Um novo ano é sinônimo de novas metas, novos sonhos e até mesmo um novo estilo de vida, afinal, não há momento melhor para mudar hábitos em nossa rotina. São muitas as resoluções das pessoas referentes à 2021, mas uma que boa parcela da população deveria tomar é a decisão de parar de fumar, principalmente em meio a uma pandemia que também afeta os pulmões.

Não é incomum ver pessoas que fumam prometendo que vão parar de fumar no próximo ano, o que é excelente, visto que o tabagismo é a maior causa de morte evitável em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).  Logo, caso você ainda não faça parte da turma que decidiu parar de fumar em 2021, é melhor começar a repensar.

Especialistas listam algumas razões pelas quais você deve abandonar de vez o cigarro no ano que vai entrar. Confira:

Fumar envelhece

O tabagismo é um dos principais fatores envolvidos no envelhecimento da pele, favorecendo o surgimento de flacidez, rugas e manchas. Claudia Marçal, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, explica que o cigarro causa a constrição dos vasos periféricos por um período de dez minutos, o que diminui o fluxo sanguíneo para o tecido cutâneo.

“Isso traz consequências a curto prazo como perda do viço e da luminosidade, além de favorecer, a longo prazo, o processo de discromia cutânea com o amarelamento do tecido e a diminuição da ancoragem e firmeza da pele”, destaca 

Fumar causa queda capilar:

Assim como afeta a pele, o cigarro também pode prejudicar o couro cabeludo e, consequentemente, os fios. “Para permanecer saudável e fazer com que os fios cresçam bonitos e fortes, o couro cabeludo precisa de uma oxigenação e nutrição intensa, que é prejudicada devido à vasoconstrição provocada pelo cigarro”, afirma Lucas Fustinoni, médico divulgador científico nas áreas de Tricologia e Estética, Fellowship de Estética em Miami e membro da World Trichology Society.

Além disso, as substâncias tóxicas presentes no cigarro podem chegar até o couro cabeludo pela corrente sanguínea, gerando um processo inflamatório. Como resultado, a região fica mais suscetível a sofrer com uma série de problemas, incluindo psoríase, dermatite seborreica, irritação, excesso de oleosidade, afinamento e quebra dos fios e até mesmo queda capilar.

Fumar aumenta risco de complicações em procedimentos

Parar de fumar é especialmente importante para quem deseja ou precisa se submeter a qualquer tipo de cirurgia em 2021. “Isso porque, com a circulação prejudicada devido às toxinas do cigarro, a quantidade de oxigênio e nutrientes que chegam no tecido cutâneo é menor, o que aumenta o risco de complicações.

  1. “Entre elas estão necroses, trombose, embolia pulmonar e acúmulo de líquido no período pós-operatório, principalmente em cirurgias que demandam grande descolamento cutâneo, como a ritidoplastia (lifting facial) e a abdominoplastia”, explica Paolo Rubez, cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Fumar causa infertilidade

O cigarro é um dos principais causadores da infertilidade, pois os componentes tóxicos presentes no produto, como a nicotina e o alcatrão, pioram severamente a qualidade reprodutiva.

Nas mulheres, o tabagismo é capaz de favorecer a deterioração dos óvulos, envelhecendo-os em até dez anos e acelerando o início da menopausa, o que é especialmente prejudicial hoje em dia, quando as mulheres estão querendo engravidar cada vez mais velhas.

“Já nos homens o hábito de fumar diminui a quantidade de espermatozoides e fragmenta o DNA do esperma, reduzindo assim a capacidade de fecundação, além de também contribuir para a perda do apetite sexual e a disfunção erétil”, afirma Rodrigo da Rosa Filho, ginecologista obstetra especialista em reprodução humana e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH).

Fumar afeta a saúde íntima

O tabagismo promove o aparecimento de infeções vaginais. O tabaco diminui o número de lactobacilos, que são bactérias de defesa presentes no organismo e são fundamentais para a flora vaginal, para manter o pH normal da vagina.

“Se não tivermos lactobacilos, há uma chance maior de infeções. A paciente pode começar a ter um corrimento, às vezes até com cheiro, um odor característico, porque há um desvio da flora e isso é considerado uma infeção, uma vaginose”, explica Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU.

Há ainda um outro problema, com relação à lubrificação íntima:. Além do muco normal de uma vagina saudável, a lubrificação que facilita as relações sexuais pode ficar comprometida. A própria nicotina faz vasoconstrição, ou seja, a diminuição do fluxo sanguíneo presente em qualquer órgão.

