tumores malignos de rim tiveram um avanço significativo na última década.

“Estudos mais recentes mostraram o papel da imunoterapia no tratamento dos pacientes com câncer renal. Diferente da quimioterapia convencional e mesmo das drogas-alvo, os imunoterápicos agem estimulando o sistema imunológico no combate ao câncer e têm se mostrado superior em termos de aumentar a sobrevida dos pacientes”, conclui.

Fatores de risco evitáveis

Como observado em uma série de casos, a causa do câncer de rim não é conhecida e fatores hereditários influem.  O CCR é frequentemente associado ao tabagismo, à obesidade, à hipertensão arterial, a doenças renais crônicas, entre outros fatores. Os fatores para o desenvolvimento da doença podem ser divididos em fatores evitáveis e não-evitáveis.

“Temos causas evitáveis relacionadas aos hábitos de vida da população, como o tabagismo e a obesidade, sendo que o tabagismo, isolado, é responsável por cerca de 20% dos casos. Entre as condições que não podemos evitar, relacionamos a patologias associadas, como a hipertensão arterial crônica e doença renal cística adquirida associada à insuficiência renal crônica”.

Contudo, existem algumas maneiras de se reduzir o risco da doença. O tabagismo é responsável por uma porcentagem considerável dos casos, e parar de fumar pode reduzir seu risco, além disso, a obesidade e pressão arterial elevada também são fatores de risco para câncer de células renais. Dito isso, manter um peso saudável por meio de exercícios físicos e ter uma dieta rica em frutas e vegetais podem reduzir as chances de contrair a enfermidade.

Centro de apoio a pacientes em SP alerta para prevenção

Com o lema “Faz bem fazer o bem!”, o Centro de Convivência e Apoio ao Paciente com Câncer (Cecan), aproveita a data para sensibilizar as pessoas para a conscientização da saúde dos rins. Alimentação equilibrada, controle do peso, a prática regular de exercícios físicos e o acompanhamento médico regular, estão entre os melhores fatores para reduzir o risco de desenvolver a doença.

“O CECAN pode contribuir com atendimento nutricional, orientando o paciente sobre hábitos saudáveis, a redução do sal e controle da pressão arterial, nas atividades físicas orientadas com a fisioterapia, pilates e yoga”, destacou o supervisor clínico da instituição, Wagner Fujarra.

Localizada em Mogi das Cruzes (SP), a unidade atua diretamente no auxílio às questões físicas, como a redução da sensação dolorosa, fatores sociais e emocionais. São atendimentos especializados em proporcionar o acolhimento e humanização frente as técnicas que são complementares aos tratamentos medicinais.

Conhecido como hipernefroma ou adenocarcinoma renal, o câncer de rim é uma doença grave, que vem crescendo em incidência, muitas vezes – quando precoce – silenciosa e com poucos sintomas. Geralmente, são diagnosticados durante exames médicos de rotina. Detectar a doença precocemente aumenta as chances de cura.

Os rins são órgãos vitais do sistema urinário, filtram e eliminam substâncias nocivas ao sangue, e equilibram o funcionamento do organismo. Eles regulam a pressão arterial, produzem hormônios, atuam na formação e na manutenção dos ossos e estimulam a produção de glóbulos vermelhos.

É importante que as pessoas estejam cientes dos sinais e sintomas. O mais comum é a presença de sangue na urina, chamada de hematúria. Devem ser considerados dor na região lombar, massa abdominal palpável, febre e perda de peso sem explicações, fadiga, hipertensão arterial de difícil controle, entre outros sintomas.

Mais comuns entre homens com idade entre os 50 e 70 anos, os fatores de risco mais identificados são: excesso de peso, pressão arterial elevada, histórico familiar, idade avançada e doença renal crônica. O tabagismo está entre os mais significativos. Os cigarros contêm uma variedade de produtos químicos carcinogênicos, que podem levar ao desenvolvimento de câncer.

Outras doenças renais

Além do câncer, outras doenças também podem acometer os rins e prejudicar a saúde. De acordo com a OMS, 850 milhões de pessoas possuem doença renal decorrente de várias causas, sendo 2,4 milhões de casos fatais. No Brasil, são mais de dez milhões de pessoas.

Rodrigo Dias de Meira, nefrologista do Vera Cruz Hospital, alerta para as mais recorrentes. “Perda da função ou insuficiência, cálculos ou pedra, infecção ou pielonefrite e cistos. As patologias podem ser prevenidas com uma rotina com hábitos mais saudáveis, alimentação, exercício”.

Enfermidades ligadas ao rim, na maioria das vezes, são silenciosas e demoram para apresentar sintomas. Entretanto, quando os sinais aparecem, o quadro do paciente já costuma estar em estágio avançado.

“As patologias renais são reflexo de outras doenças, como hipertensão arterial e a diabetes, principais causas de hemodiálise no Brasil. Os altos níveis pressóricos, por muitos anos, assim como o alto nível do açúcar no sangue, afetam a estrutura dos rins, e isso causa o acúmulo de toxinas nos órgãos, o que acarreta os sintomas de mal-estar, perda de apetite, náusea, vômitos. Paralelo a isso, a quantidade de urina que é eliminada pelo corpo diminui, e esse líquido se concentra nas pernas e nos pulmões, o que pode causar casos graves ou risco de morte”, conclui.

Com Assessorias

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