“Essa mesma vasoconstrição vai diminuir a produção de secreção por parte das glândulas aí existentes, originando secura vaginal e diminuição de lubrificação. Deste modo, a saúde vaginal torna-se mais vulnerável e as relações sexuais podem ser dolorosas”, diz a ginecologista.

Fumar causa problemas circulatórios

A circulação é uma das estruturas que mais sofre com o tabagismo. “Normalmente relacionado ao aumento da probabilidade de desenvolver infarto, o cigarro pode causar problemas circulatórios como arteriosclerose e tromboangeite obliterante, distúrbio que afeta as extremidades do corpo. Em ambos os casos, há riscos de ter de amputar os membros, como pernas, pés e mãos”, explica a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Além disso, a nicotina está ligada à diminuição da espessura dos vasos sanguíneos e o monóxido de carbono reduz a concentração de oxigênio no sangue. “Todo esse processo pode causar complicações para o normal funcionamento dos vasos, que ficam mais susceptíveis ao entupimento, podendo levar a processos de trombose, principalmente quando há fatores de risco envolvidos.”

Fumar prejudica a nutrição do organismo: O hábito de fumar é capaz de influenciar nos aspectos nutricionais do organismo. “Por atuar no sistema nervoso central, o cigarro causa uma diminuição do apetite, pois afeta a atividade de neurotransmissores que são responsáveis pelo controle da fome, além de alterar o paladar e o olfato, reduzindo o gosto e o aroma dos alimentos”, diz a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). “Além disso, o cigarro promove um efeito termogênico, acelerando o metabolismo, o que leva ao emagrecimento e reduz a oxigenação dos tecidos do organismo, que causa envelhecimento precoce e acelerado”, finaliza.

Saúde financeira também é abalada: faça as contas

Que o cigarro faz mal à saúde, isso é um fato. Contudo, um ponto que essa atitude pode auxiliar na vida das pessoas é o lado financeiro, sendo que nos últimos anos esse produto sofreu grandes altas, principalmente pelo aumento da taxação de impostos nesse produto. “Assim, parar de fumar vai gerar uma grande economia e possibilitará que a pessoa realize mais sonhos”, afirma Reinaldo Domingos, PhD em Educação Financeira e autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.

A conta é simples, se um maço custa em torno de R$ 10 (hoje custa até mais que isso), um fumante que consome um maço de cigarro por dia gastará a mais, por mês, R$ 300. Para o especialista, esse custo no orçamento mensal das pessoas com certeza fará com que muitos repensem sobre a importância de acabar com esse vício.

“Infelizmente, com os preços atuais, poucas pessoas se dão conta do risco financeiro que isso proporciona. É lógico que esse risco é muito menor do que os físicos, entretanto não podemos negar que esse impacto reflita na economia diária do fumante, especialmente neste momento de crise econômica”, afirma Reinaldo.

Muita economia no decorrer dos anos

Uma forma de observar a importância de parar de fumar para a economia de uma pessoa é analisar que, com os preços atuais do cigarro, se deixar de fumar e investir esse valor (R$ 300/mês) em uma aplicação de juros de 0,5% ao mês, em um ano essa pessoa terá economizado R﹩ 3.700. Mas no decorrer dos anos esse valor será ainda maior, por exemplo, ao final de 10 anos, ela terá R﹩ 68.577,05 e, ao final de 20 anos, terá R﹩ 272.821,57, lembrando que o cálculo leva em conta um reajuste no preço do cigarro de 8% ao ano.

Isso sem que contar com os gastos que um fumante terá nesse período com problemas de saúde ocasionado pelo vício, nem com a perda de rendimento no trabalho em função do cansaço que esse vício proporciona. Ou seja, para quem fuma, buscar acabar com esse vício só trará benefício.

“Eu sei que os fumantes devem estar pensando que é fácil falar e que parar não é tão simples, principalmente em um período de crise, na qual se fica muito nervoso. Contudo, alerto, mesmo as decisões difíceis devem ser tomadas o quanto antes, senão sempre se estará postergando e nada será feito”, ressalta Reinaldo, que é presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira.

“Felizmente hoje temos tratamentos que auxiliam no fim desse vício, contudo, a grande mudança tem que estar na cabeça das pessoas. Por isso, parar de fumar atrelando esse ato à economia e à realização de sonhos pode ser um grande motivador. O fumante deve colocar na cabeça que parando de fumar ele terá uma grande economia e, principalmente, terá uma melhor saúde para aproveitar o dinheiro poupado realizando alguns de seus sonhos”, ressalta o especialista.

Com Assessorias

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